SEBASTIÃ-MÁFIA MONTANARI [Completo] [L1] 2018

CAPÍTULO II

   
    Elisabeth morelli

Cheguei em casa e me joguei no sofá, começando a pensar no fato de que o dia hoje foi um completo fracasso. Nada saiu como eu esperava. Para me distrair um pouco, peguei meu notebook e o coloquei no meu colo. Entrei no facebook e vi que tinha uma mensagem, de dois dias atrás da Erin, minha amiga.

A última vez que falei com ela foi em casa, antes de pegar o avião, quando fomos nos despedir uma da outra. Minha família toda estava trabalhando, por isso não puderam me acompanhar até o aeroporto. A Erin queria ir junto, mas o Gabriel me trouxe de moto, então...

– Eai vadia, já chegou? Como é que você tá? Eu já ia te ligar pra saber de tudo, até o Gab me avisar que eu não podia porque ia dar fora de área. O jeito é conversar por aqui mesmo, fazer o quê!? Então, me conta as novidades! Você já passeou pela cidade? Como os gatos daí são? Como as mulheres daí são? E a escola de dança, você já está frequentando? Quando você vem me visitar? Quando eu vou te visitar? Já arrumou algum trampo? Tô sentindo sua falta #VoltaLogoPorFavor :(

Sorri ao ler a mensagem.

– Oi Erin. Sim, já cheguei. Fiz um ótimo vôo. Eu? Eu tô legal e você? Não, ainda não tive a oportunidade de fazer um passeio pela belíssima Itália, infelizmente. Não andei reparando muito nos garotos porque eu não sei se você sabe, mas sou comprometida. As mulheres são lindas! KK Comecei hoje, tanto as minhas aulas de dança quanto os estudos. Ainda não sei quando vou poder voltar, assim como eu também não sei quando você vai poder vir pra cá, mas espero que seja em breve.

Quando fui para responder a parte em que ela me perguntava sobre o emprego, eu ia ser totalmente sincera, mas sei que se fizesse isso, ela provavelmente comentaria com a minha mãe, que me ligaria na mesma hora só pra dar sermão.

– Emprego? Claro! Já arrumei um sim. Como caixa em uma cafeteria lá da universidade. Estou muito feliz por estar construindo minha vida aqui. Também tô morrendo de saudades suas, meu amor. Manda um beijo meu pra todo mundo.

Encostei minhas costas no sofá após ter terminado de responder as mensagens e me peguei pensando. Digitei o nome Ângela Martinez na barra em branco e a reconheci pela foto. Cliquei em seu perfil e solicitei amizade, não demorando muito para receber a notificação de que eu havia sido aceita.

“E agora? Eu chamo pra conversar ou não”?

Meio insegura abri o bate-papo com ela e digitei um oi. Não sabia que ela estava online até a mesma visualizar. Esperei um minuto, dois, três e nada dela me dar uma resposta.

“Ai como sou idiota”!

Já ia fechar o notebook pra tentar esquecer aquela burrada, quando ouvi um barulhinho de mensagem. Era a Ângela, retribuindo o oi com um “Beth! Como vai”?

– Eu vou bem e você?

– Bem também. Estou me aprontando pra ir trabalhar.

– Sem ofensa, mas com “trabalho” você quis dizer... dançar a noite toda semi-nua para um bando de homens feios onde metade é casado só para no final ganhar apenas alguns trocados?

Okay, eu me arrependi de ter enviado àquilo depois que senti que ela estava demorando muito pra responder. Eu pressentia que iria receber uma patata daquelas. Sei que disse “sem ofensa”, mas acabou sendo sim uma ofensa. E eu bem vi hoje que ela não ganhava só uns trocados.

– Apesar dos olhares tortos e do julgamento de desconhecidos que dizem não que é um trampo digno, gosto do que faço. Da trabalho e eu ganho por isso. Todo emprego não é assim?

Boa resposta!

– Quero entrar nessa.

– Ah mudou de ideia, é? Por que?