Capítulo 9 - Victoria

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Gemo com a forte dor na qual sinto ao tentar me virar na cama

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Gemo com a forte dor na qual sinto ao tentar me virar na cama. Faz três dias que não vou para a escola, a surra que levei me deixou pior do que as outras vezes. Mas hoje não posso fraquejar, preciso ir a escola, não aguento mais ficar aqui servindo de empregada em meio a dor que estou sentindo.

Além de ouvir suas palavras duras e cruéis, com dificuldade me sento na cama. O meu rosto não tem nenhuma marca além do leve leve rubor. Em comparação com a minha barriga, costelas e costas que estão com hematomas. Minha cabeça no local que acabei batendo na queda ainda dói muito também, nesse mesmo local tem um pequeno corte. Passo o dedo por ele e meu corpo se retrai com a dor. Talvez se tivesse ido para um hospital teria levado pontos, mas não posso de dar o luxo disso.

Se eles descobrem seria pior para mim, e se eu levar outra surra igual a de ontem ou pior talvez não sobreviva. Ao pensar nisso sinto medo, o que é irônico levando em conta que a quatro dias estaria aliviada se isso acontecesse. Mas tudo está mudando, pensar na morte como minha única solução não está trazendo aquele conforto no qual sentia. Estou sentindo medo.

Tudo por causa dele, que apareceu e está me fazendo questionar e pensar em muitas coisas.

Suspiro com a dor ao tentar me movimentar e me levanto da cama com cuidado. Meio cambaleante vou para o banheiro, retiro minha roupa com muito custo, pois a todo mínimo movimento meu corpo protesta com a dor.

No me olho no espelho, não quero ver meu corpo coberto com hematomas dessa vez. Vou em silêncio para o chuveiro e abro a torneira deixando a água gélida entrar em contato com meu corpo dolorido, hoje esse banho frio não me causa dor, e sim anestesia ela.

Daniel.

Seu nome vem como um sussurro em meu ouvido, mesmo em meio a dor que sentia meus pensamentos estavam nele.

O garoto que apareceu de repente em minha vida. Mas já está tomando um espaço maior em meus pensamentos. Tento me repreender que não posso sentir isso, mas falho miseravelmente. Estou começando a gostar de um garoto que nunca olharia para minha com outros olhos. Com um olhar de amor. Nunca irei receber um olhar assim.

Pensar nisso trás lágrimas aos meus olhos, sinto uma escorrer e a limpo rápido. Tenho que me conformar que o mundo no qual vivo não é bonito. Lavo rapidamente meu corpo com o pequeno sabão de barra e retiro a espuma a seguir. Desligo o chuveiro e saio me enrolando na toalha aonde tento me secar rápido, hoje o tempo está frio e sinto meu corpo dormente. Pelo menos a dor diminuiu um pouco.

Com a toalha agora enrolada ao redor do meu corpo me aproximo da pia, minhas mãos já sabem de cor aonde achar a caixa na qual ficam as minhas companheiras. Pensar nelas assim agora provoca uma sensação ruim, mas empurro essa sensação para longe. Após pegar uma lâmina guardo a caixa, encontro meus olhos sem o brilho costumeiro que eu tinha antes de tudo começar. As surras, ser tratada como empregada, não ter as vezes o que comer, as humilhações constantes na escola e em casa pelas as pessoas nas quais deviam cuidar de mim e me dar amor.

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