Diego narrando.
Enquanto eles a arrastavam para um carro preto, obviamente blindado, eu corri atrás do carro o quanto pude.
- Parem agora! - Berrei com toda minha força.
De tanto correr já estava perdendo as forças das pernas e o suor já estava por todo meu rosto.
Todos me olhavam com uma expressão de medo e pena, mas ninguém se movia para ver se algo estava errado - o que era muito obvio - eu parei de correr depois de correr quase meia hora atrás e eles acelerarem e me fazerem perder eles.
Mesmo nervoso eu gravei a placa do carro, porém, tenho certeza que não é uma placa registrada.
- Não... Não... Não... - Mesmo com as mãos tremulas eu peguei meu celular e liguei para a polícia.
- 190, como posso ajudar? - Uma mulher atendeu ao telefone.
- Minha... Minha amiga da foi sequestrada... - Eu gaguejava, e não conseguia organizar as palavras e nem mesmo respirar direito. - E-Eu... Eu estou precisando de ajuda, por favor! - Os soluços começaram a sair involuntariamente.
- Se acalme senhor, estamos mandando uma viatura. Onde o senhor está? - A calma dela ao perguntar estava me irritando.
Eu falei exatamente onde eu estava. Nome da rua, referencia, tudo. Assim que ela desligou meu coração saltava tanto que eu não conseguia nem ao menos ficar parado, peguei meu celular novamente e digitei o número de Rebecca.
Quando se tratava de pagamentos eu já sabia sobre o que se tratava. Assim que ela atendeu eu não contive minha raiva:
- QUE MERDA VOCÊ FEZ? - Vociferei.
- O que? Do que está falando? - Ela ficou nervosa.
- Eu estou falando do traficante que veio me pedir algo hoje. - Rosnei.
A linha ficou em silêncio por alguns segundos.
- Diego, eu não me envolvi com ninguém recentemente, eu juro. Eu estou limpa. E-Eu... Eu não fiz nada.
- Rebecca... Diz logo, você disse meu nome para alguém ou ficou devendo? - Ela ficou em silêncio novamente. - RESPONDE! - Gritei colocando meu cabelo para trás.
- Tudo bem. Eu fiz isso, eu já falei de você uma vez..., Mas o cara disse que eu não precisava pagar, que era só eu não voltar nunca mais e foi o que eu fiz Diego... Eu não voltei mais lá, eu juro. - Explicou com a voz esganiçada.
- Se você estiver mentindo eu não vou mais deixar você na minha casa.
- O que aconteceu? Porque... Porque está tão nervoso?
- A Alana foi sequestrada por sua culpa! - Exclamei, impaciente.
- O que?! - Sua respiração ofegante podia-se ouvir pelo telefone. - Me manda o endereço de onde você está, eu vou aí agora.
- É melhor não. Fica onde está. - Desliguei o telefone sem deixar ela contentar sobre isso.
Eu tinha que dar um jeito de trazer Alana de volta, eu jamais vou me perdoar se algo acontecer ou se ela ficar ferida. Que merda! Seria melhor se eu apenas tivesse aceitado conversar com ela dentro da faculdade.
Sou um teimoso e orgulhoso. Eu não consigo olhar para ela sem sentir vontade de abraçar, porém eu também sinto uma enorme vontade de ser desprezível com ela, de manda-la para bem longe de mim. Todas as lembranças se afloram quando ela está perto de mim.
Algo que eu pensei que tinha superado, enterrado. Só com uma aparição veio à tona e parece que está se intensificando. Acho que isso é o que chamam de "trouxisse" hoje em dia. Ela pode até estar atrás de mim, mas eu tenho certeza que é para nada mais que um pedido de desculpas, só isso. E eu não quero ouvir, pois... Eu vou desculpar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O preço de amar a Cristo
EspiritualO primeiro livro se chama "O preço de ser cristã". Leiam primeiro ele e depois aqui. Agora, de volta ao Brasil depois de alguns anos, Alana terá que enfrentar o desafio de conseguir o perdão de seus amigos, ela também vai experimentar mais uma vez...