Prisioneiros (Em Pausa)

Capítulo 15

Fizeram amor no banho debaixo de jacto de agua e depois Rafael ajudou-a a limpar-se e vestiu-lhe um roupão.

- Eu vou até lá a baixo. Vou à padaria comprar o nosso pequeno almoço e passo na loja de roupa que há aqui perto para te comprar roupa para vestires. - Julia lembra-se de como ele lhe destruiu o vestido e sente o rosto aquecer. Ele sorri por saber do que ela se estava a lembrar, beija-a rápido e vai vestir-se. - Não demoro, até já.

Julia saiu do quarto e foi até à varanda do apartamento, estavam no ultimo andar do prédio e a vista era maravilhosa, o dia prometia ser quente novamente e ela senta-se no sofá de verga com almofadões para apanhar um pouco de sol enquanto ele não estava muito forte.

Fecha os olhos e relembra a noite anterior, tinha-se entregado a ele de uma forma tão intensa, quase selvagem, isso surpreendia-a porque ela não era assim, nunca tinha sentido a necessidade de estar com alguém como tinha sentido com ele, a entrega tinha sido total. Não sabia como a relação seria dali para a frente mas não se arrependia de nada. Estava disposta a dar um passo de cada vez sem pressas, sem fazer planos, apenas viver o momento. Não era assim que costumava pensar, mas sabia que com ele não podia fazer planos de casamento ou filhos, ele não era assim e tinha-o deixado bem claro, não negava que isso a magoava, mas não iria pensar nisso agora.

- Cheguei! - Ele anuncia da sala e ela levanta-se e entra, estava cheia de fome, porque com tudo o que aconteceu na noite anterior acabaram por não jantar.

- Que bom, estou com muita fome. - Ela sorri tímida.

- Então vamos comer. - Ele pega-a pela mão e leva-a até à cozinha. - Senta-te, eu vou tirar a coisas dos sacos e colocar na mesa.

Julia estava a terminar de comer quando o seu telemóvel começou a tocar, levantou-se e foi até à sala ver quem era.

- Não vais atender? - Rafael pergunta quando chega à sala e a vê a olhar para a tela sem atender.

- Eu ligo mais tarde. - Ela diz ainda a olhar para a tela.

- Posso saber quem era? - Ele pergunta calmo mas ela percebe que o ambiente fica estranho, olha para ele mas não responde. - Era o Pedro não era?

Julia suspira, mas responde:

- Sim, era ele.

- Vais contar-lhe sobre nós? - Rafael está muito atento às reacções dela.

- Contarei quando e se houver algo para contar. - Responde ambígua.

- Como assim? - Ele aproxima-se até ficar na frente dela. - Depois da noite de ontem tu és minha e recuso-me a dividir-te se com quem for.

- E eu Rafael vou ter de dividir-te com quantas mulheres? - Ela pergunta irritada e ele fica a olhar para ela surpreendido. Vai responder mas o telemóvel dela começa a tocar novamente e ela desta vez atende.

- Olá Inês, bom dia. - Olha para ele enquanto ouve a amiga e depois volta-lhe as costas. - Sim, está tudo bem, daqui a pouco já estou em casa. Sim claro que se mantém o que tínhamos combinado. Dentro de uma hora estou aí. Até já.

Julia olha para ele que continua no mesmo sitio a olhar para ela pensativo e suspira:

- Rafael vamos viver um dia de cada vez, sem pressa. - Ele olha-a por mais um momento mas depois suspira e concorda.

- Tudo bem um dia de cada vez. - Aproxima-se dela e beija-a. - Eu vou levar-te a casa, já percebi que tens planos com a Inês e eu tenho de ir para o escritório com o meu irmão, amanhã temos uma reunião muito importante com uns clientes. - Ele beija-lhe o pescoço e ela fecha os olhos. - Gostaria de poder passar o fim de semana todo contigo mas infelizmente não vai ser possível.

- Eu percebo. - Ela sorri e abraça-o também. - Vemo-nos na segunda à tarde, temos reunião para te apresentar algumas ideias, marquei com a Inês na semana passada.

- Óptimo, assim não terei de esperar até à noite para te ver. - Volta a beija-la desta vez um beijo mais demorado e depois solta-a e vai buscar o saco que deixou no sofá. - É um vestido, não é igual ao teu que rasguei mas penso que vais gostar. - Entrega-lhe o saco com um sorriso travesso no rosto da alusão à noite anterior.

Julia pega no saco e vai para o quarto vestir-se. Num canto do quarto encontra as suas cuecas e veste-as, depois abre o saco e tira o vestido, era azul escuro de alças finas e corpo largo e chegava perto do joelho. Voltou à sala onde encontrou os sapatos, calçou-os e pegou na mala.

- Estou pronta, podemos ir. - Ele olha-a de cima a baixo e sorri.

- O vestido ficou-te muito bem. É uma pena termos de ir. - Abraça-a e diz-lhe antes de a beijar com paixão. - Por mim rasgava esse vestido também e voltava a possuir-te uma e outra vez até ficarmos sem forças.

Julia arrepia-se toda e ao mesmo tempo sente o corpo ferver e as pernas bambas, segura-se nele com medo de não se conseguir suster sozinha e cheira-lhe o pescoço fechando os olhos.

- Mas temos de ir. - Recupera as forças e afasta-o. - Vamos embora.

Ele olha-a por um momento e ela chega a pensar que ele vai mesmo fazer o que tinha dito, mas depois ele respira fundo e dirige-se para a porta.

- Vamos.

- Importaste se não entrar? Já estou um pouco atrasado e o Ricardo já me mandou uma mensagem a perguntar onde ando. - Rafael pergunta quando pára o carro na frente do prédio de Julia.

- Não, tudo bem. Até segunda. - Ela abre a porta do carro mas ele segura-lhe o braço e a trás para junto do seu corpo e beija-a com paixão até ficarem sem ar.

- Até segunda. - Ele sussurra e solta-a.

Ela sai com as pernas bambas e ele arranca em velocidade.