CAPÍTULO XI

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          Elisabeth Morelli

O táxi estacionou em frente a minha casa e eu sai quase que desesperadamente dele. Já estava começando a me fazer mal ficar confinada dentro daquele carro junto com aquele ogro do meu lado.

Eu e o motorista fomos até a traseira e ele abriu o porta-malas pra mim. Peguei tudo o que era meu e do Sebastiã.

Paguei o taxista e percebi pela cara dele que achou estranho meu  “companheiro” não ajudar em nada nem arcar com as despesas. Na certa estava pensando o mesmo que eu : “cara folgado”!

— Só pra deixar bem claro, lá na Itália até pode ser o chefão, mas aqui... é melhor saber se comportar de forma humilde. Então pode começar tratando de levar suas próprias malas. Ninguém vai fazer isso por você.

Avisei ele enquanto passava em sua frente e ia até a porta.

— Sim, senhora.

Fez sinal de sentido.

— Obrigado, senhor.

Pegou suas bagagem e me seguiu.

Toquei a campainha e esperei alguém vir me atender.

— Já faz quanto tempo que você não vê seus pais?

Apareceu do meu lado.

— Dois meses e oito dias. Agora fica quieto.

Botei um sorriso no rosto e ouvi a maçaneta ser girada para o lado.

— Hija!

Minha mãe Amélia abriu os braços, me abraçando.

Mamãe!

Retribui o abraço, ainda mais apertado.

— Que saudades, minha bebê.

— Também senti.

— Vamos! Entrem, entrem.

Fomos até a cozinha. Acho que ela nem notou a presença do Sebastiã.

— Filha!

Meu pai, Reynaldo Morelli, se levantou da cadeira e veio na minha direção.

— Papa!

Nos abraçamos.

— Pra que esse monte de malas, mirra? Está voltando pra casa?

— Não papa, eu só trouxe as que estão comig...

— Filho, leve essas coisas lá pra cima e deixe-as no quarto à esquerda, por favor.

Sebastiã me olhou sem saber o que dizer ou fazer.

— Papai, não. Ele...

— Você entende minha língua? Tu hablas... Está entendendo o que eu estou dizendo?

Aquilo estava cômico.

— Gorjeta só depois que cumprir o serviço. Qual é o problema desse cara?

Se virou para mim.

— Ele está comigo.

— Estão juntos?

Minha mãe estranhou, arregalando levemente os olhos.

— Sim. Quero dizer, não. Não do jeito que a senhora está pensando. Eu... o encontrei. Ele meio que está perdido.

— De onde você é, rapaz?

— Da Itália. Vou dar uma carona pra ele quando eu voltar.

— E ele vai ficar aqui?

SEBASTIÃ-MÁFIA MONTANARI [Completo] [L1] 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora