Capítulo 22

102 22 2
                                    




- Calma, sou eu. - Rafael diz com a voz rouca junto ao seu ouvido. Mas se antes ela estava assustada, agora estava em pânico, a sala estava na penumbra e aos pouco a sua visão foi habituando-se e ela consegue vê-lo na sua frente.

- O que queres Rafael? Deixa-me sair daqui. - Julia pede.

Rafael não lhe responde, apenas acaricia o rosto dela com uma mão enquanto enterra o rosto no seu pescoço, inspirando fundo.

- Sinto tanto a tua falta, o teu cheiro deixa-me louco. - Sussurra e ela sente o corpo ficar mole encosta-se na parede atrás de si para se segurar.

- Abre a porta Rafael, eu quero sair daqui. - Ela diz baixo.

- Mentirosa. O teu corpo está em chamas por mim, é a mim que desejas. Diz que sim, diz que me desejas tanto quanto eu. - Ele pede rouco junto ao ouvido dela enquanto desliza a mão pelo decote dela até encontrar um seio, trazendo-o para fora e agarrando-o com a palma desce a cabeça e suga-lhe o mamilo, ela lança a cabeça par trás em desespero e ele sem deixar de dar atenção ao seio desce a outra mão até ao vestido e levanta-o até encontrar as cuecas dela que afasta enterrando um dedo dentro dela. - Tão molhada, estás pronta para mim.

Julia está perdida, o seu corpo precisa dele. Sem forças agarra os ombros dele:

- Rafael... - É um pedido e ele sabe, porque entra com outro dedo dentro dela fazendo-a chegar ao orgasmo e sem esperar que os espasmos dela acalmem, abre as calças, tira o seu membro para fora e erguendo-a pela cintura, enterra-se nela de uma vez fazendo os dois gritar de prazer.

- Meu Deus como eu precisava de estar dentro de ti. - Ele diz-lhe ao ouvido enquanto estoca com força, descontrolado.

Julia entrelaça as pernas na cintura dele para se segurar, esta fora de si, mal o ouve perdida nas sensações que só ele lhe consegue provocar, só agora se apercebia do quanto tinha sentido a falta dele, como era bom senti-lo dentro de si, como se sentia completa nos seus braços.

Rafael beijava-a e mordia-lhe os lábios desesperado, não queria que aquele momento terminasse mas estava à beira de atingir o orgasmo e sabia que não ia aguentar muito mais. Sentiu-a desfazer-se em mais um orgasmo chamando por ele e não aguentou mais, atingiu também ele o orgasmo, segurando-a com força contra si e chamando por ela.

Ficam abraçados por vários minutos sem dizer nada até que ela afasta-se um pouco e olha para ele sem reacção. Rafael tira um lenço do bolso e limpa-a antes de colocar-lhe as cuecas direitas novamente e arrumar-lhe o vestido, com carinho beija-lhe o seio exposto e coloca-o no sitio também. Julia não consegue dizer nem fazer nada, aos pouco a sua mente vai processando a asneira que acabou de cometer.

- Deixa-me sozinha por favor. - Ela pede num sussurro.

- Julia... - Ele começa e tenta pegar-lhe na mão mas ela afasta-se.

- Não me toques por favor. - Ela olha para ele com lágrimas nos olhos. - Sinto nojo de mim mesma por ter voltado a cair nas tuas garras.

Rafael olha para ela chocado.

- E agora? Vais a correr novamente para a cama da Luísa? - Ela pergunta com ódio.

- Porra a Inês fala demais. Eu só a chamei a minha sala e a fodi porque tinha acabado de sair do teu escritório e estava furioso e magoado por não acreditares em mim. - Ele defende-se e Julia olha para ele com os olhos arregalados, ela não sabia de nada do que ele estava a falar a Inês nunca lhe tinha contado nada.

- Meu Deus és muito pior do que eu pensava. - Olha-o horrorizada. - Afasta-te de mim eu não consigo olhar para ti. Sai por favor.

- Julia...

-SAI! - Ela grita descontrolada e ele olha-a espantado por um segundo mas depois abre a porta e sai batendo com a mesma.

Julia encosta-se à parede e fecha os olhos, não acredita no que acabou de fazer, como pôde envolver-se com ele outra vez, assim, numa sala de arrumos de uma discoteca onde ela estava com outro homem. O Pedro, ela lembra-se e chora em silêncio, como ia olhar para ele depois do que tinha feito.

Limpa as lágrimas e obriga-se a sair daquela sala. Vai à casa de banho e limpa a cara para ninguém perceber que tinha chorado, felizmente a maquilhagem que usava era à prova de água e não estava borrada. Respirando fundo voltou para a mesa, felizmente quando entrou na área Vip percebeu que o Rafael não estava lá e isso tranquilizou-a.

- Julia! Onde estiveste este tempo todo? - Inês pergunta quando ela se senta, ela olha para ela e faz um pequeno aceno de cabeça a dizer que não quer falar sobre isso e a amiga percebe imediatamente que algo grave aconteceu e segura-lhe a mão. - Felizmente apareceu um cliente e os homens foram tomar uma bebida com ele e nem se aperceberam que ainda não tinhas voltado.

- Ainda bem. - Julia suspira de alivio. - Eu fiz algo horrível. - Sussurra quase em lágrimas e Inês aperta-lhe a mão.

- Calma, falamos em casa. Agora disfarça que os homens estão a voltar.

- Peço desculpa pela demora, mas era um cliente muito importante da empresa. - Pedro desculpa-se e Julia sente-se ainda pior.

- Não te preocupes, eu percebo. - Faz um esforço e sorri. - Podemos ir embora? estou um pouco cansada.

- Sim vamos. - Pedro estende-lhe a mão e ela pega-a a sentir-se a pior das mulheres.

- Nós também vamos não é amor? - Inês pergunta

- Sim, vamos. - Ricardo concorda e vão todos embora.

- Eu vou ficar na casa do Ricardo. Ficas bem? - Inês pergunta já na rua perto dos carros.

- Sim, não te preocupes. Falamos amanhã. - Julia sorri para tranquilizar a amiga e despedem-se.

Como sempre, Pedro acompanha-a até à porta. Ela abre a porta mas não entra, quer despedir-se dele já.

- Obrigada pela noite maravilhosa. - Ela diz

- Obrigado eu. - Ele acaricia-lhe a face de leve e aproxima-se beijando-a.

O beijo começa suave mas ele vai aprofundando-o aos poucos e encosta o seu corpo no dela, mas Julia afasta-se:

- Desculpa. - Diz separando-se por completo dele. - Eu não posso, não ainda.

- Shh. - Ele pede fazendo-lhe um carinho. - Esta tudo bem. Não tens de pedir desculpa. Eu é que me apressei.

Julia sente-se cada vez pior, ele era maravilhoso e merecia alguém melhor que ela.

Percebendo que ela estava perturbada ele coloca o dedo no seu queixo e faz com que ela o olhe:

- Não tens de te sentir mal. Eu tenho todo o tempo do mundo, eu espero.

Incapaz de olha-lho nos olhos ela abraça-o:

- Obrigada Pedro. - Depois afasta-se e entra em casa. - Até amanhã.

- Até amanhã. Eu ligo-te. - Ele sorri mais uma vez e vai embora e ela fecha a porta e cai no chão a chorar desesperada, nunca se tinha sentido tão suja como naquele momento.

Prisioneiros  (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora