Elisabeth Morelli
— Mãe?
Bati na porta de seu quarto.
— Sim, filha.
Fungou o nariz.
— Está tudo bem?
— Está. E-eu já vou descer.
— Que tal eu entrar?
Abri a porta e apontei a cabeça no vão.
— Vem cá, vem hija.
Espalmou o lugar vazio do seu lado na cama. Entrei e fechei a porta, indo me sentar junto à ela.
— Me desculpa se esse meu... teatrinho estragou a sua ideia de final de semana perfeito.
Me abraçou de lado enquanto eu colocava minha cabeça em seu ombro.
— Deixa de ser boba, mãe.
— Você volta pra rever sua família depois de tanto tempo e vê que eles só sabem... lavar roupa suja nas horas mais inapropriados.
— É sério, mãe. Tá tudo bem.
Olhei fundo em seus olhos.
— Agora... por que não me explica o que foi àquilo?
Ela respirou fundo e abaixou a cabeça.
— Sebastiã foi o meu primeiro filho e seria seu irmão mais velho se eu não o tivesse perdido. O que me fez ver que o seu pai era homem pra mim e não o Afonso foi a reação dos dois. O Rey chorou quando eu contei pra ele, já o Afonso ficou feliz.
Ela começou a chorar.
— Disse que era um alívio não ter no mundo um filho da garota que ele amava com o cara que ele mais odiava.
— Ah mãe, eu não sabia disso. Sinto muito.
Abracei-a fortemente.
— Se eu soubesse, teria impedido o papa de prosseguir nem que fosse pulando encima da garganta dele.
Começamos a rir.
— Obrigada, filha.
— De nada, mãe.
Limpei suas lágrimas.
— Então quer dizer que a senhora teve outra paixão na sua vida além do papai!? Hmmm.
Ela sorriu timidamente.
— Não foi nada demais, até porque hoje estou casada com o seu pai.
— Você se arrepende?
— Em nenhum segundo do meu dia, mesmo ele sendo esse pé no saco, rabugento.
— Me conta mais sobre o Afonso. Claro, se a deixar confortável.
Deitei na cama.
— Pra que quer saber do Afonso?
— Ué, ele quase foi o meu pai.
— Não vou mentir, você tem razão.
Se deitou junto comigo.
— Afonso Montanari era meu vizinho.
A interrompi logo no começo.
— Ai meu Deus, isso é tão clichê! Se apaixonou pelo seu vizinho, mãe? Fala sério! Vai me dizer agora que ficava admirando ele pela janela do seu quarto, que a propósito dava diretamente para janela do quarto dele?
Comecei a rir.
— Deixa eu terminar. Toda manhã ele vinha me buscar na porta de casa para irmos juntos pra escola, e me esperava na saída para voltarmos juntos.
— Fofo!
Ela bocejou.
— Eu sei. E nossas famílias se conheciam e em todo feriado, nós nos reuniamos no quintal da casa dele para comemorar. Eu me lembro que enquanto nossos pais ficavam lá dentro, conversando, bebendo e comendo petiscos, nós dois ficávamos lá fora, acampando. Quando os nossos pais não estavam vendo, dormíamos na mesma barraca e até... trocávamos alguns selinhos.
— Mamãe!
Ela riu, envergonhada.
— Éramos crianças, não sabíamos o que estávamos fazendo. Eu e o Afonso não nos desgrudávamos, tanto que fomos juntos para o ensino médio. Lá começamos a namorar.
Ela deu uma pausa e suspirou.
— Mas...?
— Foi nessa época em que eu comecei a dançar e ele demonstrou ser muito ciumento.
— O que estragou tudo.
Tornou a bocejar.
— É. Antes de terminarmos, vivíamos dizendo que íamos nos casar logo, ter um casal de ninhos e não parávamos de criar nombres para eles. Alguns dos escolhidos foram Sebastiã e Giovana.
— Interessante.
A Giovana e o Sebastiã tinham esses nomes graças a minha mãe.
— Tomara que eu não tenha assustado o seu amigo.
— Depois eu vou lá ver como ele está.
— O resto você já sabe, eu fui pra faculdade, conheci o Rey, como o seu pai mesmo disse o Afonso nunca se esqueceu de mim e sempre lutou por nós, eu não podia mais ficar com ele porque já estava comprometida, mas continuamos com a amizade, o que não agradava muito o seu pai, mas ele entendia que tínhamos crescido juntos e que a amizade iria prevalecer.
Suas pálpebras pesavam, ela estava começando a ficar com sono.
— Vocês ainda se falam?
— Não. Nunca mais o vi.
— Sente algo por ele?
— Apenas carinho. Adoraria ter meu melhor amigo da infância na minha vida.
— Descanse um pouco, mamãe. A senhora está precisando.
Me levantei da cama.
— Querida... acha que o Afonso seria um pai melhor pra você e para os seus irmãos?
— Com certeza não.
Sorri para ela.
— A senhora não errou na sua escolha, mãe. Pelo contrário.
A cobri e dei-lhe um beijo em sua testa.
— Adorei o almoço.
— É ótimo te ter aqui em casa novamente, minha menininha.
— Concordo.
Fui até a porta e deixei o cômodo.
_____
E fica cada vez mais misterioso....
Façam suas apostas ksskkskssksk
E interagem meninas
Se não sem capítulo
Hoje tô mà
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SEBASTIÃ-MÁFIA MONTANARI [Completo] [L1] 2018
Chick-LitSEBASTIÃ & ELISABETH • COMPLETO✓ Livro 1× Elisabeth Morelli, uma linda jovem aspirante a dançarina com o sonho de ser independente. Sebastiã Montanari, um rapaz frio com um lado sensível. Seu maior dever é cuidar dos negócios da família junto com...