Capítulo 14

159 21 1
                                    




O restaurante era o mesmo onde tinham estado a almoçar nessa semana, mas desta vez foram instalados numa sala mais reservada com poucas mesas e bastante separadas umas das outras. O ambiente era aconchegante e a iluminação era suave.

- Não conhecia esta sala. - Julia comenta quando se sentam.

- Eles têm esta sala para casais, mesas mais afastadas para maior privacidade. - Rafael explicou e Julia pergunta-se quantas mulheres ele já teria trazido para jantar ali, provavelmente muitas.

- O que foi? - Ele pergunta

- Nada de especial, estava apenas a admirar a sala. - Julia sorri para disfarçar o desconforto que está a sentir, apesar de ser ridículo não conseguia evitar sentir incomodo por ele ter estado ali com outras mulheres antes dela.

- Julia eu não... - Rafael começou mas foi interrompido por uma voz melosa nas suas costas.

- Rafael que saudades meu querido! - A loira oxigenada abraça-o e Julia sente o estômago revirar, levanta-se e pega na mala.

- Eu vou andando, com licença. - Sai ignorando o Rafael que a chama.

- Julia espera. - Ele segura-lhe o braço já na porta de saída do restaurante vira-a para si.

- Deixa-me Rafael, eu vou-me embora, foi um erro vir até aqui. - Julia tenta seguir para a rua mas ele segura-a com mais força, ficam os dois a olhar-se numa batalha silenciosa até que o Rafael suspira.

- Muito bem, vamos embora. - Ainda a segurá-la pelo braço leva-a até ao carro, abre a porta e ajuda-a a entrar, dá rapidamente a volta ao carro, entra e coloca-o em andamento.

Julia manteve-se em silêncio durante algum tempo, estava com muita raiva, mas de si mesma por ter tido uma crise de ciumes, sabia que não tinha esse direito mas ver outras mulheres com tanta intimidade com ele só servia para a relembrar do sacana que ele era.

- Eu não posso apagar o meu passado. - Ele adivinha os pensamentos dela e ela olha-o espantada.

- Eu sei. - Suspira. - Mas eu não sei se conseguirei lidar com isso.

Rafael aperta o volante com raiva.

- Porra Julia eu estou disposto a tentar e tu, estás? - Ele aproveita um sinal vermelho para olhá-la nos olhos, ela olha para o seu semblante sério sem saber o que responder, até encontrar aquela mulher no restaurante achava que sim, mas agora não sabia se seria capaz.

- Não sei Rafael. - Ela responde baixinho e ele pragueja antes de arrancar com o carro a toda a velocidade.

O silêncio tomou conta do interior do carro, ambos perdidos nos próprios pensamentos, até que Julia percebe que estão a entrar na garagem de um prédio que não conhece, estava tão perdida nos seus pensamentos que nem se apercebeu que não estavam a ir para a sua casa.

- Onde estamos? - Pergunta

- Em minha casa. - Ele responde mais calmo mas ainda sério.

Julia abre a boca, mas ele interrompe-a de imediato:

- Temos de falar e aqui ninguém nos vai interromper. - Ela olha para ele descrente e ele suspira impaciente e explica. - Nunca trouxe nenhuma mulher para minha casa, aqui ninguém vai nos importunar.

Ele sai do carro e ela segue-o ainda a assimilar a informação que ele nunca trouxe nenhuma mulher para casa.

A decoração da casa é toda estilo moderno, linhas direitas em tons de preto e branco, muito impessoal, apenas algumas fotos de família tornam evidente que a casa é habitada.

- Mal tenho tempo para estar em casa, comprei a casa já decorada e nunca mudei nada. - Ele explica mais uma vez adivinhando o que ela estava a pensar.

- Pois, imagino que não passes mesmo muito tempo aqui. - Ela provoca, fazendo alusão à informação de que ela nunca trouxe uma mulher para casa.

Rafael perde a cabeça, avança até ela e beija-a colocando-lhe uma mão na nuca e outra na cintura, impedindo-a de recuar. Inicialmente o beijo era uma punição mas rapidamente se torna num beijo sensual cheio de paixão, ele invade a boca dela com a língua, brincando com a dela e Julia rende-se, não tem mais forças para lutar contra a paixão que a sufoca, agarra-o pela nuca e entrega-se ao beijo, como se a sua vida dependesse dele.

Rafael sente a sua rendição e aperta-a mais junto ao seu corpo, à muito que espera por este momento e sente que não consegue esperar mais, a mão que estava na sua nuca desce até um dos seus seios e aperta-o, fazendo-a arrepiar-se e arquear o corpo mais para junto do dele, a outra mão ele desce até à barra do vestido, puxando-o para cima até encontrar a pequena peça de langerie que ele afasta para poder tocá-la sem barreiras, ela está quente e húmida, tão pronta quanto ele.

Julia sente os dedos dele tocá-la e todo o seu corpo sacode em espasmos de prazer, agarra-lhe os ombros com força e abre mais as pernas em busca de mais prazer.

- Por favor Rafael. - Ela pede num gemido

Rafael para de beija-la, afasta-a de si para poder olha-la nos olhos, estão escuros de prazer, completamente toldados pelo desejo e ele sente o seu membro pulsar dentro das calças, cada vez mais excitado, sempre soube que ela sentia o mesmo que ele e agora podia comprová-lo. Sem paciência para tentar descobrir como o vestido de abria, agarrou-o pelo barra e rasgou-o em dois, atirando-o para longe aprecia a mulher linda na sua frente apenas com umas cuecas minúsculas e saltos altos. Ela era ainda mais perfeita do que ele tinha imaginado, os seios eram redondos e fartos, feitos para serem acariciados por ele.

Talvez mais tarde, Julia sentisse vergonha de estar sem roupa diante dele, mas no momento estava demasiado excitada para pensar nisso, ela também tinha urgência em estar com ele, senti-lo, pele contra pele. Sem hesitar tira-lhe o casaco e sem paciência para abrir os botões da camisa, puxa-a, arrancando os botões todos de uma vez e atira, também ela a camisa para longe. Coloca as mãos no peito dele e ele suspira de prazer, incentivada pelo suspiro, ela beija-lhe o peito, deliciando-se com o calor e rigidez dos músculos dele.

Rafael pega-a ao colo e leva-a pelo corredor até à ultima porta, abre-a e entra com ela. Estão no quarto dele, deita-a na cama, tira-lhe a ultima peça que ela tem vestida, tira o resto da sua roupa, abre-lhe as pernas e coloca-se entre elas, segura-as abertas e beija-lhe o sexo sugando-o com prazer. Julia enrosca os dedos no cabelo dele e puxa-o para si.

- Agora Rafael, por favor. - Suplica e ele beija-a com paixão e entra nela de uma vez, fazendo ambos gritarem, o prazer de estar dentro dela é incomparável e elouquecedor ao mesmo tempo, ele fica imóvel por alguns segundos para se controlar, apenas a olhar para ela onde vê o seu desejo reflectido, e depois começa a estocar de forma firme e compassada levando ambos até ao precipício.

Rafael observa Julia a dormir e pergunta-se o que tem aquela mulher para mexer tanto com ele, sentia uma necessidade por ela que nunca tinha sentido por nenhuma outra e não sabia como lidar com isso.

Julia abre os olhos e a primeira coisa que vê é o Rafael deitado ao seu lado a olhar para ela. Aos poucos a memória da noite passada vem e sente o seu rosto ficar corado. Rafael sorri e afastando o lençol coloca-se em cima dela.

- Bom dia. - Sorri de lado e beija-a

- Bom dia. - Ela responde envergonhada.

Ele beija-lhe o pescoço e as suas mãos percorrem o corpo dela possessivas.

Julia sente o desejo voltar com a mesma intensidade da noite passada e isso surpreende-a e assusta-a.

- Eu preciso de tomar um banho. - Ela diz desenvencilhando-se dele.

- Óptima ideia. - Ele beija-a de leve na boca, sorri de lado, sai da cama e pega-a ao colo. - Vamos tomar um banho.

Julia emite um grito de susto, mas acaba a sorrir e envolve o pescoço dele com as mãos, era muito bom estar com ele e não iria fugir, era assustador mas maravilhoso ao mesmo tempo e estava disposta a tentar, o tempo lhe diria se resultaria ou não.

Prisioneiros  (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora