Capítulo 10 - Oi, Ick

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Eu estava na praça, sentada no banco de madeira e chorando horrores com o meu filho no colo

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Eu estava na praça, sentada no banco de madeira e chorando horrores com o meu filho no colo.

Uma cigana que costuma vagar sem rumo pela região se aproximou de mim e me estendeu uma caixa cheia de papeizinhos dobrados.

Segundo ela, eu poderia tirar a minha sorte ali.

Eu andava tão sem sorte que era perigoso assistir os papeizinhos pegando fogo no momento em que eu tocasse neles.

— Desculpa, senhora — falei. — Mas eu realmente queria ficar sozinha.

— Ora, eu vou te deixar sozinha — ela respondeu. — Só estou te oferecendo um pedaço de papel. Tenho certeza de que ele não vai lhe fazer mal.

— Tudo bem... — se pegar um papel da caixa da sorte lhe fará ir embora, vale a pena.

Estendi a mão e peguei um papel.

Desdobrei e li a frase escrita nele.

"Isso também passará".

— Engraçado — falei. — Um amigo meu costumava me dizer isso o tempo todo.

— Viu? — a cigana sorriu. — Os meus papéis nunca são inúteis.

Satisfeita com o triunfo, ela se afastou mancando.

Imaginei que aquilo fosse um sinal, mas, mesmo assim, relutei em ligar para Ick.

O coitado ainda deve estar se acostumando com o ritmo da capital, ele não teria tempo de ouvir os meus problemas.

Mas, sei lá.

Ele me faz bem.

Peguei o celular e apertei o seu contato.

— Oi Jéss! — ele atendeu.

— Oi, Ick...

— Está tudo bem?

— É, na verdade, mais ou menos. Eu te liguei mais para não ter que pensar nos meus próprios problemas.

— Coisa séria?

— Não, tudo bobagem.

— Olha lá heim...

— Me fale de você. Como está por aí?

— Ah, acabei de chegar, né. Mas já arrumei um lugar para dormir.

— Bom lugar?

— Horrível! É um kitinet minúsculo e as paredes são tão finas que quando o casal do quarto ao lado transa eu me sinto participando da ação.

— Credo...

— Bom, é temporário, né?

— Como está de dinheiro?

JÉSSICA - MÃE AOS DEZESSETE (HISTÓRIA COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora