A Jornada de Uma garota cristã [Em Revisão]

Capitulo 7 - Um proposito

--- Posso te dar um abraço?

--- Claro. --- Digo colocando sua cabeça em meus ombros, ele não resiste e cai aos prantos fragilizado, e acaba me comovendo também.

--- Porque Deus escondeu e tirou você de mim? --- Me pergunta como se eu soubesse de respostas.

--- Muitas coisas também foram tirados de mim, meu pai, minha mãe, mas Deus nunca se afastou da minha simples pessoa, sempre me protegendo desde o início, obrigado Dr Potter, prometo retribuir cuidando de você, não estamos sozinhos neste mundo. -- Falei com os olhos brilhando emocionada, mas me mantenho forte.

Eu acompanho até a clínica deixando em seu quarto, percebo a felicidade em seu olhar, mas faltava alguma coisa que o completasse. Ando pelas ruas de Los Angeles até o condomínio onde estou hospedada, observando as pessoas, os pássaros, e tenho transtornos de emoções, sinto feliz por alguém me amar, mas sinto uma certa inferioridade por ter sido rejeitada.

  Agora entendo minha missão, meu objetivo, Deus está me direcionando o que tenho a fazer, na faculdade, na clínica e nesse evangelho que deve sair das quatro paredes de um templo e ir para as ruas serem anunciado.

  Antes de chegar, me deparo com uma igreja, poucas pessoas lá dentro fazendo uma oração, em frente tinha uma praça cheia de jovens, velhos e pessoas que voltavam dos seus a fazeres. Então perco a timidez e retiro alguns folhetos de minha bíblia e começo a entregar a todos dizendo Jesus te ama. Percebi muitas pessoas incrédulas e revoltadas.

 Muitos fazem bastante perguntas, e respondo o mínimo que sei, mas percebo muita gente me rodeando.

A igreja ao lado percebe, e convida as pessoas a entrarem para ouvir a palavra lá dentro, mas interrompi.

--- O evangelho não deve ser ouvido só entre as quatro paredes, deve ser anunciado em qualquer lugar, pois percebo almas sedentas de salvação e amor de Cristo.

--- Admiro sua fé garota mas sou um ateu, mas continue com seu trabalho pois religião ajuda.--- Um rapaz meio ruivo me diz aquelas palavras.

--- Obrigada pela gentileza, não quero te convencer acreditar em Deus, mas ele acredita em você, parece ser um bom rapaz. --- Retribui gentilmente.

--- Se Deus existe, porque existe asilos de abandonados, porque muitos passam fome como na África? --- Uma moça negra me interrogou.

--- Deus ele está presente em todos lugares, mas ele só entra onde é convidado, convide ele a ser seu amigo assim como eu, fiz a mesma pergunta e hoje tenho respostas.

Bom, alguns membros da igreja a frente resolveu me ajudar orando pelas pessoas e inclusive me deixaram anunciar a salvação. Percebi alguns jovens gravando vídeos no celular, mas levei na esportiva.
__________ ____________ _____________

Magazine publiqued in 18h PM

A verdadeira razão do evangelho não é fazer volume nos templos ou auto ajuda, mas sim renúncia e salvação.

Uma jovem dedicada ao evangelho convence algumas pessoas a ouvirem a palavra de Deus, uma ex modelo que agora virou uma conservadora e amante do evangelho e inspiração a todos.
      (...)

  Acordo com essa notícia indo para uma padaria perto, me deparo com essa revista nas bancas, chego até a comprar uma por 2 dólar, até dou aquele sorriso não acreditando quem foi o autor dessa matéria.

--- Adorei sua atitude. --- Disse Joseph que estava bem atrás, não percebi sua presença na padaria.

--- Não acredito, quem mandou essa matéria para essa editora?

--- Porque, não gostou? Sabe, as pessoas precisam de referência para o evangelho.

--- Existe Deus, ele é a nossa referencia. --- Retruquei séria.

--- Boa resposta, mas se Deus não pode aparecer, pois a esse planeta não suportaria sua luz, quem faria o serviço por ele?

--- Nós, é claro, estamos a serviço dele.

--- Isso mesmo Srta Querina, mas para representar Deus não pode ser qualquer um, tem que ter uma pessoa com bons modos e comportamento cristão.

--- Para ser referência?

--- Exatamente, por isso escolhi você para o trabalho. --- Me respondeu todo risonho.

--- Então foi você o autor da matéria? Por favor, vê se na próxima vez me peça permissão. --- Sugeri friamente.

--- Tudo bem, desculpa, mas você vai ganhar direitos de marketing por causa disso.

--- Sr Joseph, já que está sendo muito vendido como referência, sugiro que dê os dez por cento para alguma instituição, seja referência também, não quero esse evangelho vendido a dinheiro. --- Eu falei muito irritada, mas entendi sua intenção de publicar essa matéria.

--- Sara, tudo tem que haver um marketing, faz parte dos negócios. --- Respondeu tentando me acalmar.

--- Sabe, o senhor é um aproveitador, porque nunca me contou do Jackie e sobre minha tia? --- Perguntei olhando em seus olhos, ele fica em silêncio, então me levantei da cadeira em direção ao caixa, mas o mesmo se levanta me seguindo.

--- Deixa tudo na minha conta moça eu pago. --- Ele fala com a caixa. --- Ei Sara, eu posso explicar tudo, sei que está brava mas tem que me entender.

--- Entender? Você está me manipulando aos pouco, faz da minha história um algo a ser vendido, minha vida uma vitrine, um objeto, agora entendi porque me trouxe e me afastou dos meus amigos.

--- Sara, se acalme, não vamos fazer as pessoas mudar de ideia ao seu respeito, todos estão vendo.

--- Não estou nem aí, não quero ser um objeto novamente, pensei que gostasse de mim, mas só está me usando. --- Falei deixando uma lágrima cair, pois passou um flashback de quando eu era modelo e explorada pela minha tia.

--- Não é verdade, eu gosto de você e prometi para Jackie que te encontraria e levaria para ele, só deixei ele se apresentar sozinho, não quis interferir. Aquele tempo todo em Miami, eu estava apenas analisando se era você mesmo a garota de que ele falava.

--- Porque fez isso? --- Falei respirando fundo e tentando manter a calma.

--- Você lembra muito minha filha Charlie, seu jeito, seu caráter tudo lembra ela, me desculpe, mas isso me consola muito, só quero te retribuir e dar tudo o que você  quer, é o que Charlie desejaria. --- Ele me disse com um tom muito abatido, senti compaixão dele.

--- Poxa, Jackie me contou, e porque não me disse que Serafim era casado com ela?

--- Eu me afastei dele para não ficar lembrando, esse também é o motivo dele ter se apegado em você também.

--- Não sei realmente o que dizer sr Joseph, mas você tem uma neta, e ela não te serve de consolo? --- Perguntei lembrando de Ana.

--- Está falando de Ana? Eu a culpei pela perda de Charlie, Serafim pediu para que eu ficasse longe dela por isso.

--- E por isso que ela me odeia, agora estou começando a entender. --- Falei muito apreensiva, pois isso veio como uma luz do por que da minha perseguição em Miami.

--- Talvez, mas fico feliz por você estar por perto, por favor não vá embora.

--- Tudo bem, mas prometa que não escondera nada de mim a partir de agora.

--- Certo. --- Respondeu rindo, vindo em minha direção, ele segura minha mão e a beija me deixando um pouco sem jeito, ele se aproxima e me abraça muito forte como se estivesse matando a saudade de alguém.

Me sinto culpada, mas ao mesmo tempo penso que posso retribuir pois foi sua filha que me salvou também, uma pena que não posso agradece-la, mas quem sabe naquele último dia, agora minha vida tem um propósito.

Até breve...

Charlie...

Continua...