Capítulo 10

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Depois da malhação de hoje/Ontem (que eu ainda insisto em assistir mesmo com uma raivinha no coração pela a Lica), eu me vi na obrigação de postar um capítulo fofo para aplacar o nosso coração de trouxa. Boa leitura a todos.

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-- Então Heloísa? - Meu pai me chamou de volta a terra. -- Não vai falar nada?

Era incrível o quanto o seu Edgar Gutierrez conseguia sujar mais ainda o seu ser intitulado de pai.

Se passou uma semana desde o acidente do Anderson e o enterro do irmão da Samantha. Eu fiz companhia a minha namorada na sua casa durante esses dias, tempo em que sua mãe ainda precisou ficar no hospital, e no qual não fizemos nada além de dormir, passar as tardes ouvindo música e vendo filmes e falando sobre arte. Nesses dias eu fiz questão de que cada segundo fosse ao lado da Sam e por isso eu mesma me dei folga da escola.

Mas seu Edgar, vulgo pai, não tinha um pingo de empatia com o próximo, então naquela terça-feira em que resolvi ir para a escola, não porque eu queria, a primeira coisa que me acontece é ser chamada para a sala do diretor.

Suspirei. Estava tão cedo para brigas.

-- Nada do que eu fale vai adiantar, então não. - Respondi o olhando intensamente. Só porque eu estava tentando manter um equilíbrio de paz não significava que eu iria me rebaixar.

-- Eu conversei com a sua mãe. Acho inadmissível que em pleno ano de vestibular a Marta te apoie nessa sua falta de empenho para os estudos.

-- Falta de empenho? - Sussurrei. -- Agora acompanhar a minha namorada em um momento difícil se chama falta de empenho?

Percebi o baixar de olhos do homem a minha frente seguida de um suspiro ao ouvir o termo “namorada”.

-- Me surpreende você Edgar ter deixado essa oportunidade passar. - Continuei.

-- Do que você está falando? - Perguntou se inclinando para frente e cruzando as mãos na mesa.

-- Qual é? Samantha não é uma das suas alunas mais promissoras? - Sorri. -- Ou melhor dizendo, uma dos seus ovos de ouro?

-- Lica, eu exijo respeito. - Meu pai pronunciou no seu tom baixo que sempre utilizava quando queria colocar medo.

-- Eu desrespeitando você? - Falei, encenando surpresa ao colocar a mão no peito. -- Jamais papai. Eu só acho que o senhor, sei lá, deveria ter mostrado um pouco mais de solidariedade a pessoas tão bem influentes e ainda por cima pessoas que você conhece a muito tempo.

Meu pai me olhou profundamente e eu pude ver nos seus olhos a chama da raiva.

-- Vá pra sua sala. Você já faltou aula  demais. - Sentenciou, voltando a sua atenção nos papéis a sua frente.

Eu não esperei um minuto a mais para sair daquele ambiente. Aquela sala era uma das piores coisas que existiam naquela escola, só perdendo claro pela a presença da mãe da minha irmã que por sorte ou falta dela, eu encontrei ao sair.

-- Olá Lica. - Malu falou com aquele sorriso que escorria cinismo toda vez que aparecia.

Não dei o trabalho de responder, passei direto. Ou era isso, ou esmurrar aquela cara como mandava os meus sonhos mais profundos.

-- Como a Samantinha está Lica? - MB perguntou ao me ver sentada na carteira.

-- Melhorando. E o Anderson? - Perguntei a japa que estava atrás de mim.

Era também o primeiro dia de aula dela e da Ellen depois do acidente.

-- Se recuperando. Já já ele terá alta. - Percebi que mesmo com essa notícia, Tina ainda se mostrava um pouco abalada.

A Cura (Hiato)Onde histórias criam vida. Descubra agora