Capítulo Vinte

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-Eduardo! -Ela falou tentando não demonstrar em suas reações o quanto ela precisava dele. Mas nem precisou, pois uma crise de asma lhe atingiu.

-Você está bem? -Ele perguntou enquanto ela se e endireitava ficando  a poucos centímetros de distância dele.

-Não...-Falou tentando conter a respiração descontrolada.

Eduardo colocou ela sentada em um banco de concreto que havia do lado de fora e abriu sua bolsa encontrando a bombinha que usava.

-Toma! -Falou estendendo o remédio em suas mãos.

Enquanto se recuperava ele apenas a analisava , seu peito explodia de alegria por ter a centímetros de distância a mulher de sua vida.

-Já te avisei inúmeras vezes que não pode dar uma de maratonista, tem que cuidar dessa asma. -Ele falou brincando como sempre fazia.

-Eu sei! -Ela falou sem o encarar.

-Você está melhor? -Perguntou segurando o ombro dela.

Uma corrente elétrica percorreu seu corpo, a sensação de ter a mão de Eduardo em sua pele era maravilhosa e ao mesmo tempo nostálgica.

-Eu acho que sim! -Ela respondeu ainda sem encarar sabia que era incapaz de olha-lo  nos olhos sem se derramar em lágrimas. -O que está fazendo aqui?

-Eu precisava te ver, saber como está, saber o porquê ter desaparecido.

-Eu precisei!

-Precisou me abandonar? -Ele falou com a voz embargada fazendo com ela o encarasse.

-Desculpa, Eduardo! -Ela falou já chorando.

-Eu preciso de respostas! -Pediu quase implorando.

-Não é tão simples assim, tinham muitas coisas em jogo na minha decisão de partir.

-E eu não merecia participar dessa escolha?

-Meu Deus! -Ela murmurou colocando as mãos no rosto. -Eu não podia te dizer nada.

-"Eu nunca vou te abandonar", você me fez dizer isso inúmeras vezes e declarei isso porque eu tinha certeza dos meus sentimentos por você, eu  cumpri minha promessa, eu não te abandonei. -Falou a encarando com os olhos marejados.- Eu nunca deixei de tentar te encontrar, mas parece que você não se importou em me deixar para trás.

-Você não pode dizer isso! -Ela falou ficando de pé.- Você não sabe o quanto me doeu ter te deixado para trás, ter deixado tudo para trás.

-Eu sei o quanto  doeu para mim, eu sei o quanto a saudade de você me fez ficar inúmeras noites sem dormir, sem me concentrar, o quanto me machucava não poder te olhar, te abraçar, beijar você. O quanto era desesperador não saber onde estava.

-Eu não queria ter te abandonado.

-Mas me abandonou e quase me matou com isso!

-Muitas coisas estavam em jogo.

-Me dê uma explicação mais detalhada, eu preciso ter certeza de que não estava me doando sozinho, que não de amei sozinho...

-Você não tem direito de duvidar do meu amor! -Ela quase gritou. -Eu fugi exatamente porque te amava o suficiente pra abrir mão da minha felicidade pela sua.

-Então me diga! Eu não posso viver de achismo, não tem ideia de quantas conspirações eu fiz, de todos os pensamentos que tive, tudo isso por tentar encontrar uma resposta para seu sumiço repentino.

-Sua mãe foi me procurar no dia seguinte àquele que nós dormirmos juntos. Eu estava tão feliz por termos nos acertamos e por saber que mesmo sendo praticamente irmãos nada em nós seria mudado, feliz por saber que você me respeitava a ponto de dormirmos juntos e você não tentar nenhuma investida. -Ela  falou chorando. -Sua mãe me ameaçou...

-Minha mãe o quê?

-Sua mãe me procurou para falar sobre o fato de sermos irmãos e sobre a herança que eu tenho direito.

-Qual foi a ameaça?

-Ela me mandou afastar de você ou ela mandaria matar a Analu. -Ela falou chorando ainda mais forte lembrando das cenas daquele dia.-Eu não queria te deixar...

-Como ela ameaçou? Ela só falou isso?

-Sua mãe estava armada Eduardo! Ela estava acompanhada por dois seguranças que ela mesmo disse ser dois matadores, eu não podia arriscar a vida da minha melhor amiga, da única pessoa que me estendeu a mão quando fiquei sozinha no Mundo.

-Eu não sei o que pensar! -Ele falou segurando a cabeça em sinal de desespero.

- Ela me disse tantas coisas horríveis, disse que eu era uma interesseira e que entrei na sua vida só para atrapalhar os planos dela de expandir a empresa com os pais da Carol. Ela é um monstro, ela é...

-Tá tudo bem agora! -Ele falou a abraçando apertado enquanto as lágrimas de ambos se misturavam.

-Me perdoa por não ter te contado, é que além do medo eu não queria que você se decepcionasse   com a sua mãe, eu sei o quanto você a tem como uma heroína.

-Shiiiu! -Falou a afastando colocando o indicador em seus lábios. -Eu estou aqui agora e vai ficar tudo bem. -Falou antes de beija-lá.

Era um beijo cheio de saudade e amor. Era uma conexão de almas sendo refeita.

-Eu te amo! -Eduardo falou no meio do beijo.

-Eu amo mais.

Continua...




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