E o amor,
ora tão temido
e frágil,
se esgueirou
janela a dentro,
deu um salto,
se espatifou!
Fez giros
e cambalhotas,
revirou a casa
inteira
e deixou a toalha
em cima da cama.Em meio a gritos
e caos,
a sirene soando
em alerta,
ele me abraçou;
beijou minha têmpora
e não questionou
nenhuma lágrima sequer.O amor usa calças
largas
e fora de moda.
Prefere comida gelada
e não liga pra bagunça.Também não liga
pros meus defeitos
e faz, de cada um deles,
um verso de seu poema.O amor tem
uma mecha branca nascendo,
e nem liga
pro tempo.O amor tem
um sorriso fácil
e uma lágrima
dura guardada no peito.O amor tem o céu
escondido no coração
e a Via Láctea
na pele.O amor é de leão,
rugindo feito tresloucado
aos quatro ventos
sem pudor.O amor é louco,
falho,
defeituoso;
Humano.O amor é de ontem,
de hoje
e do tempo
de ninguém.O amor escancara
as portas
trancadas pela
ignorância.O amor é como
uma pincelada de Van Gogh,
uma estrofe de Bukowski,
uma nota de Chopin...
O amor é completo
e me faz transbordar.
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Epitáfio
Thơ caLivro de poesias e desabafos dedicado aos momentos de maior sensibilidade do eu lírico. A vulnerabilidade de ser e o infortúnio de sentir. Jaz as últimas páginas de uma vida; seus últimos suspiros. E o que restou depois do fim. *** Plágio é crime e...