Capítulo 09 - A pesar de Todo

753 28 18
                                    

Quarta-feira, 22 de dezembro de 2004.

— Mamita! — Victoria ao ouvir o grito do Mauricio se virou para vê-lo.

Ele vinha do corredor dos camarins.

— Oi, meu amor. — Mauricio quando chegou perto a abraçou.

— Bom dia. A gente já falou com o Salvador, ele acha melhor a nossa confraternização ser em um restaurante.

— Quando?

— Amanhã.

— Bom! Agora é ver se o pessoal pode ir.

— Vou falar com a Jaque, o pessoal dá mais atenção... sabe, né... — Victoria riu. — Ou se a madrasta falar, será uma ordem.

— Eu não. — Victoria fez uma careta e os dois riram.

**********

A pesar de todo
De todo lo que yo sufrí
Todavía lamento
Aquel día cuando te perdí

**********

*Intervalo de almoço*

Estavam presentes todos os atores que faziam parte da família San Roman e Victoria, como todos brincavam, ainda não era oficialmente a madrasta, faltava casar.

Tinham terminado de gravar as cenas pela parte da manhã, estavam se organizando para todos poderem ir almoçar.

César estava no canto da sala conversando com um grupo de pessoas quando um grito ecoou no local, de modo rápido ele reconheceu que esse grito era da Victoria, cresceu um pânico dentro dele e se virou para vê-la.

Ela estava pálida, incapaz de se mover e com o terror estampado nos olhos. César, quase correndo, atravessou a sala, quando chegou ao lado dela pode ver o que causara aquele grito: Um escorpião.

Lembrando muito bem do medo irracional que Victoria tinha de escorpiões, César a segurou. Assim que a abraçou, ela pareceu voltar à vida e começou a querer esca­lá-lo, tomada do mais puro pânico.

— Pare de gritar, Victoria, ou vou ficar surdo! — Porém, não havia como deter aquela fobia irracional. — Está tudo bem, estou aqui. — ele a segurava, enquan­to ela se agarrava ao seu pescoço com tanta força que quase o impedia de respirar.

Apesar da tentativa desesperada de Victoria de subir por suas pernas, César conseguiu arrastá-la e afastá-la do escorpião.

— Já levaram o escorpião daqui.

Victoria parecia não o ouvir e continuava a se pendurar nele.

— Victoria... Meu amor. — Ele sussurrou. — Olhe, não tem mais nenhum escorpião aqui.

Quando a afirmação dele surtiu algum efeito, ela se acal­mou e seus pés pararam de se debater. Cesar de forma automática a beijou na testa para acalma-la.

César segurou o ar nos pulmões. A respiração quente em seu pescoço e a maciez daquele corpo contra o seu era um tormento. Victoria soltou uma exclamação de alívio e relaxou um pouco em meio ao abraço, ainda que continuasse agar­rada a ele.

— Está me matando — César sussurrou a voz saindo rou­ca. Se por causa da dor ou do desejo, ele não saberia dizer.

O que sabia era que Victoria, mesmo percebendo que não estava mais em perigo, aconchegou-se mais contra ele, pa­recendo muito frágil e desamparada. Pareceu natural tocar com os lábios a testa ainda fria com o choque, as mãos agora mais frouxas em seu pescoço.

Pensou em dar um passo para trás, mas a força com que ela ainda se agarrava ao seu pescoço o fez desistir. Tinha de dizer alguma coisa todos naquela sala estavam olhando para eles dois, mas não sabia o quê. Umedeceu os lábios secos, repousando o queixo sobre a cabeça dela.

La Tekila - De Volta Pra MimOnde histórias criam vida. Descubra agora