CAPÍTULO XVII

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Elisabeth Morelli

Quando entramos, meu irmão foi correndo abraçar o filho e a esposa, que desceram pra tomar café. Toda a minha família, e o Sebastiã, já estavam reunidos à mesa, conversando. Kylie e os gêmeos corriam pra lá e pra cá, brincando.

— Meninas, vocês me ajudam a preparar o café da manhã?

Minha mãe perguntou. E lá se foi aquela mutirão de mulheres pra cozinha.

Cada uma estava fazendo alguma coisa : eu fazia o suco, Paloma o café preto, a Nina esquentava o leite, Griselda fritava o bacon com os ovos e a minha mãe fazia panquecas enquanto vigiava o bolo no forno.

— Garota, me conta aonde você encontrou esse pedaço de sonho?

Nina perguntou, nem um pouco com vergonha.

— Oh Nina, você está aqui com o Thomas.

Griselda a repreendeu.

— Só estou comentando. Eu sei que você também reparou. Todas aqui.

— Como se um homão desses pudesse passar despercebido.

Paloma disse.

— Você não está namorando o Gabriel, Beth?

Griselda quis saber, já começando a ficar confusa.

— Estou. O Sebastiã é só um amigo. Nos conhecemos quando dividimos o mesmo táxi.

— Não disse que se conheceram depois que você derramou café quente nele?

Disse mi madre.

— E-então. Nos conhecemos ainda melhor dentro do táxi, vindo pra cá.

— Hmmmm...

Nina murmurou maliciosamente.

— Não é nada disso que você está pensando, tá mocinha!?

— Meio estranho. Você mal o conhece e já vai colocando o cara para dentro da sua casa, com a sua família toda aqui, sem mais nem menos. E se ele acabar assassinando alguém no meio da noite ou roubando algo? Não se pode confiar tanto assim em uma pessoa.

Paloma franziu a testa.

— Roubar? Algo que me diz que ele não precisa disso.

Eu comentei, com um tom de certeza absoluta.

— Nós também reparamos. Aquele terno com botões de ouro não deve ser nada barato.

Nina com sempre muito boa observadora.

— E outra, eu sei que é anormal, mas sinto que com ele eu posso contar.

— Sente alguma coisa pelo ricasso?

Griselda arquiou a sobrancelha, curiosa.

— É claro que não. Eu namoro.

— Relaxa, pra que o escândalo? Era só ter dito não.

Nina estranhou.

— É como quem apronta. Se não tem nada à esconder, não precisa ficar nervosinho.

Griselda opinou.

— Oh mãe, quando a mãe da Erin ficou doente?

Mudei de assunto.

— Ah filha, já faz um mês mais ou menos. Eu fui lá fazer uma visita pra ela esses dias pra trás e a coitadinha está de cama.

— E o Gabriel está ajudando a Erin a passar por isso? Tipo, como um ombro amigo?

— Alguém está com ciúmes!?

Paloma sorriu de lado.

— Eu confio no meu taco, tá bom? Nunca precisei desconfiar do Gab porque sei que ele é fiel e que a Erin é apenas uma amiga que temos em comum.

— Olha filha, não vou mentir não, os dois andam muitos juntinhos sim, ultimamente. Até saíram ontem a noite. Eles iam te chamar, mas aí eu disse que você devia estar muito cansada da viagem e que era melhor deixar para uma outra hora.

Como eu suspeitava...

— Abre o olho, colega! Você está longe, não pode ligar, fazer chamada de vídeo, nem mandar mensagem. Os homens ficam carentes, eles têm suas necessidades e qualquer garotinha bonita... digamos assim, viram suas presas.

Paloma praticamente afirmou.

— Pela última vez, não está acontecendo nada demais entre o Gab e a Erin.

— Torça para que isso seja verdade.

Palavras da Griselda.

Enquanto isso, da sala...

— Então garoto, nos fale um pouco mais sobre você.

Disse meu pai.

— Como eu disse sou da Itália, tenho 30 anos e estou viajando com a sua filha.

— Você tem irmãos ou irmãs?

Perguntou Mauro.

— Sim. Três. E um deles é uma garota.

— Por que não ligou pra eles quando as coisas ficaram difíceis?

Como pai como sempre curioso.

— Boa pergunta. Você mal conhece a Elisabeth.

Mauro cruzou os braços.

— Não falo muito com os membros da minha família. E... simplesmente confiei na sua filha e nos meus instintos. Logo que a vi, percebi que ela parecia ser uma boa pessoa.

— Sente alguma coisa por ela?

Heron quis saber.

— Amizade. Sei sobre o Gabriel e nunca faria nada para atrapalhar a união deles.

— Vão continuar com... a amizade, por acaso?

Mauro perguntou.

— Depende. Se nada interferir...

— Você parece ser um bom rapaz, filho. Minha filhota precisa de alguém para protegê-la lá na Itália, até porque ela está sozinha.

— Sua filha está em boas mãos.

— O café-da-manhã está pronto!

Minha mãe gritou.

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Tô com Ranço do Gabriel e da Erin

SEBASTIÃ-MÁFIA MONTANARI [Completo] [L1] 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora