Sebastiã Montanari— Stéfano...
Cheguei até onde ele estava, sentado em uma das mesas, bebendo.
— Sebastiã, meu querido primo! Sente-se.
O obedeci.
— Quer beber um pouco?
— São dez horas da manhã.
— Vou levar isso como um não.
Foi assim que os negócios da família começaram, com o meu avô que ensinou tudo aos seus filhos : meu pai e o meu tio, pai do Stéfano. Os irmãos Montanari.
Vai passando de geração em geração. Eu e os meus irmãos cuidavámos dos negócios do nosso pai e ele, sozinho, cuidava dos do meu tio. Stéfano também era dono de boate e trabalhava com algumas coisinhas mais pesadas, do tipo empréstimos, passagem pela alfândega, tráfico de pessoas, exportações ilegais e trocas e vendas no mercado negro.
Raramente nos encontrávamos. Não gosto do meu primo nem como pessoa muito menos como negociante. Eu conhecia a peça, ele era perigoso, não passava de um mal caráter, malandro e trapaceiro, por isso não faço, nunca fiz e nem penso em fazer futuramente qualquer tipo de parceria.
— O que quer aqui?
Meu primo era ganancioso, nunca aceitava um não como resposta e sempre, SEMPRE conseguia o que queria.
— Nossa, é assim que você trata um primo que não vê há anos?
— É assim que eu trato pessoas que chegam sem avisar na minha boate.
— Okay, eu serei breve. Quero uma das suas garotas.
— Sabe muito bem que não faço negócios com você, primo.
Me levantei da cadeira, já decidido tanto a não dar nada pra ele quanto a ir embora.
— E você sabe muito bem que eu não aceito um não como resposta, e nós estamos ligados de alguma forma, isso quer dizer que eu tenho... jurisdição sobre a sua parte. Posso comprar esse barraco e tudo o que você e os irmãos têm amanhã mesmo.
Eu não duvidava. Stéfano ganhava muito dinheiro, até mais do que eu e os meus irmãos, e tinha bastante poder. Eu também tinha jurisdição sobre a parte dele. Meu pai e o meu tio criaram juntos essa "lei", para que o nosso império não caísse nas mãos de qualquer pessoa que não fosse da família caso algum de nós viesse a falecer. Mas eu não podia, pois como havia dito, não tinha tanto dinheiro assim para também ameaça-lo de comprar àquilo que lhe pertencia. Eu era rico, mas o Stéfano era mais.
Uma coisa que nos diferenciava um do outro era um ditado seguido a risca : PROTEGER O QUE É NOSSO. Tudo o que envolvia os nossos bens, nosso patrimônio, lutavámos por ele. Por isso o outro lado da família sempre se saiu bem, eles não se preocupavam com isso.
E já que o maldito do meu primo sabia que eu não era de entregar algo de mão beijada, ele achou um modo de usar isso contra mim.
— Não faria isso.
Me virei para ele, com os punhos fechados.
— Quer apostar?
— Você é uma desonra! Carregamos o mesmo sobrenome, seu pilantra desonesto.
— Entenda primo, são só negócios. Por isso sou melhor que você e os seus irmãos em tudo, vocês colocam muito a família em primeiro lugar.
— Deveria ser assim. Foi o que o vovô ensinou aos nossos pais.
— Quem não seguiu essa regra tola é o mais sucedido atualmente. Então, vamos fazer um acordo ou não?
— O que você quer?
Disse entredentes, aparentemente raivoso.
— Eu já disse o que eu quero.
— Uma das minhas garotas, certo? Pode escolher.
— Hmmm...
Começou a olhar em volta.
— Eu quero ela.
Virei o rosto para trás e avistei a Elisabeth saindo do meu escritório, já vestida e caminhando até o camarim.
— Não.
— Você disse que eu podia escolher.
— Qualquer uma menos ela.
— Ouvi falar sobre o tamanho reboliço que essa garota tem feito na sua boate. Alguém está te fazendo ganhar muito dinheiro, hein primo. Eu a quero pra mim.
— Vai se fuder, Stéfano! Já disse, não vou te entregar minha melhor dançarina.
Aumentei o tom de voz.
— Este é o meu acordo. É pegar ou pegar, porque eu não vou voltar atrás.
— Nada feito.
Bati na mesa, o fuzilando com os olhos. O guarda-costas me olhou torto.
— Tá dormindo com ela, não é maladrão? E agora está apaixonadinho. Vamos lá, admita! Eu a vi saindo do seu escritório.
— Não sei do que está falando.
Me acalmei um pouco.
— Sério? Então não vejo porque não posso ter o que eu quero. Se não sente nada e a trata como a vadia que ela é, entregue-me a garota agora.
Eu não tinha escolha, não havia saída. Era um dos negócios do meu pai que estava em jogo. O Stéfano já tinha tudo, não iria dar mais nada pra ele só pra poupar uma garota. Eu teria que ceder.
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Eu postei e corri
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SEBASTIÃ-MÁFIA MONTANARI [Completo] [L1] 2018
Chick-LitSEBASTIÃ & ELISABETH • COMPLETO✓ Livro 1× Elisabeth Morelli, uma linda jovem aspirante a dançarina com o sonho de ser independente. Sebastiã Montanari, um rapaz frio com um lado sensível. Seu maior dever é cuidar dos negócios da família junto com...