*Capítulo Revisado*Sensação de segurança, conforto e tranquilidade.
É isso que eu encontrei uma vez ao pesquisar na internet o significado de bem - estar, mas nunca realmente tinha sentido essa sensação antes de conhecer o meu marido, Daniel.
Antes eu era considerada nada. Ninguém importante o bastante para que alguém sentisse minha falta ou desejasse o meu bem.
Não tinha sonhos.
Não tinha objetivos e metas.
E o mais triste, não tinha vontade de viver.
Apenas sobrevivia, dia após dia sentindo que não deveria estar ali, como se não fosse o meu lugar. Tive esse pensamento durante anos, a adolescente de 16 anos que eu fui pensava apenas que morrer era a única salvação, que isso iria acalentar toda a dor que sofria. Até que um anjo apareceu e me fez questionar tudo aquilo que eu vivia e achava que era normal.
Um sorriso triste se forma em meus lábios ao me lembrar da vida que eu tinha antes, inspiro e solto o ar lentamente, meus olhos estão presos em meu maior tesouro. Nossa pequena Valentina, completou 3 anos recentemente, seus cabelos ruivos que nem os meus voam livres ao seu redor enquanto corre pelo o nosso jardim tentando pegar uma borboleta.
Minhas mãos seguem até minha barriga em um claro ato de proteção e carinho, uma lágrima escorre com a sensação de estar carregando mais uma vida. Descobri a poucos dias que estou grávida, mas estou aguardando um dia muito especial para mim e Daniel para revelar essa notícia tão especial. A pequena Valentina irá ganhar um irmão ou irmã, me sinto feliz por ela ter ao menos alguém com quem brincar e no futuro quando ser irmã mais velha, estar orientando. Eles terão tudo que eu nunca tive.
Não tive irmãos, amigos e o mais difícil, não tive uma família verdadeira. Aquelas pessoas que conviviam comigo não mereciam ser chamados de pais, pois pais são aqueles que nos dão amor, carinho, proteção, nos guiam e apoiam em todos os caminhos da nossa vida. Eles nunca fizeram isso, apenas me proporcionavam dor e aumentavam mais ainda a minha vontade de não querer viver.
Nos dias "bons" eu recebia apenas tapas, quando eram os dias ruins, virava o seu saco de pancadas. Nesses momentos eles estavam sempre bêbados, e descontavam toda a frustração das suas vidas de merda em cima de mim.
Que culpa eu tinha?
Nenhuma, mas eu pensava que não era uma boa filha, por isso me batiam.
Pelo menos era isso que eu pensava até os meus 12 anos, quando ainda era ingênua o bastante para não perceber que eles realmente não mereciam ser chamados de pai ou mãe.
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Um Novo Recomeço (Único) | ✓
Novela JuvenilHISTÓRIA NÃO REVISADA ➜ +16 • A história aborda violência (física e psicológica), bullying e automutilação. ➜ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS | Não permito que façam adaptações ou a utilize para outros fins. Às vezes tudo o que precisamos é de um rec...