Capítulo 41 - Mãmã

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O primeiros meses de vida de Luna foram privados de exposição midiática. Apesar de Camila ter postado em suas redes sociais apenas uma foto com a filha e a esposa, Camren decidiram que não queriam que sua filha estampasse tanto as páginas de sites de fofocas e muito menos que fossem alvo de piadas e comentários homofóbicos, pela menina ser filha de um casal lésbico. Queriam poupar, a todo custo, qualquer desconforto.

O meses foram passando e, com eles, o crescimento de Luna e a turnê "97" de Camila havia acabado. Com o fim da tour, Camila meio que sumiu das redes sociais. E Lauren, que nem estava tão ativa quanto antes, também sumiu. Queriam ficar ao máximo juntas, com Luna, longe do ambiente tóxico da internet. E isso incomodou muita gente, desde fãs obcecados até paparazzis sedentos por um clique da família do momento. As únicas vezes que saia algo das duas na internet eram fotos quando Lauren saía para trabalhar, seja na faculdade ou na galeria de arte, e quando Camila tinha que dar alguma entrevista ou gravar comercial, coisas que seu contrato lhe obrigavam a fazer.

Se dependesse de Camren, elas sumiriam para alguma ilha deserta com Luna e viveriam felizes para sempre. Sem stress, sem pressão, sem cobrança, sem problema nenhum. Mas a realidade era muito mais intensa e cruel que elas imaginavam... todos os dias, tinham paparazzis acampados e escondidos em frente ao prédio onde Camila morava. Apesar de ser um condomínio fechado, esses caras sempre conseguiam um jeito de entrar, seja pulando algum tipo de muro, ou pagando ilegalmente uma grana alta para porteiros e guardas, para poderem entrar naquele condomínio onde alguns outros artistas moravam.

— Que inferno! — bufou Lauren ao entrar no apartamento e bater a porta, assustando Camila, que estava sentada no sofá com Luna no colo.

— O que foi? — perguntou a latina.

— Esses malditos paparazzis! Um infeliz se jogou na minha frente quando eu tava entrando agorinha... eu passei por cima. — jogou a bolsa no sofá e se sentou ao lado de Camila.

— Bom, não matando o cara, tudo bem.

— Não matei, mas queria ter matado. A insistência desses vermes me irrita demais! — deu um respiro fundo.

— Não, amor, pelo amor de Deus! Não mate ninguém! Temos uma filha pra criar.

Lauren olhou para o rostinho pequeno de sua filha de olhando com enormes olhos de cor azul escuro e bochechas rosadas grandes. O cabelo de Luna, agora um pouco maiorzinho, tinha um tom castanho escuro, quase preto, e estava penteado para frente, fazendo uma franjinha sobre a testa. Lauren sorriu e estendeu os braços, fazendo Camila lhe entregar a criança.

— Minha nugget! — deu um abraço meio apertado, meio frouxo em sua filha, e lhe beijou a bochecha gordinha, aspirando o cheiro de neném que a menina tinha. — Coisa mais linda do universo! — fez uma vozinha de bebê e deu mais um beijo na filha.

— Luna hoje chorou a manhã inteira, só parou agorinha.

— Mas você deu mamadeira pra ela? Trocou a fralda? — perguntou Lauren, aninhando a menina em seu colo.

— Sim, fiz tudo isso.

— Será que ela estava com alguma dor? Cólica? — olhou para os olhos azuis escuros.

— Eu tava desesperada e aí liguei pra minha mãe e ela disse que Luna poderia estar com gases. Aí eu fiz uma massagem de leve na barriguinha dela e, depois que ela soltou muito pum na minha cara, ela parou de chorar.

Lauren riu.

— Ela é linda por fora, mas fede muito por dentro. — Camila fez uma piadinha.

Lauren continuou rindo enquanto alisava o rosto da pequena com a ponta dos dedos.

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