SEBASTIÃ-MÁFIA MONTANARI [Completo] [L1] 2018

CAPÍTULO VII

         Elisabeth Morelli

“Tá brincando? Não vou comer na mão de uma vadiazinha mimada que ganha dinheiro rebolando para estranhos desconhecidos.”

“Você estragou tudo, eu fui lá e concertei. Então você está me devendo. Pra me pagar, terá que ir até ela e pedir desculpas.”

“Ela é muito manipuladora. Não acredito que você se deixou ser dobrada por aquela garota de nariz em pé.”

“É né, mas você quis bem ir pra cama com ela.”

Estávamos na boate e já passava das nove. Giovana e Sebastian conversavam no escritório dele. Não estavam gritando, mas senti que discutiam... por minha causa.

Fui até o camarim das meninas para dar um olá. Uma dupla se apresentava no palco enquanto as outras se aprontavam para entrar em seguida.

— Oi!

Apareci de surpresa para a Angel, sorrindo.

— Beth!

Se levantou e me abraçou.

— O que está fazendo aqui?

— Resolvi voltar. Sentiu saudades?

— Você sabe que sim. Vai se apresentar ainda hoje?

— Vou, mas só uma dança. Tenho aula amanhã cedo.

— Verdade, né!? Depois se quiser, posso te dar uma carona até em casa.

— Valeu, Ange.

Toquei seu ombro.

— Nossa! Meu Deus! Que loucura. Deixei eles bem animadinhos pra vocês, meninas.

Entrou uma garota no camarim. Devia ser nova porque eu nunca havia a visto. Ela usava um micro shorts e estava sem a parte de cima.

— Quem é essa?

Sussurrei no ouvido da Ângela.

— Cristina, mas pode chamá-la de April. Ou como eu particularmente a chamo, srta. despeitada.

Rimos do fato dela praticamente não ter seios.

— Tô vendo que eles não demoraram à me substituir.

— Foi por isso que senti tanta a sua falta. Essa garota é um pé no saco, sabia?

— Relaxa, eu tô aqui agora.

Coloquei uma mecha do cabelo dela pra trás da orelha.

— Bom, é melhor eu ir me arrumar.

Me sentei na minha antiga cadeira.

Acho que eu tinha descoberto o porque do público gostar tanto de mim. Podia ser o meu sorriso irresistível que eu dava no final, fingindo estar interessada, ou talvez fosse o meu rebolado ousado, mas o que realmente os enlouquecia era a máscara, que dava um arzinho de mistério e os fazia se perguntar “quem é essa garota que me faz desejá-la tanto? O que esconde?”

Nenhuma outra garota era de usar máscara , só eu e àquilo era meio que... um toque único. Certo dia eu a encontrei jogada em qualquer lugar, coloquei-a no rosto e completamente insegura fui me apresentar, sem nem ter a certeza de que faria tanto sucesso. E hoje já estão até me chamando de estrela. Por que parar agora? Vesti minha roupa, botei a máscara e subi no palco.

***

No final do show, quando eu estava retornando para o camarim, avistei a Ângela sentada encima do colo de um homem. Ela acariciava o rosto dele enquanto ele a segurava pela bunda.