Capítulo 5 - Victoria

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Limpo minhas lágrimas e vou andando para o pátio da escola com meu olhar sempre atento a algum coordenador

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Limpo minhas lágrimas e vou andando para o pátio da escola com meu olhar sempre atento a algum coordenador. Não irei voltar para a sala. Não posso aguentar mais humilhações e também não quero ir embora para casa consequentemente para sofrer ainda mais.

Então entre casa e escola, prefiro permanecer aqui no meu cantinho escondida. Aperto a alça da mochila e vou andando para meu cantinho secreto aonde poderei ficar até chegar a hora de ir embora, vir para a escola pode ser um meio de escape, mas sofrer aqui também não é nada bom e tudo que eu  só queria era ter paz em pelo menos um lugar.

Passo pelo pátio e refeitório, continuo caminhando até chegar atrás da escola aonde tem um campo cheio de árvores. Desvio de algumas até chegar no meu lugar, encontro a velha árvore enorme na qual se encontra um oco onde posso me sentar escondida de todos.

Coloco minha mochila no canto e me sento, um leve brisa gelada bate em meu rosto me fazendo estremecer, meu olhar segue até o céu com rajadas escuras que faz o dia parecer sombrio. Me encolho no pequeno espaço e abraço minhas pernas após me recostar no tronco da árvore.

Acho que acabei adormecendo quando me assusto com o sinal do intervalo tocando. Esfrego meus olhos e bocejo porém ainda me sinto cansada, não lembro quando foi a última vez que dormi direito já que sempre durmo com medo do que pode me acontecer enquanto tento descansar e esquecer essa realidade na qual vivo.

Viver com essa sensação de medo constante não é bom. Não queria viver com isso, queria apenas ser normal. Ter pais normais que me amassem, ser uma adolescente normal com amigos normais, mas nada disso se aplica no meu caso, vivo tudo ao contrário e ainda pior, sofrendo constantemente dia após dia, nunca sabendo o dia de amanhã e o que poderá acontecer.

De repente um par de olhos castanhos e um sorriso perfeito invadem a minha cabeça e me faz corar ao me lembrar dele.

Daniel.

Repito mentalmente seu nome, não sei o que ele está causando em mim. Nunca senti isso por ninguém, acreditava que nunca iria sentir essas coisas nas quais senti quando estive perto dele. Ele fez eu me sentir como um adolescente normal quando um menino se aproxima, pela primeira vez na vida.

Daniel, Daniel o que você está fazendo comigo?

Me encolho mais na árvore e levanto o olhar para o céu, as nuvens então ainda mais escuras e o vento gélido. Espero chegar em casa antes que essa chuva comece.

O sinal toca indicando o fim do intervalo, hoje eu teria apenas mais uma aula após o intervalo. Então ainda tenho que esperar até a aula terminar para ir embora, suspiro e começo a me perder em pensamentos novamente.

Pensamentos nos quais pensei enquanto estava no banheiro voltam, me fazendo ficar mais confusa ainda.

Será que posso mudar meu futuro?

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