Capítulo 18

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- Pensando em você nu? Estou pensando no que eu fiz de errado para ter que suportar a sua presença!

- Princesa, não precisa disfarçar, sei que está louca para ver o que tem debaixo deste terno. (Não sei ao certo em quê ela estava pensando, mas sei que era algo inapropriado, não pude resistir e dizer que era comigo.)

- Argh... O que você tem ou deixa de ter debaixo do terno, não me interessa nem um pouco.

- Não teria tanta certeza assim.

- Deixa eu te lembrar de uma coisa, concordei em mais uma vez te dar uma "carona", mas para tal, você iria seguir as regras dentro do carro. Portanto, CALADO!

- Prin...

- Cala essa sua boca agora, senão te jogo para fora desse carro. E tenha a absoluta certeza de que faço isso!

Não tive como continuar falando, com aquele olhar dela, tenho certeza de que ela me jogaria para fora do carro sorrindo! Mas eu não resisto, tenho que implicá-la, é mais forte que eu. Ela queria que eu disse para onde estávamos indo, só que resolvi me manter calado, fazer a vontade dela e não dizer nem um “a”. Isso a fez ficar mais possessa, me chamou de infantil e tudo.

- Agora eu posso falar? (Disse a ela com ironia.)

- Para falar coisas que valham a pena serem ditas? Sim, você pode falar.

- Vamos para a rua Santos, 16 no setor Bueno.

- OMG! Tenho que te levar para o outro lado da cidade? (Tá que íamos atravessar a cidade, mas poxa, ela reclama demais! )

- O que foi? E porque tá com essa cara sapeca? (Falei cara de sapeca, mas na verdade a cara dela era de muito safadinha.)

- Olha aqui, estou extremamente indignada de ter que levá-lo para o outro lado da cidade, você atrapalhou todos os meus planos. E mais uma coisa, a cara que faço ou deixo de fazer NĀO É DA SUA CONTA!

- Não era minha intenção atrapalhar seus planos com seu namorado, a culpa foi sua por ter batido no meu carro e atrapalhado todos os meus planos para hoje. E, sim, é da minha conta a cara que faz ou deixa de fazer, pois a última que fez, quase nos matou!!

Citei o namorado, pois eu precisava muito tirar minhas dúvidas sobre a situação amorosa dela, apesar de eu achar que é quase nula, pois tá com cara de quem está na “seca” ou de “insatisfeita” com o desempenho do “namoradinho”.

- Você só deve pensar em romance e sexo, né?! Os planos que você atrapalhou não tem nada haver com nenhuma dessas duas coisas, ao contrário de você, eu sou uma profissional responsável e me preocupo em cumprir com os prazos negociados. E minha vida pessoal não é da sua conta, e mais uma coisa, se está com medo da forma como dirijo o MEU carro, terei o maior prazer em te deixar num ponto de táxi ou num ponto de ônibus, o que preferir!

- Já disse que não gosto de táxi, ônibus? Se não gosto de táxi, de ônibus muito menos! Hum...então é uma mulher que vive para o trabalho, está solteira?

- Você é um babaca, sabia?! Já lhe disse que minha vida pessoal não é da sua conta.

- Não precisa responder, a sua agressividade quanto a este assunto diz tudo.

Essas respostas evasivas dela só servem para constatar o que eu pensava, está solteira sim.

- Argh... Vai se ferrar!

- Sua agressividade excessiva me faz pensar ainda mais, parece uma gata raivosa subindo pelas paredes. Não anda gastando energia, princesa?

Ops.. acho que falei demais, assim que fechei a boca, ela pisou no freio, encostando o carro no meio fio, que por sinal era uma área proibida para estacionar.

- Opa... Vai me agarrar aqui mesmo, na frente de todas essas pessoas que estão caminhando na calçada? (Já estou compulsivo na arte de implicá-la, não consigo mais me controlar.)

- SAIA DO MEU CARRO AGORA! (ela falou aos berros)

- Tá louca? Não vou sair, você vai me levar aonde eu preciso ir.

- Te falei sobre as regras "dentro do carro", não vou admitir que venha fazer suposições sobre a minha vida amorosa e sexual. Saia!

- Olha aqui, peço desculpas se te ofendi. Então, por favor, me leve aonde preciso ir e eu me comprometo a não lhe dizer mais nada. Tudo bem?

- Ok... Mas na primeira gracinha, te jogo para fora do carro ainda em movimento, te juro!

- Tá bem. (Fui sincero, acho que ela já deve estar louca comigo, não paro de perturbá-la.)

Fui sincero, acho que ela já deve estar ficando louca comigo, não paro de perturbá-la. Portanto, me mantive calado até chegarmos ao endereço que havia dado à ela.

- Prontinho, está entregue. (me disse como quem entrega um fardo pesado que carregava, fiquei pesaroso de ter a “infernizado” boa parte do tempo, mas também não queria me despedir dela agora, não ainda.)

- Meu compromisso vai durar apenas uns 20 minutos, você, assim como eu, só fez aquela refeição do almoço e já está de noite. Aceitaria jantar comigo? (Não sei de onde tirei de convidá-la para jantar comigo, mas convidei.)

- Acho melhor não, já tive muito de você por hoje.

- Tá, sei que não fui a melhor companhia durante o dia, mas a noite, talvez, eu seja uma boa companhia. Me dá uma chance? (Não posso deixá-la ir agora.)

- Tudo bem, aceito jantar com você. Mas se voltar a ser babaca, te deixo falando sozinho!

- Combinado! (Foi inevitável sorrir, continuaremos juntos mais um tempo.)

Fui até o lado do motorista para ajudá-la a sair do carro, mas ela não fez menção de descer.

- O que foi, não vai descer? (Perguntei.)

- Acho melhor te esperar aqui.

- O quê? Tá louca? Não é seguro ficar dentro do carro, ainda mais sozinha e a noite. Vem, você entra comigo, não vou demorar. (Fui pegando a mão dela e auxiliando ela para sair do carro, ela me olhou meio surpresa, será que tem haver com meu comportamento menos “chato”?!)

- Ok. Mas estou apropriadamente vestida para sei lá o que que você veio fazer aqui?

- Está perfeita. (E ela realmente estava perfeita.)

Toquei o interfone da casa da minha avó, não havia planejado trazer uma garota a casa dela, só espero que ela não me perturbe com lance de casamento e nem se empolgue vendo a Elisa. Virgílio atendeu ao interfone...

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