CAPÍTULO XVIII

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Elisabeth Morelli

Depois do café, todos nós ajudamos um pouco a limpar a casa, ao som das antigas músicas que a minha mãe costumava dançar em suas apresentações. Ela sentia tanta falta dos palcos...

Vez ou outra dávamos uma pausa para vê-la relembrar de alguns passos e começar a bailar do nada, sabe? Até nos ensinou algumas coisinhas. Logo àquilo virou uma grande discoteca, com todo mundo fazendo parzinhos : minha mãe e o meu pai, meus irmãos com minhas cunhadas e eu com o Sebastiã.

— É impressão minha ou você está se divertindo?

Disse ao pé do ouvido dele. Estava com a cabeça em seu ombro e as mãos envolta de sua nuca. Ele me segurava pela cintura e seguia corretamente os meus passos pra lá e pra cá.

— Sua família é muito animada!

— É, eu até reparei que vocês estavam discutindo na hora do café sobre mais tarde assistirem a um jogo.

— Acho que consegui ganhar a confiança do seu pai.

— Pode se vangloriar, porque eu vou te dizer uma coisa viu, é difícil agradar o meu velho.

Era bom ver a felicidade transparente nos olhos do Sebastiã. Ele nunca tinha vivido àquilo antes, era uma experiência totalmente nova : ser acolhido por uma família estável.

Mais tarde, quando acabamos, eu, minha mãe e as outras fomos ter um dia só nosso : passamos no shopping, fizemos o cabelo, as unhas dos pés e das mãos enquanto isso os rapazes ficaram em casa vendo o jogo, mas provavelmente não devem ter tido um pingo de sossego pois tiveram que olhar as crianças.

Ao voltarmos pra casa, todos os homens se alegraram a ver como suas garotas estavam bonitas. Já que aquele era o meu último dia antes deu voltar pra Itália, combinamos de sair mais tarde.

Vendo aquele momento um tanto romântico, lembrei-me do Gabriel e na mesma hora mandei mensagem pra ele.

“Oi amor. Você vai fazer alguma coisa hoje à noite? Eu e a minha família estávamos pensando em sair.”

Alguns minutos depois e ele me respondeu.

“Estarei trabalhando, amor. Hoje vou fazer hora extra.”

“Mas é o meu último dia antes deu voltar.”

“Sinto muito. Queria que tivéssemos passado mais tempo juntos. Mas pelo menos conseguimos nos ver :) Faça uma boa viagem! Da próxima avisa mais cedo pra eu desmarcar meus compromissos.”

Arrasada, subi correndo as escadas em direção ao meu quarto.

Sebastiã Montanari

Em um minuto a Elisabeth estava com um sorriso na cara, digitando uma mensagem no celular e no outro eu a vi correndo desesperadamente para o andar de cima.

— Elisabeth? Elisabeth?

Olhei para trás e vi que todos os membros da sua família estavam ocupados com suas próprias coisas, então sobrou pra mim ir lá ver o que tinha acontecido.

Subi as escadas e bati na porta do seu quarto.

— Vai embora, não quero falar ninguém.

— Que pena. Eu vim falar com você

Apontei a cabeça na abertura.

Ela estava deitada, toda encolhida, com o rosto afundado no travesseiro. Assim que ouviu a minha voz, se sentou na cama e fungou o nariz. Seus olhos molhados e vermelhos indicavam que ela estava chorando.

Fechei a porta e me sentei do seu lado, perguntando se estava tudo bem.

— É o Gabriel. Parece que ele me evitou o dia inteiro hoje. Não parou mais de dizer “eu sinto muito, eu sinto muito”, mas a verdade é que ele não lamenta porcaria nenhuma.

— Vai ver ele estava muito ocupado, sei lá. Eu sou péssimo nessas coisas porque tive poucos relacionamentos sérios.

— Eu me produzi toda, gastei meu último centavo numa lingerie linda pra usar só com ele e com que propósito? Ele nem pensou duas vezes antes de me mandar pra escanteio. E o pior, eu falei que esse era o meu último dia aqui e ele simplesmente disse “faça uma boa viagem.” Por. Mensagem. Ele nem se deu ao trabalho de me desejar isso pessoalmente.

— Espera aí, você disse... lingerie?

— O Gabriel tá me traindo.

Se levantou da cama, dizendo a frase com toda certeza do mundo.

— Como você chegou a essa conclusão?

— Só pode; e eu acho que é com a Erin.

— Olha as especulações, não se esqueça que você está falando da sua melhor amiga.

— Eu e as meninas estávamos falando exatamente sobre isso na cozinha, quando preparávamos o café da manhã.

— Era sobre isso que vocês estavam conversando, sobre o seu suposto namorado traidor!?

As mulheres realmente são loucas!

— Minha mãe mesmo disse que ele e a Erin estão muito próximos ultimamente. Eles até saíram juntos ontem a noite.

— Você sabe se eles estavam sozinhos?

— Não, mas...

— Então.

— Vamos sair essa noite atrás de provas. Iremos segui-los.

— Não, nós não vamos fazer isso. Nunca tivemos essa conversa e você irá esquecer de toda essa loucura.

Fiquei de pé e fui até a porta.

— Vai mesmo me deixar ser corna?

Respirei fundo ainda de costas. Virei-me e olhei pra aquela garota maravilhosa na minha frente, me encarando com grandes olhos de “por favor”, me implorando para fazer àquilo.

— Okay. As oito estarei te esperando lá embaixo.

Sai e fechei a porta atrás de mim.

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Eita porra Gabriel se fodeu

Já criei o grupo meninas quem quiser entrar é só entrar no link  aqui no meu perfil
Tá no finalzinho da bio

E o Bartolomeu já está publicado

SEBASTIÃ-MÁFIA MONTANARI [Completo] [L1] 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora