As asas que perdi

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O sol fugindo no céu,
O vento soprando nas árvores
Um pássaro canta,
Outro prefere brincar
E existem aqueles que só deixam
O tempo passar.
Há as borboletas,
Não pássaros, nem vento,
Todavia sem deixar a batida parar.

Eu gosto de gente.
De gente que canta,
De gente que voa,
De gente que nunca esquece quem é,
Mas se permite ser o que quer.

Eu gosto de gente passarinho,
De gente borboleta
E de gente que é só gente,
Porque não precisa ser mais
Do que aquilo que é.

Às vezes, me sinto gente.
Outrora, só parte da aquarela
Que rodeia todo o voar.
Têm vezes que decido ser asa,
Tem vez que prefiro ser solo.
Tem hoje,
Agora,
Momento.

Tem vida pra viver,
Tem gente pra amar,
Tem Quintana pra ler,
Tem asa pra voar.

Às vezes, queria ser mais pássaro,
Só que agora sou apenas folha
A rolar.

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