Chorare

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Ao beirar da noite,
no ouvido a
chuva triste
que me inunda,
pergunto-me
quando foi que
a vaidade se tornou
parte minha?

Continuo com os
mesmos costumes
de sempre,
e o orgulho
que não arreda o pé.

O carnaval acabou,
as marchinhas
pulsam nas
memórias,
os sorrisos
esmaeceram
e a vida se confundiu
d'outra vez.

Morena,
me ajude a superar
o porre
de te amar
mesmo sem
saber o porquê,
pois a vida
deixou de fazer
sentido
sem teu perfume
de tangerina do pé!

Nêga,
mande um chêro
no cangote
e a benção de
mainha Maria,
baiana!
Só assim saberei
que a vida
não acaba
na quarta
acinzentada
e na dor da saudade.

EpitáfioOnde histórias criam vida. Descubra agora