Esque(cimento).

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O sonho nasce
Por entre as nuvens sombrias
Que me aquecem
No raiar da aurora.

A saudade que me finda
O vento que me corta
A faca que é afiada
E as línguas dissipam do que me resta.

No pensamento
Ainda o mesmo toque
Ainda a mesma
Estrofe.

Teu sorriso oblíquo,
Teu jeito pretérito,
Tua voz...
Metalinguística.

Te canto à solidão
E às montanhas
Clamo a sua volta
Silenciosa.

As manias que restaram,
Os passos marcados,
Os dizeres que guardei
Na parede mais bonita
Do pulsar.

Os silêncios
E as conversas intermináveis.
E as conversas que terminaram.
Os acordes sensuais,
As notas saltitantes,
O vigilante anoitecer
A letra apressada,
E a sua volta,
Que incessante,
Vem corroer.

EpitáfioOnde histórias criam vida. Descubra agora