Alana narrando.
Aonde eu estava? Porque minha mente parecia estar presa num lugar desconhecido? Abri meus olhos, mas eu sabia que ainda não era a consciência do meu mundo. Eu não estava enxergando muito bem. O que eu podia ver, por enquanto, não conseguia nem explicar.
Meu corpo estava paralisado enquanto meus olhos começaram a encontrar as cores e reconhecer o lugar que eu estava.
O sentimento que estava me mantendo ali era poderoso, como nenhum outro que jamais senti. Eu apenas abri minha boca, mas a voz não saiu. O vento batia lentamente e fazia meus fios castanho claro voarem. Minha roupa era completamente branca e meus pés estavam descalços.
Porque eu ainda não conseguia enxergar o que estava em baixo dos meus pés? Era algo tão inacreditável assim?
Mas eu sabia onde estava e Quem queria falar comigo. Ele estava nos meus sonhos outra vez. Então apenas baixei minha cabeça e finalmente consegui encontrar voz em mim:
- Aonde eu estou? - Pergunto, agora olho para cima.
O céu estava escuro, cheio de estrelas bem brilhantes.
- Se você olhar para baixo, saberá. - Obedeci, e agora o que estava abaixo dos meus pés apareceu.
Era o mar. Firme e azul. Bem azul e calmo abaixo de mim. Arregalei os olhos e senti um desespero incomparável então comecei a afundar.
A água foi até meus joelhos, antes de eu sentir uma mão me puxar de volta. Foi assim que Pedro se sentiu? É totalmente apavorante estar aqui.
- Não confia mais em mim? - Aquela voz branda e forte ecoou nos meus ouvidos.
Eu não conseguia vê-lo, mas meus ouvidos estavam, ainda, sensíveis a voz Dele.
- Confio, Pai. Mas eu tive medo por um instante. - Digo.
- Não tenha medo, eu já disse. Eu sou Contigo. - Olhei para frente e comecei a caminhar.
Não era como se eu quisesse caminhar, algo me impulsionava a isso. Eu ouvia o som das ondas bem distantes de mim, apesar de um tremor estar tomando minhas pernas, apenas continuei. Ainda sentia Aquela poderosa mão segurar a minha e me guiar.
- Eu morri? - As lágrimas tomaram meus olhos.
- Não. Você não morreu. - Respondeu e um relâmpago silencioso surgiu.
Mas me estremeceu por completo.
- Você precisa confiar mais em mim e menos nos seres humanos a sua volta. - Disse Ele. - MALDITO HOMEM QUE CONFIA NO HOMEM. - Sua voz bradou, irada.
- Perdão, Senhor. Perdão. - Paro de andar por apenas um segundo e abaixo a cabeça.
Apesar de sentir uma paz imensa por estar ali. Eu estava com temor também. Eu sabia que Ele me colocaria de volta junto com os meus, mas a minha vontade era de ficar com Ele, mas eu sei que ainda não acabou. Eu ainda tenho que cumprir a vontade Dele em vida.
- Ela está acordando - Eu fui puxada imediatamente de volta.
Senti meu pulso acelerar e em seguida diminuir o ritmo, eu estava, novamente, perdendo os sentidos.
- Ela está tendo uma parada! Tragam o desfibrilador! Agora! - Ouvi uma voz desconhecida gritar.
Não conseguia mais pensar em nada, apenas senti aquele choque em alta intensidade invadir todo meu corpo.
- Um, dois, três! Afasta! - Gritou, o que parecia ser o médico.
Porque eu conseguia ouvir tudo? Eu consigo sentir meu coração parar de bater.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O preço de amar a Cristo
EspiritualO primeiro livro se chama "O preço de ser cristã". Leiam primeiro ele e depois aqui. Agora, de volta ao Brasil depois de alguns anos, Alana terá que enfrentar o desafio de conseguir o perdão de seus amigos, ela também vai experimentar mais uma vez...