Bittersweet tragedy

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Ele precisou de um tempo logo que chegou em casa com o intruso. Simplesmente era inviável continuar com aquelas roupas quentes da escola.

Por isso foi pro banheiro, jogou água fria em seu rosto e ficou um tempo ali, se vendo no espelho. Seus cabelos estavam começando á ficar mais rebeldes, já havia pontas duplas e nossa... Que calor. Teve que resistir á vontade imensa de simplesmente pegar alguma tesoura por ali e aparar os fios escuros ali mesmo. 

Foi ali, naquela superfície de vidro que antes aprecia ficar apenas em seu cabelo, que seu foco diminuiu para centralizar o rosto inteiro. Seus olhos eram bonitos, assim como o resto de si em sua visão. E por conta disso mesmo, teve raiva, pois sabia que nada daquilo condizia com o merda que sempre foi.

Respirou fundo e deu meia volta, foda-se. Tinha coisas pra fazer e se parasse na intenção de apenas pensar no quanto odiável era, passaria a tarde toda (e até mais) chorando de desgosto.

Gostaria de mudar. Porém, pensava que só querer não era motivo suficiente para isso. Já era solitário (tinha dois amigos que realmente gostava de passar tempo junto e o resto eram apenas personagens secundários) e nem se importava tanto com isso. Então pra que tanto esforço?

Saiu em passadas leves e rápidas, como se saltasse, como se tivesse pressa. Medo. De que? Não sabia, talvez esses gestos fosse o reflexo involuntário da sua vontade de fugir do espelho, de si. Então logo chegou ao seu quarto que não era próximo do banheiro. Trocou suas vestes (regata preta, shorts larguinho com spikes onde colocou um elástico de cabelo no bolso, sapatilha) e desceu os degraus, sentindo instantaneamente os olhares de Hoseok em si. Não se sentia desconfortável, a muito já havia se acostumado a receber olhares por conta simplesmente das roupas que gosta de usar. Todavia, dessa vez foi diferente. O ruivo não lhe olhava com desejo, repulsa; nada disso... Ra algo até que novo, na realidade.

Um brilho nos olhos, nada parecido com todos os outros. Totalmente uma novidade e isso sim, o deixou constrangido.

Mas ele não fez a relação de que, se o olhar do cão era único, talvez o mesmo também seja.

—Vem comer logo.   —Soltou emburrado, encarando o convidado nem um pouco bem-vindo o olhando com cara de besta.

Jung imediatamente soltou do sofá e passou a seguir em uma distância segura, com medo de que o gato de madame tivesse alguma arma escondida entre suas roupas e que, se dissesse alguma coisa errada, sua vida acabaria em segundos. O padrão se repetiu quando sentaram á mesa para comer, ficando algumas cadeiras de distância.  

O almoço, para o estranho da casa, estava completamente divino. De forma que nem se importou com o silêncio, sendo quebrado apenas para pedir que lhe passasse o molho.

—Onde... Vamos fazer o trabalho?  —Perguntou, depois de ficar totalmente satisfeito. Pernil recheado e purê de batatas, acompanhado com suco de uva tinto.

—Lá em cima mesmo... Mas se quiser esperar a sobremesa antes de começar, não tem problema.   —Estava pensando seriamente em fazer um rabo de cabelo, já estava começando a sofrer demais. Não só pelo sol que normalmente estava em pico e seus raios, violentos. Porém, também por conta do cio que novamente dominava seu íntimo.

—Sobremesa?!   —Exclamou, tentando conter sua grande surpresa, espanto e alegria que viajavam em fugir atropeladas por outros meios, como um sorriso bonito nos lábios e um saltar dos olhos. Normalmente, sua mãe só fazia doces depois do almoço quando tinha visita, ou em ocasiões especiais. Assim como duas misturas, nunca que comeria carne com batata em um dia qualquer, era sempre um e outro.

—Sim, sobremesa.    —Talvez, bem provável, achou a animação do outro adorável apenas por conta da bagunça de sensações involuntárias que o cio proporcionava. De qualquer modo, o fez, por isso sorriu mínimo.    —Estão fazendo mousse de chocolate. 

—Você não parece ser do tipo de que gosta das coisas doces.   

—Não gosto muito mesmo, serei bem sincero. Prefiro o azedo ou agridoce... Tipo mousse de maracujá ou limão.    —Como sempre, tentou olhar diretamente para os olhos daquele que conversava consigo. Entretanto, ao avistar as orbes levemente mais claras que as suas quase obsidianas, sentiu algo parecido com um ardor súbito e imprescindível. Pra vencido , então desprendeu a atenção do ruivo para ficar qualquer coisa á sua direita. Maldito seja a porra do cio.  

—Tinha esquecido de perguntar o que gostava para fazerem hoje.    —Era mentira. Apenas queria evitar o máximo de contato com o pulguento até o dado momento, onde nenhuma interação poderia ser evitada.   —Já que todos  preferem as coisas doces e completamente enjoativas...

—Realmente gosto de chocolate. Mas nunca provei mousse de limão.   —Argumentou. Era bem irônico, sentia uma atração incrível (e lânguida, amalucada) pelo ser mais amargo e azedo que já cruzou o seu caminho. Fato consumado: Hoseok estava insano, completamente fora de si.  

—Oh. Então vou pedir para fazerem nas outras vezes.    —Conseguiu com alguma graça dos infernos prender todo o desgosto que queria escorrer de seus lábios como um veneno (mortal para o menino próximo, compreendia bem). Tinha total consciência de que, para seu desprazer, aquele não seria o último de seus encontros. Por conta do trabalho, claro. 

E então, sem notarem o quanto aquela conversa boba durou, uma serviçal da grande casa que quase se assemelhava á um castelo em suas proporções magnânimas colocou á mesa uma travessa grande e funda preenchida pelo doce marrom. Juntamente com talheres e potinhos.

Uns minutos depois, logo após o ruivo enfiar colheradas cheias em seu pote e depois á boca, a mesma criada colocou á mesa uma calda caseira de maracujá. Yoongi sorriu aberto e genuinamente satisfeito. E ai, ele finalmente viu com clareza, aquele sorriso doce.

E talvez fosse a desarmonioso, todavia desastrosamente belo o contraste da personalidade do gato com aquele gesto tão lindo que lhe atraia para si como um imã.

Min Yoongi era uma deliciosa tragédia agridoce.




Continua...






Se vocês soubessem de tudo que vai acontecer com yoonseok nessa história, saberiam o quanto “Bittersweet Tragedy” é a música tema do couple. Preciso fazer uma playlist para Oh Gosh! Imediatamente

E sim, enquanto não tenho uma resposta definitiva do caso Mel e Timothy, continuo ouvindo as músicas dela se caem no aleatório.

Enfim... Desculpem a demora e etc. Escola nova, rotina nova, e só to pegando o ritmo das coisas agora depois de um mês de aulas. As coisas vão entrar nos trilhos logo logo, ai as att's serão mais frequentes já que estou aprendendo maneiras para tornar a escrita um hábito e vencer o bloqueio, além de aprender a escrever sem ter de fato a bênção da inspiração. É isto

Gostaria de dizer que a blurry é a melhor capista do mundo e eu amo esse nenê (e vocês) demais <3

É isto e até a próximo cap! Não desistam de mim... ;w;




Oh Gosh, Catboy! ◇Yoonseok!AU◇Onde histórias criam vida. Descubra agora