Capítulo 19

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- Sr. Frederico, já vou destravar o portão. (Disse Virgílio.)

- Obrigada, Virgílio.

Logo em seguida o portão destravou, entramos e logo que avistou minha acompanhante, Virgílio foi logo me perguntando:

- E essa bela jovem, quem seria? (Ele estava curioso, já que eu nunca havia trago companhia à casa da minha avó.)

- Ah, claro. Esta é a senhorita Elisa, é uma amiga. Elisa este é o Virgílio, fiel amigo da família. (Os apresentei.)

- Prazer, Virgílio.

- O prazer é meu, senhorita. Por favor, entrem, a senhora Luiza está aguardando na sala.

Logo que entramos, já pude ver e ouvir o som da voz da minha querida avó.

-  Frederico, meu querido!

- Oi, vovó. Estava com muita saudade da senhora.

- E essa bela moça, é a sua namorada? (Fiquei deveria ter pensando melhor antes de trazer Elisa comigo. Lá vem a sabatina!)

- Não, vovó. Essa é Elisa, apenas uma amiga, ainda.

- Prazer em conhecê-la, senhora. (Disse com um sorriso amarelo, revelando que esteva sem jeito com a situação.)

- E você, meu querido. Quando vai tomar jeito, se casar e me dar um bisneto?

- Vovó, sabe que não é preciso se casar para ter filhos, né? E pra quê precisa de bisnetos meus, o André te dará bastante.

- Meu amor, não me venha com essa conversa de ter filhos sem formar uma família. E preciso de bisnetos seus, porque seus filhos serão tão belos e amorosos quanto você.

- Chega dessa história, a Elisa já deve estar entendiada com nossa conversa.

- Que isso, acho justo a sua avô querer o neto amado casado e com filhos. (O que essa maluca pensa que está fazendo? Está me jogando na fogueira.)

- Pois bem, tá querendo ser a mãe dos meus filhos?

- Não é assim meu querido. Essa moça me parece ter fibra, para ser mãe dos teus filhos você terá que lutar bastante para conquistá-la.

- Muito bem, a conversa tá boa, mas precisamos ir. Vovó, fica com Deus, se cuida, semana que vem venho lhe visitar.

- Está cedo, fiquem mais um pouco.

- Não podemos, vovó. Temos um compromisso, e o caminho é longo até lá.

- Está bem, aguardo você na próxima semana e minha querida, você pode voltar quando quiser.

- Obrigada, quem sabe eu volto um dia. Foi um prazer conhecer a senhora.

Assim que chegamos no carro, eu fui tirar satisfação com ela.

O que foi aquilo? Queria me complicar com a minha avó?

- Eu? Você é que tentou me usar como desculpa para cortar o assunto da sua avó.

- Nossa, mil desculpas por eu não querer magoar a minha avó dizendo que não pretendo me casar tão cedo e muito menos que não sei se terei filhos!

- Hum... Não pensei por esse ponto de vista, desculpa. E agora, para onde vamos?

- Pelo horário, não vamos conseguir um bom lugar para comer. Mas sei de um lugar aconchegante, um ambiente tranquilo para conversar e cujo chefe cozinha muito bem. (Ela vai cair nos meus encantos, tenho certeza!)

- Ok. Me diz onde é, já estou com fome.

- Fica na rua 14, n° 16, Jardim Califórnia.

- Então, vamos!

Ao chegarmos na rua do meu apartamento, ela ficou com cara de dúvida.

- Olha, deve ser engraçado para você me fazer dirigir por toda a cidade, mas isso nāo tem graça! Estou com fome, minha glicose está baixando e você de curtição com a minha cara.

- Ei! Se acalma, não estou de curtição e também estou com fome.

- Então cadê o restaurante?

- Eu não disse que íamos a um restaurante, disse que tinha um lugar onde podíamos comer e ter tranquilidade. (Isso era verdade, ele não usou a palavra "restaurante", mas da forma como disse, deu a entender que era um lugar do gênero.

- Se não é um restaurante, aonde é que vamos comer?

- No meu apartamento, eu cozinharei para nós!

- Argh...Jura que você achou que ia me fazer cair nessa história de jantar contigo na sua casa e dormir na sua cama? (Gritou com revolta.)

- Olha, princesa. Não tinha pensando nessa possibilidade, mas pelo visto você pensou por nós. Acho que você tá me querendo. (Disse sorrindo para ela.)

- Chega! Desce do meu carro, acabou meus serviços de motorista.

- Deixa de besteira, vamos para minha casa, vou fazer nosso jantar. Prometo ficar quieto, só farei algo se for da sua vontade.

- Não, obrigada.

- Para de infantilidade, vamos logo, já não aguento mais de fome.

- Eu vou, mas se pensar em fazer algo comigo, te juro que você nunca poderá ter filhos, se é que me entende!

- Entendi perfeitamente, senhorita.

- Entre na garagem, vou abrir o portão. Ainda bem que lembrei de pegar meu controle antes de deixar meu carro. Agora estacione naquela vaga logo ali à esquerda.

Não pude deixar de ficar olhando para aquele belo rosto, ela era encantadora, pena que com um gênio ruim.

- O que foi, perdeu algo na minha cara? Ou estou com a cara sua de merda?

- Credo, Mulher! Você é muito mal-humorada, estou apenas pensando no que você poderia estar pensando...Caso não saiba, quando pensa, faz umas caras muito enigmáticas.

- Não queira saber meus pensamentos e não faço cara nenhuma.

- Mas mal-humorada você concorda que é?

- Você tem o dom de me deixar mal-humorada, parabéns!

- Caramba! Vamos comer, talvez esse seu mal-humor seja fome. Venha...

Dei passagem para que ela saísse do elevador, abri a porta do meu apartamento e pedi para que ela entrasse.

- Com licença.

- Toda! Sinta-se em casa. Espere aqui, já volto...

 

Preciso me trocar, ficar mais a vontade para cozinhar.

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Encontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora