Capítulo 30 - Frieza

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"A gentileza é um dom, a frieza é uma opção"

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“Clanc”, a porta da sala é aberta, Anthony deu as caras, caminhou até Noah e começou a desatar suas amarras.

─ A chefia quer que você volte para as ruas! Para a sua sorte, esse maldito teste ainda não terminou! ─ falou, furioso.

─ Sair?! Agora?! ─ perguntou surpreso. ─ Não posso caminhar com firmeza! Não tem muitas horas que eu fui costurado, a ferida nem sequer cicatrizou por completo!

─ E quem disse que eu ligo?! Vamos! Levanta!

Falou ao terminar. Noah se levantou devagar, tomando o máximo de cuidado com o seu “ferimento”, levou uma mão ao local, e Anthony, sem paciência, o puxou pela gola o arrastando para fora da sala à força.

Caminhando sem rumo, sem um local definido em mente, Noah cruzava a calçada da Avenida Principal indo do lado oposto ao qual o caminho de sua casa se localizava, indo ao lado oposto do “Café Rose”. O rosto Even era a única coisa que preenchia sua cabeça farta, já havia se passado três dias desde que tudo aquilo aconteceu, e ele ainda não queria dizer que tudo isso era real, mas pensou demais sobre o ocorrido e começou a acreditar que, se você quer ver a felicidade da pessoa que ama, as vezes é necessário que abra mão para que isso aconteça, as vezes deixar essa pessoa distante de você pode ser a melhor coisa que você possa fazer por ela, e Noah acreditava nisso, a felicidade de Even em primeiro lugar. Ela fez tão bem para ele, esteve lá enquanto caia, ofereceu no momento, tudo o que ele estava necessitando, afeto e carinho, construiu sonhos com ele, e era exatamente disso o que Noah estava precisando, algo para começar de novo e esquecer a sua miserável vida, e Even estava lá, o oferecendo tudo o que necessitava, no lugar certo, na hora certa, mas infelizmente, era a pessoa incorreta.

Foi questão de tempo para Noah visse Even distante ao horizonte, ela frequentava muito aquela avenida, em bibliotecas e livrarias, e naquele exato momento estava saindo da loja com uma pequena sacola de papel em mãos, seu sorriso era sempre estonteante aos olhos. Noah parou em frente à uma loja de variedades e escorou-se na parede para observá-la, não era comum a ver de vestido, mas ela ficava linda sempre que usava, ele se ajustava em cada curva deixando sua beleza ainda mais à mostra, seus cabelos castanhos dançavam ao vento quando caminhava, Noah lembrou-se do dia em que a viu pela primeira vez, a “magia” era a mesma, mas era como se ele nunca tivesse visto aquilo. Não queria interromper aquele momento de felicidade indo até ela, Noah queria que ela continuasse daquela mesma forma sempre, mas precisava saber se estava bem, esse era seu maior ponto fraco, a gentileza. Com passos vagarosos e calculados, ele foi se aproximando da garota cada vez mais, ela não notou sua presença, então Noah segurou gentilmente seu braço direito levantando um pouco para visualizar o pulso, a numeração “12”, em romanos, estava lá gravado. Even se assustou com a ação repentina e puxou seu braço rapidamente das mãos de Noah.

─ O que você acha que está fazendo?! ─ reverberou.

─ Só queria saber se estava bem.

XIII - Lágrimas na Chuva (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora