- Sr. Frederico, já vou destravar o portão. (Disse Virgílio.)
- Obrigada, Virgílio.
Logo em seguida o portão destravou, entramos e logo que avistou minha acompanhante, Virgílio foi logo me perguntando:
- E essa bela jovem, quem seria? (Ele estava curioso, já que eu nunca havia trago companhia à casa da minha avó.)
- Ah, claro. Esta é a senhorita Elisa, é uma amiga. Elisa este é o Virgílio, fiel amigo da família. (Os apresentei.)
- Prazer, Virgílio.
- O prazer é meu, senhorita. Por favor, entrem, a senhora Luiza está aguardando na sala.
Logo que entramos, já pude ver e ouvir o som da voz da minha querida avó.
- Frederico, meu querido!
- Oi, vovó. Estava com muita saudade da senhora.
- E essa bela moça, é a sua namorada? (Fiquei deveria ter pensando melhor antes de trazer Elisa comigo. Lá vem a sabatina!)
- Não, vovó. Essa é Elisa, apenas uma amiga, ainda.
- Prazer em conhecê-la, senhora. (Disse com um sorriso amarelo, revelando que esteva sem jeito com a situação.)
- E você, meu querido. Quando vai tomar jeito, se casar e me dar um bisneto?
- Vovó, sabe que não é preciso se casar para ter filhos, né? E pra quê precisa de bisnetos meus, o André te dará bastante.
- Meu amor, não me venha com essa conversa de ter filhos sem formar uma família. E preciso de bisnetos seus, porque seus filhos serão tão belos e amorosos quanto você.
- Chega dessa história, a Elisa já deve estar entendiada com nossa conversa.
- Que isso, acho justo a sua avô querer o neto amado casado e com filhos. (O que essa maluca pensa que está fazendo? Está me jogando na fogueira.)
- Pois bem, tá querendo ser a mãe dos meus filhos?
- Não é assim meu querido. Essa moça me parece ter fibra, para ser mãe dos teus filhos você terá que lutar bastante para conquistá-la.
- Muito bem, a conversa tá boa, mas precisamos ir. Vovó, fica com Deus, se cuida, semana que vem venho lhe visitar.
- Está cedo, fiquem mais um pouco.
- Não podemos, vovó. Temos um compromisso, e o caminho é longo até lá.
- Está bem, aguardo você na próxima semana e minha querida, você pode voltar quando quiser.
- Obrigada, quem sabe eu volto um dia. Foi um prazer conhecer a senhora.
Assim que chegamos no carro, eu fui tirar satisfação com ela.
O que foi aquilo? Queria me complicar com a minha avó?
- Eu? Você é que tentou me usar como desculpa para cortar o assunto da sua avó.
- Nossa, mil desculpas por eu não querer magoar a minha avó dizendo que não pretendo me casar tão cedo e muito menos que não sei se terei filhos!
- Hum... Não pensei por esse ponto de vista, desculpa. E agora, para onde vamos?
- Pelo horário, não vamos conseguir um bom lugar para comer. Mas sei de um lugar aconchegante, um ambiente tranquilo para conversar e cujo chefe cozinha muito bem. (Ela vai cair nos meus encantos, tenho certeza!)
- Ok. Me diz onde é, já estou com fome.
- Fica na rua 14, n° 16, Jardim Califórnia.
- Então, vamos!
Ao chegarmos na rua do meu apartamento, ela ficou com cara de dúvida.
- Olha, deve ser engraçado para você me fazer dirigir por toda a cidade, mas isso nāo tem graça! Estou com fome, minha glicose está baixando e você de curtição com a minha cara.
- Ei! Se acalma, não estou de curtição e também estou com fome.
- Então cadê o restaurante?
- Eu não disse que íamos a um restaurante, disse que tinha um lugar onde podíamos comer e ter tranquilidade. (Isso era verdade, ele não usou a palavra "restaurante", mas da forma como disse, deu a entender que era um lugar do gênero.
- Se não é um restaurante, aonde é que vamos comer?
- No meu apartamento, eu cozinharei para nós!
- Argh...Jura que você achou que ia me fazer cair nessa história de jantar contigo na sua casa e dormir na sua cama? (Gritou com revolta.)
- Olha, princesa. Não tinha pensando nessa possibilidade, mas pelo visto você pensou por nós. Acho que você tá me querendo. (Disse sorrindo para ela.)
- Chega! Desce do meu carro, acabou meus serviços de motorista.
- Deixa de besteira, vamos para minha casa, vou fazer nosso jantar. Prometo ficar quieto, só farei algo se for da sua vontade.
- Não, obrigada.
- Para de infantilidade, vamos logo, já não aguento mais de fome.
- Eu vou, mas se pensar em fazer algo comigo, te juro que você nunca poderá ter filhos, se é que me entende!
- Entendi perfeitamente, senhorita.
- Entre na garagem, vou abrir o portão. Ainda bem que lembrei de pegar meu controle antes de deixar meu carro. Agora estacione naquela vaga logo ali à esquerda.
Não pude deixar de ficar olhando para aquele belo rosto, ela era encantadora, pena que com um gênio ruim.
- O que foi, perdeu algo na minha cara? Ou estou com a cara sua de merda?
- Credo, Mulher! Você é muito mal-humorada, estou apenas pensando no que você poderia estar pensando...Caso não saiba, quando pensa, faz umas caras muito enigmáticas.
- Não queira saber meus pensamentos e não faço cara nenhuma.
- Mas mal-humorada você concorda que é?
- Você tem o dom de me deixar mal-humorada, parabéns!
- Caramba! Vamos comer, talvez esse seu mal-humor seja fome. Venha...
Dei passagem para que ela saísse do elevador, abri a porta do meu apartamento e pedi para que ela entrasse.
- Com licença.
- Toda! Sinta-se em casa. Espere aqui, já volto...
Preciso me trocar, ficar mais a vontade para cozinhar.
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