Capítulo 11 - Vestido amarelo

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Na história da própria vida, ninguém se considera vilão

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Na história da própria vida, ninguém se considera vilão. Sempre o mocinho. Ninguém se considera o abusador, apenas a vítima. Da própria perspectiva, o mundo se molda de forma que sempre somos pessoas boas e certas. Não importa o que você faça.

É importante ter uma dose de autocrítica. Entender a sua limitação. Se colocar no lugar do outro. 

Eu não sou nenhuma santa, nem o centro da mundo. Mas já fui pior. Fui um ser humano pior e só agora estou reconhecendo os erros daquela época.

Eu costumo dividir a minha vida em duas partes: a pré-vida, onde eu não era mãe e tinha amigos e frequentava festas imaginava que o meu futuro seria ser uma instragramer famosa. E a pós-vida, depois que engravidei, meus amigos me abandonaram e tudo mudou.

De certa forma, isso é reconfortante. Pois tenho plena ciência de tudo de errado que fiz na minha pré-vida e essa divisão me ajuda a aliviar a culpa "eu mudei, sou outra Jéssica agora".

O problema é que sinto falta de algumas coisas da minha pré-vida.

Não quero assumir, mas até dos amigos sinto falta.

E de outras coisas que me faziam feliz.

Por isso, naquele dia, decidi tentar uma coisa nova. Vesti o Ícaro da maneira mais fofa que consegui, todo de azul bebê, peguei o carrinho e fui para o santuário que eu visitei semanalmente durante anos: o shopping.

Queria testar se ele ainda tinha o poder de me acalmar como fazia antes.

Ele não parecia tão diferente. As vitrines pareciam as mesmas e a moda não sofreu mudanças drásticas, exceto pelas pochetes que voltaram com tudo, o que absolutamente não faz sentido algum.

Reconheci vários rostos das senhoras ricas que praticamente moram por lá. Todas elas estão com um apetrecho novo, um cachorrinho minúsculo que as acompanha pelas lojas.

Uma tendência entre as senhoras ricas.

Parei em frente a uma vitrine que exibia um vestido amarelo. Ele tinha um decote enorme nas costas e uma costura que delimitava muito bem onde a barriga deveria ficar e qual aparência ela teria.

— Boa tarde — a moça falou ao meu lado

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— Boa tarde — a moça falou ao meu lado.

Era uma vendedora da loja, sorridente e simpática. Ela parecia um pouco mais velha do que eu, mesmo assim, transmitia a inocência de uma criança.

— Gostou do vestido? — Perguntou

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— Gostou do vestido? — Perguntou. — Deseja provar?

Olhei para o vestido.

Ele era bem mais caro do que eu poderia pagar. Na verdade, na condição de desempregada, eu não poderia comprar vestido algum.

Eu também tinha certeza de que a peça não cairia tão bem em mim. Ele mostraria as minhas coxas brancas e flácidas.

Antes, eu tinha peitos pequenos e firmes que seriam ótimos para o busto do vestido, agora sei que os meus novos peitos enormes ficariam apenas vulgares.

Aquele vestido era perfeito para a Jéssica pré-vida, mas completamente inadequado para a Jéssica pós-vida.

— Eu adoraria! — exclamei.

***

Oi, salizers. Tudo bom?

Gostaria de agradecer por todo o carinho que recebi no capítulo passado. Vocês foram muito gentis, como sempre. Aquela crise já passou. 

Se você quiser ter mais contato comigo, segue lá no instagram. Estou sempre postando sobre as coisas que leio e faço stories tentando aprender a cozinhar. Vocês já fizeram estrogonofe? Eu tentei e ficou horrível. Enfim, é @felipesali. 

Beijos!

Felipe Sali

Felipe Sali

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JÉSSICA - MÃE AOS DEZESSETE (HISTÓRIA COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora