Abro a porta devagar, deixo com que meus olhos se acostumem com a escuridão na qual a casa se encontra. Ao atravessar meu olhar pela a pequena sala e o silêncio que encontro constato que eles não estão em casa. Respiro aliviada e entro fechando a porta atrás de mim, balanço a cabeça inconformada por serem tão irresponsáveis ao deixar a casa aberta, aonde qualquer um poderia entrar e fazer ou roubar algo.
Subo as escadas que levam até o corredor aonde está o meu quarto, com a pequena chave na minha mão abro a porta.
Sim, tranco sempre a porta do meu quarto.
Mas não que isso os impeça de arrombar a porta, mas ter essa pequena chave e meu quarto trancado enquanto não estou me passa uma pequena segurança, isso é melhor que nada. Entro e coloco a mochila encima da cama, meus olhos seguem até a pequena gaveta do meu criado mudo com uma fechadura. Essa gaveta esteve trancada por anos, desde que perdi as esperanças de ser feliz.
Me agacho e arrasto meu dedo pela a fechadura, fragmentos de memórias me invadem causando uma nostalgia ao lembrar do que se encontra dentro dela.
Uma lágrima escorre, assim trazendo outras que escorrem pelo o meu rosto, me levanto e vou até meu guarda roupa. Abro uma gaveta e lá no fundo escondida pelas as minhas poucas roupas encontro a pequena chave.Com ela em mãos vou até a gaveta abrindo a em seguida, respiro fundo para controlar meu estado melancolico ao olhar para dentro dela, um bolo se acumula em minha garganta ao ver o pequeno e desgastado diário rosa. Com as mãos trêmulas o pego e abraço em meu peito com emoção. Sentada agora no chão ainda abraçada com o diário me permito afastá-lo e o abrir com delicadeza.
Ao ver a primeira página sorrio em meio às lágrimas com nostalgia, passo o dedo pelas palavras escritas a mão na folha desgastada pelo tempo, arrasto meu dedo por essas palavras as quais formam uma frase que hoje em dia acho impossível que poderei viver ou conquistar.
— Sonhos de um dia ser feliz. — sussurro a frase angustiada.
Por que essa frase?
Porque tudo que eu queria era só ter paz e um pouco de felicidade.
Viro a página e me lembro quase que perfeitamente do dia em que comecei a escrever nele. Estava voltando da escola, tinha 10 anos na época e isso foi antes de começar a aliviar minha dor ao me cortar.
Com as sobrancelhas franzidas tento me lembrar melhor no que aconteceu naquele dia. Estava passando por perto de uma lixeira até que algo rosa chamou minha atenção, me lembro de ter olhado para os lados para ver se tinha alguém para ver o que estava prestes a fazer e assim que fiquei satisfeita por não ter ninguém na rua me aproximei com cuidado da lixeira.
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Um Novo Recomeço (Único) | ✓
Novela JuvenilHISTÓRIA NÃO REVISADA ➜ +16 • A história aborda violência (física e psicológica), bullying e automutilação. ➜ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS | Não permito que façam adaptações ou a utilize para outros fins. Às vezes tudo o que precisamos é de um rec...