Sebastiã MontanariEstávamos dentro do “carro da Elisabeth”. Como tínhamos vindo de táxi, ela fez questão de alugar um só para espionar o namorado do lado de fora do estabelecimento de trabalho do Gabriel. Eram oito e doze da noite.
— Ainda acho isso loucura.
Comentei, olhando pela janela.
— Desde quando você tem senso crítico?
— O que quer dizer com isso?
Olhei pra ela.
— Que você geralmente não pensa sobre o que é certo ou errado, apenas age.
— Eu só não gostei dessa sua ideia. Acha que agrada algum homem ser vigiado do lado de fora do seu emprego?
— Se o Gabriel não tiver nada a esconder, ele não tem que achar ruim.
— Você está se precipitando...
— É, eu posso estar errada em relação a isso. Nunca vou me perdoar se realmente estiver, até porque somos um casal, certo? Devíamos confiar um no outro.
— Ainda da tempo de deixarmos isso pra lá, darmos meia volta e sairmos daqui. Você nunca pode basear as coisas em intuições ou suposições, nunca.
— Olha ele lá!
Apontou para o Gabriel, que saía do trabalho e subia encima da própria moto.
— Como ele disse, estava cumprindo hora extra. Vamos embora!?
— Eu vou segui-lo.
Ligou o carro e deu partida.
Mulher é fogo...
20 minutos depois e estávamos parados em frente a um restaurante. O tal do Gabriel desceu da moto e arrumou os cabelos no retrovisor.
— Parece que ele vai se encontrar com alguém.
— Desgraçado! Eu sabia! É a Erin, eu tenho certeza. Quem é a vadia agora, oh sua fura olho?
Fechou os punhos.
— Relaxa, tá? Pode ser... um AMIGO.
— Relaxar? O meu namorado está me traindo com minha melhor amiga por debaixo do meu nariz enquanto eu estou pra fora, estudando.
Começou a falar alto.
— Eu vou lá tirar essa história a limpo.
Destranquei a porta.
— Não, eu vou.
Enfatizou “eu”, já decidida.
— Você tá nervosa, vai acabar fazendo escândalo e estragando tudo.
— Eles merecem por me apunhalar pelas costas desse jeito.
— É sério, fica aqui que eu já volto.
Já estava pronto pra sair do veículo, quando Elisabeth me segurou pelo braço, impedindo-me.
— Acho que não vai mais precisar.
Flagramos a Erin entrando no restaurante e através do vidro, conseguimos ver ela se sentando na mesma mesa que o Gabriel e o cumprimentando com um beijo nos lábios. Eles conversavam animadamente, não cortavam por nada o contato visual e um não soltava da mão do outro, tudo de um jeito muito romântico.
— Elisabeth...
A encarei. Eu mesmo fiquei com pena dela. Nenhuma mulher deveria passar por uma coisa daquelas.
— Ele nunca pegou na minha mão desse jeito...
Deixou uma lágrima cair.
— O Gabriel é um idiota e essa Erin é uma piranha. Você não precisa deles.
—Você... você vai passar em algum lugar antes de irmos nos encontrar com a minha família?
Mudou de assunto e enxugou as lágrimas, tentando disfarçar sua mágoa.
— Elisabeth, você tá legal?
— Claro!
Botou um sorriso falso no rosto e ligou o carro, nos tirando dali.
***
Durante toda a viagem eu e a Elisabeth ficamos em silêncio. Agora eu sei como ela se sentiu quando eu nem a olhei na cara no vôo pra cá. Minha vontade era de arrancar sua dor e simplesmente jogá-la fora. Eu queria que ela desse um de seus belos sorrisos e parasse de fingir que estava tudo bem. Conversasse comigo para desabafar, se sentir melhor e não chorasse por causa daquele garoto ridículo.
Eu já estava prevendo que aquele jantar em família seria um desastre. Uma hora ou outra a Elisabeth iria se lembrar do Gabriel, começaria a chorar e finalmente contaria tudo o que aconteceu. E o que era pra ser algo animador, ficaria pior que um enterro.
Ainda não tínhamos saído do estacionamento quando chegamos a lanchonete. Eu me virei para encarar a Elisabeth e vi que ela respirava fundo, como se estivesse se preparando.
— Você não tem que fazer isso. Não precisa demonstrar força quando a coisa que você mais quer é desabar em lágrimas. Se quiser podemos ir pra casa e depois você inventa uma desc...
Ela mal me deixou terminar de falar antes de tirar o cinto e sair do carro. Entramos e todos já esperavam por nós.
— Oi, gente.
Beth cumprimentou à todos assim nos juntamos a mesa com eles.
— Ué querida, o Gabriel e a Erin não vão vir?
— Acho que não. O Gabriel está fazendo hora extra no trabalho e a Erin tá cuidando da mãe.
A encarei. Ela parecia tão convincente. Eu acreditaria fácil... se já não soubesse de toda a verdade.
— Ah, que pena!
— É, realmente é uma pena. Vocês... já pediram?
— Sim. O número 12 aí do cardápio.
Thomas me respondeu.
— Quero alguma coisa pra beber.
— Já pedimos refrigerante.
Paloma retrucou.
— Não, quero algo forte.
— Alguém tá querendo encher a cara.
Nina deu uma risadinha.
— Bebidas alcoólicas vem separado.
Griselda olhou no cardápio.
— Sem problemas. Alguém vai querer me acompanhar?
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Tô triste pela minha bebê 😭
Gabriel seba ainda vai te dar uns murro
Espero
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SEBASTIÃ-MÁFIA MONTANARI [Completo] [L1] 2018
Chick-LitSEBASTIÃ & ELISABETH • COMPLETO✓ Livro 1× Elisabeth Morelli, uma linda jovem aspirante a dançarina com o sonho de ser independente. Sebastiã Montanari, um rapaz frio com um lado sensível. Seu maior dever é cuidar dos negócios da família junto com...