Oh Gosh, Catboy! ◇Yoonseok!AU◇

Mansion

Ele não queria dizer em voz alta, muito menos admitir para si mesmo, mas estava nervoso para ir á casa de Yoongi. 

E por outro lado, o gatuno estava nervoso por o ter em sua casa. Louis não voltaria consigo naquela tarde, de modo que os parceiros improváveis teriam a mansão inteira para eles; o que era terrível para o dono daquela, que precisava do melhor amigo por perto para papearem enquanto deixava o Pulguento trabalhando sozinho.

Porra Louis, belíssimo dia para combinar de fazer o trabalho com... Qual o nome dela mesmo? Ah, não importa. Ficariam os dois na escola mesmo, longe do perigo, enquanto agonizava de agonia próximo de Hoseok. Por duas razões, ainda por cima. Estar no cio doía, de tempos em tempos uma contração acontecia em seu interior... Sem contar a libido, óbvio. 

—Cadê ele...   —Murmurou entre dentes, completamente possesso. O cabelo preto como breu caía em seus olhos, de modo que tinha que jogar a cabeça abruptamente para trás. Saco, estava inclusive pensando em os cortar logo para acabar com pelo menos um de seus diários desconfortos.    —Cachorro idiota...   —Talvez fosse coisa da sua cabeça, mas jurou que estava quase rosnando e nem sabia se a façanha era cabível com seus genes felinos.

Estava zanzando pela escola toda. Fazia dez minutos que o motorista havia chegado, mas o Jung simplesmente havia evaporado, puff... Sem deixar rastros. Só queria acabar logo com aquilo.

“Universo, por que tão cruel?” pensou consigo mesmo, porém com certo desinteresse. A última coisa que desejava era uma resposta, pois sabia que seria verdadeira e merecedor de todas as penitências.

—Desculpe o atraso.   —Ouviu uma respiração ofegante vinda de sua direita. Havia a pouco decidido parar de procurar por Hoseok, tanto que estava próximo da entrada. Seria ótimo dizer no dia seguinte que esperou o máximo possível, mas que Jack estava impaciente.   —Fui buscar uma coisinha...

—Tanto faz, vamos logo.   —Seu tom de voz completamente seco e morgo servia para esconder a exclamação de surpresa que tentou romper suas palavras. Em uma das mãos, o cachorro estúpido segurava Harry Potter e a Câmara Secreta. Desconheceu o motivo de sua supresa, claro que ele lia livros e conhecia Harry Potter, ele era nerd... E um cachorro, coisas totalmente opostas.

Pelo menos em sua mente. Podem o entender errado o quanto quiserem, porém esta era a ideia que possuía deles. Por que? Vocês tem o direito de perguntar... Bem , desde que se conhecia por gente, via as notícias nos jornais... Cães roubando, matando. E aí, depois de alguns anos na creche particular (e felina, claro) fora mudado para outro colégio que aceitava todo mundo que poderia pagar a mensalidade.

Conheceu Louis, começou a usar as roupas que gostava e, pela primeira vez, sofreu por conta disso... Pelas mãos de cães. E depois quando viu seu único amigo no mundo se afundar em problemas por conta de uma cadela, o ódio enraizado tomou proporções inimagináveis; tornando-se crônico.

—Você não pode ser preconceituoso desse jeito. Julgar alguém só por ter nascido em certas condições é ladainha sem sentido, reflexo do seu complexo de inferioridade nas pessoas. Tu não é melhor que eles.    —Lolo sempre falava isto, quando tinha a chance.

—Eu não odeio cães. Repudio justamente as condições que o cercam e por isso, acabo não gostando deles, oras.   —Respondia. Sempre a mesmo conversinha sem sentido.    —Não sou preconceituoso. 

—Ah, verdade... Apenas não achou o cachorro certo.    —Ele devolvia, rindo de uma maneira esganiçada e cutucando-o com o cotovelo. Yoongi o encarou com um misto de surpresa e nojo estampado na face, apenas servindo de combustível para as gargalhadas do pantera.


E agora lá estava ele, com Hoseok em seu carro. O silêncio era mortal e quase uma barreira física entre os dois adolescentes posicionados em cantos opostos do carro, embora debruçados da mesma maneira na porta para observar a janela. Mesmo olhando a mesma cidade, possuíam interpretações diferentes da mesma vida.

De fato seria pra mim muito mais fácil vir aqui e listar todas as diferenças que cercavam aqueles jovens. Mas gosto de desafios, e se até um cacto pode florescer no deserto, o que podemos prever no destino de ambos se a vida é assim tão improvável?

O veículo adentrou os portões e eles saltaram de lá no mesmo tempo, seguindo para a enorme casa logo á frente. Quando passaram pelas portas, Hoseok prendeu a respiração. Sim, já havia entrado ali, porém em uma ocasião totalmente diferente. Quando sabia que logo o lugar ficaria tão cheio de gente ao ponto de perder toda sua magnitude, de modo que nem se ateve tanto á guardar os detalhes.

—Senhor.    —Um mordomo apareceu, na porta da cozinha.    —O almoço será servido em cerca de dez minutos.

—Tá bom.   —Soltou enquanto jogava a mochila no sofá e subia os degraus da escada, dois por vez. Hobi não o conhecia direito e nem precisava para saber que ele estava completamente possesso, espumando.

Sabia que o problema era consigo, embora também não conseguisse entender. O que fez para merecer esse tratamento tão horrível? Também desgostava do fato de que estavam obrigados a fazer algo juntos. Porém, se esse era o caso, então deveriam realizar o possível para pelo menos melhorar o clima, né? Pois bem, isso não dependia apenas de si. E então, sem saber muito o que fazer, sentou-se no sofá ao lado da mochila de Yoongi como se tivesse medo de sujar tanto o móvel quanto o objeto. 

Cerca de alguns minutos depois —pareceram anos para quem fazia nada —O Min desceu as escadas. Por algum motivo, estava totalmente (ao menos, aparentava) recomposto. A postura altiva, calma e dominante, novamente ali. Os cabelos estavam soltos como sempre e usava uma regata preta com um shorts meio largo onde spikes dourados nos bolsos.

—Vem comer logo.   —Soltou emburrado, encarando o convidado nem um pouco bem-vindo o olhando com cara de besta. Na visão de Hoseok, estava fofo e a cor preta lhe caia muito bem.

Continua... 

Passei no vestibulinho e as aulas na escola nova começam amanhã. To sentindo algo estranho na minha mão, acho que é meu cu.