O dia letivo posteriormente á festa, até que foi legal. Bem, pelo menos para Min Yoongi. Era sempre bom ouvir as pessoas comentando sobre sua festa. Os sorrisos lançados á si como também os “parabéns pela festa! Foi incrível” fazia a névoa em volta de seus olhos se dissipar um pouco, o fazia se sentir um pouco... Mais, apenas.
Se sentia tão bem que fez um aluno tropeçar em seus pés e não sentiu culpa, bem, não que sentia normalmente. Apenas a grande carga de egoísmo em seu corpo o fazia capaz de ignorar todos os avisos e conselhos sobre moral e ética que Louis havia lhe dado durante anos. Aquilo era a única coisa que fazia sua mente pesar, pois, tirando isto e ignorando o fato de que seu amigo do qual estava apaixonado durante anos ficaria chateado se o vesse fazendo tais coisas na escola, poderia agir assim normalmente.
Ele não saberia explicar o porquê se alguém parece-o ali, no meio corredor á caminho da biblioteca, e lhe perguntasse: “por que gosta tanto de ser desagradável?”. Primeiro congelaria, riria da cara do indivíduo e voltaria á andar tranquilamente. Talvez seja porque gostava de assistir o sofrimento alheio, causando uma sensação de alívio em seu interior por não se encontrar na mesma situação do coitado. Ou até mesmo a maravilha que era receber atenção e palavras em sua direção, mesmo que sejam de carga negativa. Saber que as pessoas sentiam algo por si, mesmo que fosse nojo, era reconfortante talvez? Hm, não podemos descartar a possibilidade de ser tudo junto e misturado de forma tão homogênea que se tornou impossível ver os ingredientes de forma separada.
Chegou onde queria e cumprimentou a velha Mary, que soltou o sorriso mais doce que conhecia para o gato. O felino, então, passou andando com uma mão apoiada e deslizando na bancada. Seus olhos vagavam pelas lombadas dos exemplares ali dispostos.
—Eu quero aquele ali, senhora. —E apontou para Harry Potter e a Pedra Filosofal. Havia não apenas sete livros da saga ali, mas vários devido á demanda dos alunos.
A tigresa tirou o livro da prateleira, passou folheando para conferir se estava tudo em ordem e sem nenhum papel do último aluno á pega-lo preso entre as páginas, depois voltou até a maquininha própria para os registros de aluguel.
—Identidade escolar, por favor? —Perguntou Mary, enquanto colocava os óculos pendurados em seu pescoço em seus olhos pequenos. Devido a idade já avançada, sua vista, mesmo que gatuna e por tanto potente até no escuro, não possuía mais o mesmo vigor de antes assim como o resto de seu corpo. Yoongi compadeceu-se da senhora, por que ela não havia se aposentado?
—Ah... Sim. —Não havia decorado aqueles quatro dígitos ainda, por isso pegou seu cartão estudantil de sua mochila. Pensou em dá-lo para a senhora, mas preferiu ditar os números por si mesmo, para poupa-la do esforço. —1832.
Com isso ela passou o livro na máquina, lendo um código de barras ali colado por umas fitas adesivas e digitou os números ditos. A máquina expeliu um recibo, que ela colocou na orelha do livro.
—Cuide bem dele, querido. —Ela disse, sorrindo. Bem, parecia um sorriso de certa forma. Yoongi retribuiu o gesto, guardando o objeto. Não era a primeira vez que releria a saga, nem a última, mas em hipótese alguma iria pedir os livros para seus pais, se recusava deixa-los saber seus gostos.
Sentiu sua bolsa vibrar. Pegou o celular, vendo o número de seu motorista brilhando na tela. Nem se deu o trabalho de responder, já que estava próximo. Entrou no Jaguar prateado de seus pais, no banco de trás, nem se deu o trabalho de cumprimentar o motorista, chamado James.
Iram e chegaram na mansão imersos em puro silêncio. O Min não sabia porque, embora seja bem comum, seu peito parecia doer. Como se uma mão invisível pressionasse o local. Aos poucos, sentiu uma bolota em sua garganta. Ao chegar em seu quarto, debulhou-se em lágrimas e não sabia o motivo.
Ele não sabia de muitas coisas e isso o irritava. Porém, sabia o que poderia lhe ajudar.
Foi até sua porta vedada com fitas policiais e arrancou-as. As pregava ali apenas em festas mesmo, então pegou a chave na gaveta a e a abriu. Girando a maçaneta, foi aberta a galeria de arte particular de Min Yoongi.
Em uma parede estava encostado cavaletes com quadros acabados e inacabados, juntamente de banquinhos, pufs e instrumentos. Yoon era um artista, e havia uma facilidade envolvendo ele, a música e o desenho.
Pegou suas tintas, lápis e borracha, indo em direção ao um cavalete vazio com um banquinho já posicionado. Começou a esboçar o rosto sua mãe, contornou todos os traços de seu rosto delgado com o grafite, desenhou seus olhos extremamente puxados pelo botox, esboçou apenas o contorno de seus cabelos cortados modernamente. Gostava de usar diversos materiais em suas obras, por isso mesmo pintou a pele dela com lápis aquareláveis e seus cabelos com giz pastel. Todavia sentia que não estava se sentindo satisfeito quando imaginou a obra completa, faltava algo... Então, por isso mesmo, pegou sua tinta a olho e pintou os olhos dela de um preto pastoso, deslizando o pincel e criando lágrimas de breu escorrendo por suas bochechas semiartificiais até o maxilar, onde caíam no não existir da pintura.
É, aquilo o aliviou. Passou á pintar os cenários que via pela janela ali fora, também registrou nas telas imagens fantasiosas de sua mente já calma como fadas e sereias, tentou um dragão, mas não deu muito certo. Perdeu a tarde toda naquela brincadeira, sendo puxado dela apenas ao ouvir um bater na porta.
—Senhor, lamento lhe importunar, mas tem alguém na porta que deseja muito a sua presença. —Ouviu a voz do mordomo soar e bufando, saiu de seu paraíso.
Desceu as escadas sem olhar para quem havia lhe chamado e foi até a porta, ao chegar, congelou. Louis estava ali, chorando.
—Lou... Lou! —Chamou mais alto, enquanto te aproximava do amigo. —Diz pra mim o que houve...
—D-Desculpa... Chegar. —Prendeu um soluço, e tirou o cabelo de seu olho. —Nessa hora... Da noite mas é que... Que... —Engoliu o choro pra continuar. —Meus pais estranharam meu corte de cabelo e... —O pantera parou a fala e ficou encarando o chão, Yoongi não chamou-lhe a atenção pois sabia que ele fazia isso pra se acalmar. —Eu contei pra eles que eu sou... Trans e...
Ele não conseguiu e se pôs a chorar de novo. O Min apenas o abraçou e Louis encaixou sua cabeça no pescoço. Ficaram assim por uns minutos.
—Suga.... —Chamou-o com voz rouca devido ao choro excessivo, recebendo um “sim?” em resposta. —Eles me expulsaram de casa. Eu não tenho para onde ir.Continua...
Eu tô muito ocupada esses dias vocês não tem noção, mas atualizei \o/
Gente gostaria de esclarecer uma coisa. Teve um capítulo que eu tratei o Louis por Amanda, mas foi só para dar a ideia de passado. Não, pessoas trans não “viram” elas nascem assim. Amanda não “virou” Louis, ele sempre foi Louis, só se descobriu ao longo da vida. Não foi transfobia, até porque eu mesmo sou transgênero.
Beijinhos de luz e não, ninguém me acusou de transfobia. Só esclarecendo.
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Oh Gosh, Catboy! ◇Yoonseok!AU◇
Fiksi PenggemarHíbridos. A raça humana fora extinta e tudo que restou foram os fofos híbridos de animais diversos. Com isso, barreiras e preconceitos foram quebrados...e estereótipos, reforçados. Mas um grupo incomum na realidade atual poderá mostrar...