Capítulo 29 - Pareceu certo

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Emily me convidou para passar o horário de almoço em um restaurante japonês

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Emily me convidou para passar o horário de almoço em um restaurante japonês. Pedimos uma barca e aproveitamos o tempo livre para conversar, o que era absurdamente fácil, já que a menina é uma metralhadora de palavras e seria capaz de falar o dia inteiro se deixassem.

Ao contrário de outras pessoas falantes, Emily também era boa ouvinte, o que a tornava consequentemente em uma boa amiga. Depois de quase dois anos em que as minhas companhias se resumiam à minha mãe, meu filho e o Ick, estava contente em finalmente ter com quem conversar e pedir conselhos:

— Tem esse cara que é o pai do meu filho — falei. — Ele foi um babaca, mas parece realmente arrependido e disposto a consertar tudo. Não sei se devo confiar nele...

— Bom, é aquele papo — Emily comentou com naturalidade. — Quando você perdoa alguém, o primeiro beneficiado é você.

— Confiar em pessoas é complicado depois de passar por algumas coisas na vida... — Não sei como peguei tanta intimidade com ela a ponto de começar o assunto em seguida. — Além disso, não sei se estou pensando muito bem. Acho que o meu corpo está me pregando peças.

— Como assim?

— Bom... Faz tempo que não tenho contato físico com ninguém e acho que o meu... Sei lá como se chama... Está afetando o meu julgamento sobre o Lucas.

Emily caiu na risada.

— Está querendo fazer outro filho?

— Nem pensar!

A barca de sushi chegou. Ficamos em silêncio enquanto o garçom nos servia. Não era o tipo de assunto que você pode falar perto de estranhos. Quando ele se afastou, continuei falando:

— Você já passou por um período de seca assim?

— A minha adolescência inteira! — respondeu. — Felizmente, as coisas melhoraram.

— Hoje você namora?

— Não.

— E consegue levar a vida de solteira numa boa?

— Faz um ano que saí da casa dos meus pais. Desde que isso aconteceu, tudo mudou!

— Como assim?

— Já levei 23 homens para casa.

— Emily!!!

Quem vê cara não vê cama.

	Assim que voltamos para a empresa recebi uma mensagem do Bob me chamando para a sua sala, o que é bastante raro

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Assim que voltamos para a empresa recebi uma mensagem do Bob me chamando para a sua sala, o que é bastante raro. 

Chegando lá, o encontrei vestindo shorts e uma camiseta com Ewoks desenhados. O seu cabelo estava tão bagunçado que parecia um quadro renascentista:

— Vou precisar da sua ajuda — falou.

— Você me paga para isso.

— Semana que vem tenho que discursar para os formandos da USP e falar em público nunca foi o meu forte.

— Vai precisar de ajuda para escrever os discurso?

— Exatamente.

— Me mostre o que você já tem.

— Ok, sente-se.

Bob puxou uma cadeira para mim. Sentei e notei que ele estava nervoso.

— Pensei em começar com uma piada, que tal?

— Não sei se é uma boa ideia.

— Pelo menos ouça a piada antes.

— Tudo bem.

— Aqui vai: "Boa noite, alunos formandos do curso de comunicação social da USP. Espero que vocês tenham dado duro nos quatro anos de faculdade. Não que isso faça alguma diferença, eu não fiz faculdade e hoje sou multimilionário".

Putz...

— Essa não é uma maneira boa de incentivar os alunos.

— É que eu acho faculdade uma perda de tempo.

— Não acho que essa seja a melhor coisa a ser dita DENTRO DA USP.

— Droga, você tem razão...

— Temos muito trabalho pela frente.

Peguei o notebook, abri no meu colo e digitei o título "DISCURSO LACRADOR":

— Acho que num dia como esse seria legal você dar dicas que você queria ter recebido quando estava começando a sua carreira, sabe? Coisas práticas que eles poderão levar para a vida.

Ficamos lado a lado e passamos horas pensando em frases, sentenças, trocando palavras e buscando a melhor maneira de transmitir o ensinamento que o Bob queria passar. Não conseguimos finalizar no primeiro dia, então voltei na manhã seguinte para continuarmos o trabalho. Ele havia passado a noite inteira na empresa e parecia absurdamente cansado. Sentamos no chão e conversamos sobre como finalizar o texto. Em dado momento, ele simplesmente pegou no sono e sem nem notar colocou a cabeça sobre o meu colo e dormiu.

Foi esquisito. O rapaz que eu tirava sarro na escola era agora o meu amigo e chefe e dormia um sono pesado no meu colo.

De alguma maneira esquisita, aquilo pareceu certo. 

***

Nota do autor

Oi, pessoal. Tudo bom?

Hoje quero falar sobre o lugar onde sou mais acessível e faço as postagens mais legais do mundo: meu instagram! 

Meu user lá é @FelipeSali e hoje darei cinco motivos para você me seguir no instagram, vamos lá:

1 - Eu posto sobre os livros que estou lendo e dou dicas para você escolher a sua próxima leitura.

2 - Posto as novidades dos meus livros, pistas sobre os próximos lançamentos e bastidores da vida de escritor.

3 - Forneço conselhos amorosos via DM.

4 - Deixo escapar umas nerdices.

5 - Eu sou muito lindo.

Consegui te convencer?

Beijos

Felipe Sali

JÉSSICA - MÃE AOS DEZESSETE (HISTÓRIA COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora