Capítulo 11 - Victoria

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A primeira coisa que sinto ao despertar é o cheiro de antisséptico

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A primeira coisa que sinto ao despertar é o cheiro de antisséptico. E acho isso muito estranho já que meu quarto não tem esse cheiro e sim de mofo, nem a cama na qual estou deitada é dura igual a minha.

Ao constatar isso abro os olhos lentamente para comprovar aonde estou, me assusto ao ver um teto branco sem nenhum mofo igual ao meu quarto e o susto se torma maior ao tomar conhecimento dos fios conectados ao meu corpo. Não estou com minha roupa, e sim um tipo de avental no qual sinto minhas costas quase nuas de encontro ao colchão.

A máquina ao meu lado começa a apitar, o meu susto e medo do local desconhecido deve estar fazendo isso. Logo a porta se abre e uma mulher de meia idade vestida de branco entra, ao me ver acordada abre um sorriso aliviado. Seu sorriso me transmite calma, é terno e quase materno. Isso me indica que gosta do que faz, ela vem na minha direção devagar como se estivesse com medo que eu me assustasse ainda mais.

— Olá Victoria, sou a enfermeira Rose, acompanhei a sua chegada aqui, quando o seu namorado estava com você em seu colo desacordada.

Namorado?!

Como assim?

O que está acontecendo?

Meu desespero é notado quando as máquinas começam a apitar novamente.

— Calma querida, está tudo bem, irei chamar o doutor para te avaliar. — pega minha mão e aperta ternamente antes de sair pela porta.

Suspiro e me sinto perdida, desconfio que esteja em um hospital. Nunca entrei ou talvez tenha entrado e não me lembro.

Tento me lembrar o que aconteceu para vir parar aqui  mas não consigo, me forçar a fazer isso faz minha cabeça começar a lateja de leve. Paro e desisto de tentar me lembrar, mas o que me deixa mais confusa ainda é a enfermeira Rose falar que meu namorado me trouxe, mas eu não tenho namorado.

Nunca tive, isso me faz rir, se entrarem aqui e me verem assim irão achar que fiquei maluca. Mas o motivo do meu riso é que ninguém nunca iria me considerar sua namorada, o riso vai sumindo dando lugar ao bolo se forma em minha garganta.

Tento segurar as lágrimas mas é em vão, me assusto quando a porta se abre novamente e Rose entra acompanhada de um homem de meia idade com um jaleco.

— Querida está sentindo dor? — Rose pergunta preocupada, deve ser por minhas lágrimas que nada tem haver com a minha dor física.

—  Estou bem. — minha voz sai mais rouca que o normal e me assusto.

— Se acalme Victoria isso é normal, a senhorita está desacordada tem pelo menos seis horas. — olha para sua prancheta depois se vira para a enfermeira Rose, falam brevemente baixinho e depois ela se retira do quarto. — Então Victoria sabe como veio parar aqui?

— Não. — respondo brevemente.

— Quero ser bem franco com a senhorita. — ele se aproxima da cama. — Quem fez isso com você?

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