Prisioneiros (Em Pausa)

Capítulo 10

- De hoje não passa. - Rafael diz em voz alta para si mesmo, sentado ao lado do irmão ele olha para a Julia e sente dor no corpo, o desejo que sente por aquela mulher esta a acabar com ele, não podia esperar mais para satisfazer o seu desejo.

- Rafael esquece a Julia, por favor. - Ricardo pede. - Por mim, uma vez na vida desiste de uma mulher. 

- Lamento mano, mas desta mulher em particular eu não posso desistir, eu não consigo. - Rafael olha para o irmão para ele perceber que está a dizer a verdade. - Eu juro que se pudesse, eu fazia isso por ti. Mas eu não consigo, parece que ela está entranhada nas minhas veias. Ontem chamei por ela enquanto estava na cama com a Luísa...

Ricardo levanta-se da toalha e olha-o espantado: 

- Repete lá, por favor. – Não acredita no que acaba de ouvir.

- Foi isso mesmo que ouviste, ela ficou furiosa e expulsou-me lá de casa.

- Também não era para menos.

- Tu podias ajudar-me...

- Nem penses, a Inês é completamente contra um envolvimento da amiga contigo e eu não quero problemas com a minha miúda.

- Mas que raio de irmão és tu que ficas contra mim por causa de uma namorada de ocasião? – Rafael pergunta furioso.

- Namorada de ocasião não, eu amo a Inês e o nosso namoro é muito sério e recuso-me a colocar a minha relação em causa por um capricho teu. No dia em que me disseres que estás apaixonado e que queres uma mulher e apenas essa mulher, nesse dia vou ajudar-te em tudo o que precisares.

- Esse dia não vai chegar meu irmão. Gosto demasiado de mulheres para escolher apenas uma. – Rafael diz sorrindo e o irmão abana a cabeça em desacordo.

- Nesse caso podes muito bem esquecer a Julia e partires para outra. - Ricardo diz encerrando o assunto.

Rafael fica a pensar no que o irmão acaba de lhe dizer, ele podia desistir e tentar esquecê-la mas no fundo sabia que não ia conseguir, estava obcecado por ela e precisava estar com ela nem que fosse apenas por uma noite.

As mulheres começaram a voltar da água e mais uma vez Rafael sente o seu corpo reagir à visão do corpo escultural da Julia, ela era perfeita, seios redondos que pareciam caber na perfeição na sua mão, cintura fina, ancas redondas e umas pernas de fazer parar o trânsito, altas e torneadas, simplesmente perfeita. Rafael mexe-se incomodado com a sua erecção evidente e permanente quando estava perto dela, e às vezes mesmo estando longe. Se não resolvesse este problema depressa podia ficar com sequelas graves para o resto da vida.

Julia caminha para a toalha ciente do olhar dele sobre ela, todo o seu corpo fica quente, muito quente, para alguém que tinha acabado de sair das águas frias do mar. Temia não ter forças para resistir por muito mais tempo. Tinha de se afastar dele, por muito que lhe custasse não podia sair mais com a Inês e o Ricardo era demasiado arriscado.

- Então com está a água? – Ricardo pergunta quando chegam à toalha.

- Muito boa, apesar de fria, sabe bem com este calor. – Inês responde e deita-se ao lado do namorado.

Julia deita-se na sua toalha, felizmente o Rafael estava do outro lado do irmão, bem longe dela, mas mesmo assim sentia o olhar dele a queimar-lhe a pele.

Para se distrair coloca os óculos de sol e os fones nos ouvidos com as suas músicas preferidas e acaba por adormecer.

- Acorda bela adormecida. – Julia desperta com a voz rouca do Rafael sussurrando-lhe ao ouvido e sente a mão dele a passar ao de leve pelas suas costas e todo o seu corpo fica tenso. - Calma, estou apenas a chamar-te para o almoço. A Inês e o meu irmão foram buscar algo para comermos ao restaurante que há na praia pública a alguns quilómetros daqui.