Faço uma prece
A Santo Antônio
Que a faísca do amor
Não arrede o pé
E se esquente ao
Fervor da fogueira.
A reza do sertão
Que abrace o caminho deixado
E console minha terra adoecida.
Ah, meu limoeiro
Só tu sabe o amargor da saudade
E a confusão de ser viajante.
Não sei de onde venho,
Nem onde vou,
Meu lar é minha mente
Que sente
E revive o que já esqueceu de respirar.
Ah, Maria
Que tu me salve de mim
E do sofrer que a vida traz
Todos os dias
Como se fossem meros detalhes.
Luzia, ai d'ôce
Na roda de samba
Com os pandeiros e as bandeirinhas
De outro tempo.
Se chorar, lembre do zumbido
Da abelhinha na janela,
Do cheiro dos biscoitos
E os doces que só
Seu Alcântara sabe fazer.
Viva!
Viva bem,
Viva sempre,
Regue o coração
E o deixe florescer.
Antes de todos serem,
Você é.
Então seja,
Então viva,
E me beije o rosto.
Te espero nas esquinas
Com girassóis da cor do seu cabelo.
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Epitáfio
PoetryLivro de poesias e desabafos dedicado aos momentos de maior sensibilidade do eu lírico. A vulnerabilidade de ser e o infortúnio de sentir. Jaz as últimas páginas de uma vida; seus últimos suspiros. E o que restou depois do fim. *** Plágio é crime e...