Acordo com alguém a chamar-me, abro os olhos devagar e vejo o Harry com um sorriso tímido.
- Bom dia. - ele diz.
- Bom dia. - respondo enquanto me sento direita na cama.
- Tens aqui o pequeno almoço, a tua mãe e a tua avó sairam, foram comprar flores. - ele diz baixo e entrega-me um tabuleiro cheio de comida.
- Obrigada. - agradeço-lhe.
- De nada, vou deixar-te comer descansada e depois arranjares-te, estou lá em baixo se precisares de alguma coisa. - levanta-se.
- Está bem, obrigada.
Ele sai do quarto e eu como rapidamente, assim que acabo pouso o tabuleiro na mesinha de cabeceira e vou tomar um banho bastante calmamente, sei que hoje vai ser um dia muito complicado, e quero aproveitar o pouco momento de paz sozinha que tenho.
Assim que me canso de estar dentro do chuveiro, saio e pego numa roupa para vestir.Assim que acabo de me vestir, seco o cabelo, deixando-o o mais natural possível, deixo a minha cara sem maquilhagem e desço.
Assim que chego a sala vejo o Harry sentado no sofá da sala, sozinho e assim que me vê sorri levemente para mim.
- Elas ainda não chegaram? - pergunto baixo, enquanto me sento ao lado dele.
- Já. - ele diz. - elas foram para a igreja, a Catarina e a Joana também já chegaram e foram agora para lá, elas vieram aqui, mas eu disse-lhes que ainda estavas a arranjar-te e elas decidiram ir andando para lá. - ele explica.
- Está bem. - digo calma - Obrigada por estares aqui, e pelo pequeno almoço. - sorrio
- De nada. - ele sorri de volta.
Ele levanta-se e estica-me a mão.
- Vamos? - ele pergunta e eu suspiro, mas pego na mão dele e levanto-me. - eu vou estar sempre aqui ao teu lado. - ele abraca-me.
- Obrigada. - retribuo o abraço.
Caminhámos juntos até a igreja, e avisto já a minha família toda, tento não prestar muita atenção a eles, pois iam fazer com que começa-se já a chorar, mas assim que entro e avisto o caixao no altar da igreja com o corpo do meu avô, o meu corpo fraqueja e eu caio no chão de joelhos, sinto os braços fortes do Harry a amparar a minha queda. É a primeira vez que o vejo depois das ferias do natal e ele está morto! Morto! É algo que não consigo acreditar ainda, as lágrimas molham o meu rosto todo, todos a minha volta olham para mim, a minha mãe junta-se a mim e ao Harry com o rosto cheio de lágrimas também.
- Ele não pode estar morto. - digo a chorar enquanto não descolo o olhar do caixao.
- Rita, eu sei que custa. - a minha mãe diz.
O Harry levanta-me e eu abraço-o com todas as minhas forças e pela primeira vez desde que entrei na igreja tiro o meu olhar do caixão.
- Eu estou aqui, vai tudo ficar bem. - ele diz ao meu ouvido.
- Eu perdi-o. - choro.
- Anda, vamos apanhar ar lá fora. - ele diz e larga-me do abraço.
A minha mãe concorda com ele e volta para o lugar dela ao lado da minha avó enquanto eu e o Harry saimos da igreja e sentamo-nos num banco do lado de fora.
- Eu perdi-o. - digo novamente.
- Não perdes-te nada Rita, ele vai estar sempre contigo, aonde quer que tu estejas. - o Harry diz.
- Mas eu queria-o aqui comigo! - digo.
- E ele vai estar sempre contigo, no teu coração e no teu pensamento. - o Harry diz.
Suspiro e ficamos em silêncio, e quando finalmente fico mais calma, entramos novamente para a igreja, e sentamo-nos ao lado da minha mãe e da minha avó e atrás de nós estava a Catarina e a Joana que me deram logo um grande abraço.
Finalmente a missa acaba, dirigimo-nos ao cemitério onde decorre o enterro e eu mantenho-me num dos cantos abraçada a Catarina e a Joana com o Harry ao nosso lado durante o mesmo, e no fim vão-se todos embora depois de nos darem os pesámos, menos eu e o Harry que insistiu em ficar comigo.
Fico uns breves minutos sozinha com o meu avô em silêncio, e por momentos senti uma paz muito tranquilizante, é como se eu o conseguisse sentir ao meu lado a dizer-me que tudo vai ficar bem.
Depois de uns minutos regresso com o Harry a casa, onde ficamos com a minha família durante o resto do dia, na casa permanecia um grande silêncio, já não havia aquela animação que era costume existir sempre que entravamos nesta casa, agora ninguém tinha vontade de sorrir, ou falar.
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Don't Stop Dreaming || 2° Temporada
Fanfiction- Porque tudo o que faço é por ti, é para o teu bem e para a tua segurança. - ele diz. - Mas o meu bem e a minha segurança era contigo! - grito. - Desculpa. - As desculpas não se pedem, evitam-se. - digo a chorar - desaparece da minha vida, não te...