Sinto-me esquisita.
Não sei;
perdida no
tempo.Como se fosse
uma intrusa
no corpo de uma estranha
qualquer.
Sinto-me uma hospedeira
indesejada
do meu próprio ser.Os pés e
os lombos
calejados,
cansados de tanto
correr.Correr pra longe,
correr de mim,
correr do ontem,
do hoje
e do amanhã,
que nunca vem.Vivo a espreita,
esperando o dia em
que a estranheza se isente,
e meu eu volte
caminhando dentre as árvores,
sorrindo;
feliz de voltar.Moro na imagem
refletida todas as manhãs;
doente,
febril,
morta.Morri.
Esqueci
de
mim.Trago as margaridas
que um dia
amei.
solto a fumaça
cinza
das vísceras
que me compõe.Virei pó, Maria...
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Epitáfio
PoesíaLivro de poesias e desabafos dedicado aos momentos de maior sensibilidade do eu lírico. A vulnerabilidade de ser e o infortúnio de sentir. Jaz as últimas páginas de uma vida; seus últimos suspiros. E o que restou depois do fim. *** Plágio é crime e...