128° Capitulo

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O meu olhar dirige-se para a porta que se encontrava atrás da minha mãe, e logo uma pessoa com estatura alta, aparece e mesmo não vendo a sua cara eu já mais confundaria aquele cabelo e postura.
- Olá. - ele diz cauteloso quando entra e me vê.
Não consigo dizer e nada, e ficamos simplesmente a olhar um para o outro, o que é que ele estava aqui a fazer? Era a questão que rodava a minha cabeça.
Levanto-me do sofá sem saber bem o que ia fazer, fui rapidamente ao pé dele e abraçei-o, com toda a minha força, ele ficou bastante surpreendido mas rapidamente envolveu os seus braços à volta do meu corpo, correspondendo ao meu abraço, e nesse momento soube que ele era a paz e a tranquilidade que eu tanto estava a precisar, e só ele me consegue transmitir isso.
Alguns minutos depois largo-o, e ele olha para mim com um breve sorriso, uma das suas mãos vai até ao meu rosto e limpas as minhas lágrimas que nem eu tinha dado conta que já estavam a escorrer pelo meu rosto.
- Desculpa. - peço envergonhada e baixo o rosto.
- Não tens nada que pedir desculpa. - ele diz baixo.
- O que estás aqui a fazer? - finalmente pergunto.
- O Niall contou-me o que aconteceu. - ele diz - e eu não consegui ficar lá enquanto tu estavas aqui mal.
As lágrimas voltam aos meus olhos e eu não as consigo controlar mais, mantenho-me em silêncio depois das palavras dele e ele rapidamente volta a abracar-me.
- Hey tem calma, eu estou aqui, vai ficar tudo bem. - ele faz-me festas na cabeça de forma a tentar acalmar-me.
Ele descola-me dos seus braços e limpa mais uma vez as minhas lágrimas.
- Tens que ser forte, tens pessoas que precisam de ti. - ele diz.
Acinto, sem conseguir falar pois tinha a garganta muito seca.
- Eu tenho que ir, ainda tenho que ir procurar um hotel para ficar, mas amanhã de manhã estou aqui novamente, quando é que vai ser o funeral? - ele pergunta carinhosamente, meu deus como sentia falta dele!
-hmm... o funeral é amanha, mas... - tento dizer.
- O quê Rita? Precisas de alguma coisa? - ele pergunta preocupado.
- Seria muito estranho ou abusador pedir que ficasses aqui comigo hoje? Eu sei que já não namoramos, mas eu não quero mesmo nada ficar assim sozinha e... - tento explicar.
- Claro que posso, não precisas de explicar, eu estou aqui para tudo o que precisares, incluindo não te deixar dormir sozinha. - ele diz com um sorriso meigo.
- Obrigada. - agradeço envergonhada.
Fui com ele pousar as malas no meu quarto, e logo depois descemos juntos.
- Já comeste? - ele pergunta a caminhar ao meu lado pela casa.
- Hmm... bem... não. - digo baixinho mas ele ouve.
- Quando é que foi a última vez que comeste Rita? - ele pergunta mais sério.
- Ontem... - sussurro.
- Ontem Rita?? - ele diz um pouco zangado - não podes ficar sem comer.
- Não tenho fome e esqueci-me de comer. - digo.
- Anda, vamos eu vou tentar fazer alguma coisa para comeres. - puxa-me pelo braço para a cozinha.
- E tu? - pergunto.
- Eu comi no avião. - diz.
Bufo e sem quais quer argumentos sigo o caminho até a cozinha, onde não estava ninguém, somente eu e o Harry.
- A minha mãe e a minha avó? - pergunto.
- Eu acho que foram com o Henrique a casa da tua tia Maria. - ele diz - não sei, foi o que a tua mãe me disse quando cheguei, pediu-me para ficar um pouquinho contigo.
- Ahhh está bem. - digo enquanto me sento na mesa.
Indico ao Harry onde se encontravam as coisas todas e alguns minutos depois ele coloca duas sandes e um sumo a minha frente para comer.
- Eu sei que não é um prato fabuloso, mas ao menos não ficas sem comer nada no estomago. - ele diz e senta-se ao meu lado.
- Está perfeito, obrigada. - agradeço e começo a comer.
Como o tempo todo em silêncio, e assim que acabo ele levanta-se e coloca o prato e o copo na banca e agarra na minha mão.
- Vamos dar uma volta, precisas de apanhar ar, ficares aqui fechada só te vai fazer mal.
Acinto e vou buscar o meu casaco, saímos de casa lado a lado, enquanto caminhavamos pelas ruas escuras da aldeia, até chegarmos ao campo, onde eu costumava ficar horas a conversar com o meu avô, o mesmo sitio em que ele e o Harry se conheceram verdadeiramente quando ele veio cá no natal, sentamo-nos no alto do terreno, no chão, a olhar para o campo e o céu.
- Porque vieste? - pergunto calmamente.
- Para estar aqui para ti, mesmo que já não estejamos juntos, eu preocupo-me contigo e só quero o teu bem. Eu fiz uma promessa ao teu avô e vou cumpri-la sempre, por mais que tu me afastes, por mais que tu me fujas, por mais que me deixes de amar. - ele cala-se por breves segundos e olha-me nos olhos - eu vou sempre proteger-te de tudo e todos.
- Obrigada. - digo sincera. - mas tu não devias estar na tour?
- Sim, mas tu és a minha prioridade, e eu era incapaz de te deixar aqui sozinha e estar lá.
- Mas é o teu trabalho.
- E tu és o amor da minha vida. - diz sério.
- Harry... - começo por dizer mas ele cala-me.
- Eu não quero falar sobre nós, não agora, esse não é o assunto mais importante do momento, agora só quero que te sintas bem. - ele sorri.
- Obrigada, por tudo, por estares aqui para mim, por não me abandonares e por não forçares o assunto. - sorrio.
- De nada, eu só quero o teu bem.
Abraço-o com força e logo depois largo-o e sorrio tímida para ele, ficamos mais uns breves momentos ali em silêncio a olhar para o luar.
- Talvez seja melhor irmos andando. - diz o Harry quebrando o silêncio - está a começar a ficar frio.
- Sim, vamos.
Levantamo-nos e caminhamos lado a lado novamente em silêncio até casa, assim que entro vejo as luzes da sala acesas e sei logo que a minha mãe chegou.
- Olá. - digo baixo quando vejo a minha avó a dormir ao lado dela.
- Olá. - ela sorri um pouco e logo depois sorri mais quando vê o Harry atrás de mim.
- Bem eu vou-me deitar. - digo para não ter que ouvir as questões da minha mãe. Dou-lhe um beijo na bochecha e saio da sala, mas ouço-a a falar com o Harry e como sou bastante curiosa fico a ouvir.
- Vejo que fizeram as pazes. - ela sussurra.
- Ainda não fizemos as pazes. - ele diz e pela voz parecia triste.
- Vais ver que vai tudo ficar bem, ela gosta muito de ti. - a minha mãe diz.
- E eu dela, mas esse assunto agora não é o mais importante para mim. - ele diz - quero que ela fique bem, sei que está a ser muito complicado para ela assimilar isto tudo, mesmo fazendo-se de forte ela está destroçada.
- Eu sei. - a minha mãe diz num suspiro com voz de choro - obrigada Harry por estares aqui para ela, sei que ela vai precisar muito de ti agora.
- Não tem nada que agradecer, eu amo-a, só a quero bem.
- E ela vai ficar eu sei que sim, mas não a deixes isolar-se, não a deixes afastar-te novamente dela, ela é teimosa e agora vai querer apagar-se do mundo e isso só lhe vai fazer mal. - a minha mãe diz a chorar e eu sinto as lágrimas nos meus olhos novamente.
- Não se preocupe, no que depender de mim ela vai voltar a ser a Rita linda e sorridente que era antes.
- Obrigada Harry, és um rapaz fantástico e a minha filha tem muita sorte em te ter.
- Obrigada. - ele diz tímido?
- Bem vai lá deitar-te que já é muito tarde e amanhã vai ser um dia complicado.
- Não fique assim, um dia a dor passa, e tenho acerteza que o seu pai não a ia querer ver assim, ele ia querer ser relembrado a sorrir. - ele diz carinhoso e depois disto acho que me apaixonei novamente por este rapaz.
- Obrigada querido. - a minha mãe diz.
Depois disso vou a correr para o quarto, para que ele não dê conta que fiquei a ouvir a conversa, pego no meu pijama e troco rapidamente de roupa, assim que ia arrumar a roupa que tinha vestida a porta abre-se e vejo um Harry um pouco constrangido em frente à mesma.
- O que foi? - pergunto.
- Será que me podias arranjar uns cobertores e uma almofada para eu fazer aqui no chão uma cama? - ele diz.
- Não digas parvoíces, eu pedi-te para ficares aqui comigo, por isso ficas comigo na cama. - digo e depois de arrumar as minhas roupas deitei-me na cama.
- Tens acerteza?
- Sim, anda e cala-te. - dou um sorriso fraco à qual ele retribiu.
Rapidamente ele tira as suas roupas ficando só de boxeres, e forço-me mentalmente para não olhar, para não cair na tentação pois ele estava melhor do que nunca.
Sinto-o a deitar-se ao meu lado e desligo a luz do candeeiro e ele faz o mesmo.
Ficamos os dois de barriga para cima a olhar para a escuridão do quarto durante algum tempo, não sei ao certo quanto, mas pareceu séculos.
- Rita? - ele sussurra.
- Sim. - digo no mesmo tom.
- Estás a dormir? - ele pergunta.
- Se te estou a responder é porque não estou a dormir. - brinco e ele ri-se.
- Pois. - gargalha.
- Não consigo dormir. - desabafo.
- Porquê? Queres que te va buscar alguma coisa ou assim? - ele pergunta preocupado e vira-se para mim.
- Não, mas gostava que me abraçasses, sempre me transmitiste calma e serenidade assim. - digo tímida.
E sem pensar duas vezes ele abraça-me e eu aninho-me mais nos braços dele, e finalmente sinto o meu corpo a amolecer e a deixar-se levar pelo sono, mas mesmo antes de adormecer sinto o Harry a deixar-me um beijo na cabeça e a dizer que me ama.
Melhor do que isto não podia pedir, nesta noite dormi tão bem como à imenso tempo não dormia.

Don't Stop Dreaming || 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora