Capítulo 60 - Sexto sentindo.

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Justin Narrando

- Naquele silêncio eu só escutava  o barulho dos meus sapatos e dos saltos de Manuela batendo contra a neve e a lama do cemitério.

Manuela segura mais firme o meu braço ficando arrepiada e eu envolvo um dos meus braços em sua cintura tentando transmitir calor à mesma enquanto chegávamos perto do túmulo da minha mãe.

Ouço Manu limpar a garganta tomando coragem para falar e eu dou um sorriso por ver a cena dela fechando os olhos respirando fundo.

Era como se ela fosse conhecer minha mãe pela primeira vez e que nesse encontro ela tinha que fingir ser uma boa namorada para mim só para conquistar a sogra.

Manuela - Oi sogra, eu não vou falar muito coisa. Eu só queria agradecer por você ter colocado um garoto tão especial, maravilhoso, convencido e gostoso nesse mundinho medonho. Na verdade, sem ele na minha vida eu não sei o que seria de mim. É como se ele fosse um gps ou um anjinho que vai me guiando pelos caminhos certos. Então, obrigada por tudo que fez por ele é até mesmo por nós aí de cima. - Tirou uma corrente de seu pescoço e colocou por cima da lápide.

Eu - Eu não sou convencido. Sou sincero!  - A olhei incrédulo.

Manuela - Shiu, não estraga o momento. Vai querer ficar sozinho? - Cochichou baixinho no meu ouvido assim que paramos.

-- Como se eu me importasse de ter minha mulher ao meu lado escutando meus desabafos. --

Nego com a cabeça beijando sua testa e me abaixo devagar passando minha mão em seguida sobre a lápide de minha mãe, eu não tinha levado nada a ela desta vez.

Eu - Mãe, eu sei que várias vezes eu vim aqui conversar com a senhora em meio a desespero e com um único objetivo, que era fugir de todos os meus problemas e de todo mundo. Eu sinto muito por encher tanto o seu saco no seu momento de paz. - Dou um riso e deixo uma lágrima teimosa cair.- Mas agora eu prometo que serei mais forte, mudarei meus planos e irei deixar a senhora descansar. Eu te amo.

Dou um suspiro e a mão de Manuela é estendida, levanto minha cabeça para olhá-la e ela dá um sorriso confortante me fazendo pegar em sua mão e puxa-lá para um abraço.

Manuela - Eu vou estar aqui. Não tomarei o lugar dela mas farei meu papel de te colocar pra cima todas as vezes que precisar e de te dar broncas também. - Sorriu e me soltou encarando meus olhos.

Acaricio sua bochecha rosada sem dizer nada e um vento gélido passa por nós nos arrepiando.

Eu - Acho melhor irmos antes que fique muito tarde. - Pego em sua mão e ela assente.

A volta ao carro foi um silêncio, quando entramos no mesmo, ligo o aquecedor e Manuela esfrega suas mãos uma na outra tentando achar um meio de se aquecer rapidamente.

Ligo o carro e dou partida deixando o cemitério cada vez mais pra trás. Ligo o rádio e tocava algumas músicas natalinas e outras lentas. O que me fez revirar os olhos.

Manuela - Justin... - Me chamou encarando a janela embaçada.

Eu - Fala? - A olho de rabo de olho tentado não tirar a atenção da estrada.

MEU MUNDO, NOSSO MUNDO 3° - Eternamente Meu MUNDO, Seu mundo, final. 🌎❤️Onde histórias criam vida. Descubra agora