Capítulo 12

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Ele parou o carro junta a casa de praia e Julia olha-o de forma interrogativa.

- Queria conversar contigo sem sermos interrompidos e aqui parece-me o melhor lugar. Hoje é quinta-feira nem o meu irmão nem os meus pais vêm cá durante a semana.

Julia apenas assente, estava disposta a dar-lhe uma oportunidade, pelo menos ia ouvir o que ele tinha para lhe dizer.

Rafael sai do carro e dá a volta para a ajudá-la a sair.

- Obrigada. – Ela Agradece aceitando a sua ajuda. Depois de a ajudar a sair do carro, ele entrelaça os seus dedos nos dela e seguem de mão dada até à porta de entrada.

Quando entram ele guia-a até à traseira da casa e pede-lhe que se sente na sala:

- Vou preparar uma bebida, o que queres beber? – Apesar de tentar esconder, ele está nervoso.

- Um sumo de frutas se tiveres, não quero nada com álcool. – Ele assente e vai até à cozinha de onde volta com dois sumos de laranja.

Entrega-lhe um e senta-se ao seu lado, deixando o seu sumo na mesa de centro.

- A última vez que nos vimos foi aqui e o que me disseste ainda está bem presente na minha mente. – Rafael começa.

- Rafael... - Julia tenta falar mas ele não a deixa e continua.

- Eu nunca tive um relacionamento na minha vida, não sei o que isso é ou o que leva as pessoas a querer ter um. A única coisa que eu sei é que não consigo tirar-te da minha cabeça, e eu tentei e muito. Mas cada dia longe foi uma tortura, eu preciso estar contigo, não sei o que é isto que sinto, pois nunca senti nada parecido por mulher nenhuma. Não sei quanto tempo vai durar. Só sei que preciso de ti. – Ele olha-a com intensidade.
- Eu não... - Julia começa mas o seu telemóvel começa a tocar e ela procura-o na mala, quando o encontra vê que é o Pedro que lhe está a ligar e o Rafael, que está sentado mesmo na sua frente também vê.

- Não atendas. – Ele mais que ordena do que pede e ela levanta-se e atende a chamada.

- Olá Pedro. Como estás?

- Olá Julia. Que bom ouvir a tua voz, estou cheio de saudades.

Como a sala estava em total silêncio o Rafael conseguia ouvir o que o Pedro estava a dizer e serrou os punhos com força, a sua vontade era tirar-lhe o telefone e mandá-lo para o mar. Não sabia que eles mantinham contacto, depois que ele viajou por causa de um problema na sucursal de Londres pensou que tinham perdido o contacto afinal ele já lá estava à 2 semanas.

- Também sinto a tua falta. – Desta vez o Rafael levantou-se e olhou de forma ameaçadora para a Julia, fazendo-a perceber que o melhor era ela desligar a chamada rápido.

- Estou a ligar-te para te dizer que ainda vou ficar mais uns dias em Londres, talvez consiga voltar a semana que vem.

- Ah, é uma pena. Pensei que voltavas amanhã. Mas falamos melhor amanhã, liga-me quando puderes que eu agora tenho de atender outra chamada.

- Até amanhã então. Um beijo.

- Outro para ti. – Julia desliga a chamada e olha para um Rafael furioso na sua frente, ele está com ar de quem vai explodir a qualquer segundo.

- Mas que raio! Não quero que fales mais com o Pedro. Esquece-o. – Ele ordena furioso.

- Tu não me dás ordens. – Julia responde altiva.

Ainda furioso ele enlaça-a pela cintura e beija-a rude, mordendo-lhe os lábios para a obrigar a abri-los e dar passagem para a sua língua. Julia resiste apenas no primeiro segundo, depois deixa-se levar, sentia a falta dos beijos dele, de sentir o calor do corpo dele. Colocou os braços à volta do pescoço dele e entrelaçou os dedos nos cabelos dele segurando-os com força e ele gemeu  na sua boca, excitando-a ainda mais.

O som de telemóvel dele faz com que ambos saltem para trás, afastando-se um do outro.

-É a Inês. Deve ser importante. – Ele explica e Julia apenas assente.
- Sim Inês. – Ele atende
- Rafael tens uma reunião marcada para daqui a 5 minutos com os chineses, como sei que a reunião é muito importante e ainda não voltaste do almoço achei melhor avisar-te. – Rafael fecha os olhos com raiva e pragueja baixinho.

- Obrigado Inês, já vou a caminho. – Olha para a Julia. – Tenho de ir tinha-me esquecido totalmente de uma reunião importante que tenho marcada para daqui a 5 minutos.

Julia assente.

- Melhor irmos então. Posso ficar mesmo na frente do teu escritório que de lá apanho um táxi até ao meu carro.

- Janta comigo, hoje terei que jantar com uns clientes, mas jantamos amanhã. – Julia hesita e ele continua. – Temos de terminar a nossa conversa, esta situação está insuportável.

- Tudo bem, jantamos amanhã. – Ela cede.

Ele avança para ela e beija-a rápido:

- Vou buscar-te às 8 na tua casa. – Ela assente em resposta e ele pega na mão dela e vão embora.

Quando chegaram ao escritório dele, apesar de ela ter dito que não era necessário, ele insistiu que ela entrasse que ele ia pedir ao motorista da empresa que a levasse até ao seu carro.

Na receção foram atendidos pela Luísa que olhou com paixão para ele:

- Luísa peça por favor ao Tomás que leve a Senhorita Julia onde ela lhe pedir. – Quando ouviu o nome dela, a Luísa olhou para ela com tanto ódio que Julia pensou que se olhar matasse já podiam estar a preparar o seu funeral.

- Claro Rafael, vou já tratar disso. – Ela sorri para ele e faz a ligação para o motorista.

Rafael vira-se para Julia e tenta aproximar-se para lhe dar um beijo mas ela estende a mão e ele vê-se obrigado a aceitar, apesar do olhar dele lhe dizer que não tinha gostado do gesto e que falariam sobre isso depois. Mas infelizmente agora ele não tinha tempo, já estava 10 minutos atrasado e a Inês já lhe tinha enviado uma mensagem a avisar que os chineses estavam a ficar impacientes.
- Até amanhã Julia. - Ele diz as palavras com intensidade como que fazendo uma promessa e Julia sente um arrepio pelo corpo todo.
- Até amanhã Rafael.
Luísa olha atenta para eles, estava furiosa, aquela era a mulher que andava a dar a volta à cabeça do Rafael. Não acreditava que ele preferisse aquela morena sem sal em vez dela.

Prisioneiros  (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora