Justin Narrando
- Naquele silêncio eu só escutava o barulho dos meus sapatos e dos saltos de Manuela batendo contra a neve e a lama do cemitério.
Manuela segura mais firme o meu braço ficando arrepiada e eu envolvo um dos meus braços em sua cintura tentando transmitir calor à mesma enquanto chegávamos perto do túmulo da minha mãe.
Ouço Manu limpar a garganta tomando coragem para falar e eu dou um sorriso por ver a cena dela fechando os olhos respirando fundo.
Era como se ela fosse conhecer minha mãe pela primeira vez e que nesse encontro ela tinha que fingir ser uma boa namorada para mim só para conquistar a sogra.
Manuela - Oi sogra, eu não vou falar muito coisa. Eu só queria agradecer por você ter colocado um garoto tão especial, maravilhoso, convencido e gostoso nesse mundinho medonho. Na verdade, sem ele na minha vida eu não sei o que seria de mim. É como se ele fosse um gps ou um anjinho que vai me guiando pelos caminhos certos. Então, obrigada por tudo que fez por ele é até mesmo por nós aí de cima. - Tirou uma corrente de seu pescoço e colocou por cima da lápide.
Eu - Eu não sou convencido. Sou sincero! - A olhei incrédulo.
Manuela - Shiu, não estraga o momento. Vai querer ficar sozinho? - Cochichou baixinho no meu ouvido assim que paramos.
-- Como se eu me importasse de ter minha mulher ao meu lado escutando meus desabafos. --
Nego com a cabeça beijando sua testa e me abaixo devagar passando minha mão em seguida sobre a lápide de minha mãe, eu não tinha levado nada a ela desta vez.
Eu - Mãe, eu sei que várias vezes eu vim aqui conversar com a senhora em meio a desespero e com um único objetivo, que era fugir de todos os meus problemas e de todo mundo. Eu sinto muito por encher tanto o seu saco no seu momento de paz. - Dou um riso e deixo uma lágrima teimosa cair.- Mas agora eu prometo que serei mais forte, mudarei meus planos e irei deixar a senhora descansar. Eu te amo.
Dou um suspiro e a mão de Manuela é estendida, levanto minha cabeça para olhá-la e ela dá um sorriso confortante me fazendo pegar em sua mão e puxa-lá para um abraço.
Manuela - Eu vou estar aqui. Não tomarei o lugar dela mas farei meu papel de te colocar pra cima todas as vezes que precisar e de te dar broncas também. - Sorriu e me soltou encarando meus olhos.
Acaricio sua bochecha rosada sem dizer nada e um vento gélido passa por nós nos arrepiando.
Eu - Acho melhor irmos antes que fique muito tarde. - Pego em sua mão e ela assente.
A volta ao carro foi um silêncio, quando entramos no mesmo, ligo o aquecedor e Manuela esfrega suas mãos uma na outra tentando achar um meio de se aquecer rapidamente.
Ligo o carro e dou partida deixando o cemitério cada vez mais pra trás. Ligo o rádio e tocava algumas músicas natalinas e outras lentas. O que me fez revirar os olhos.
Manuela - Justin... - Me chamou encarando a janela embaçada.
Eu - Fala? - A olho de rabo de olho tentado não tirar a atenção da estrada.
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MEU MUNDO, NOSSO MUNDO 3° - Eternamente Meu MUNDO, Seu mundo, final. 🌎❤️
Dla nastolatkówAgora tudo será diferente, os filhos cresceram, os netos vieram, a família ficou enorme... A história contará agora a vida dos filhos, e como os nosso personagens queridinhos estão depois de velhos. Será que agora...eles encontram a paz de vez? ❤️ ...