Os três ficaram calados esperando para ver qual seria a próxima etapa nos planos de César, agora que não tinham mais que seguir o roteiro de Verônica.
─Amanhã será o dia do perfume!_César sorriu maliciosamente.
─Que dia do perfume?_indagaram.
─O meu perfume! Miguel me deu um perfume que ele disse que adorava, no dia do nosso noivado. Disse que poderia me localizar no meio do Maracanã lotado, se eu estivesse usando esse perfume.
O empresário fez uma expressão sonhadora, definitivamente se lembrando de alguma cena erótica entre os dois.
─Só faltava me engolir, quando eu o usava, podem acreditar. Posso apostar que ele o reconhecerá na hora!_mordeu o lábio inferior de maneira indecente e confiante.
─Tem certeza de que conseguirá se controlar estando vocês dois sozinhos aqui amanhã?_indagou Santiago._Talvez ache que ele não te arrebentará a cara e todo o resto se achar que você está tentando seduzi-lo, enquanto a esposa dele está fora de combate.
_Deu até folga para a governanta._desdenhou Aro.─O presunçoso deve estar achando que Miguel entrará em combustão só de sentir o perfume dele. Deveria se ver agora: poderia iluminar Nova Iorque inteira com esse fogo todo.
─Quero que vocês descubram que horas ele faz caminhada, musculação...
─Dá pra imaginar que ele nunca mais será um veado, antes de fazer tantos planos?
─Nem todo homem perde a integridade só pra continuar a receber mesada do pai, como você, Aro! Se você come a Madalena só pra agradar seu pai, lembre-se que Miguel só está nessa por circunstâncias contrárias à natureza dele. Posso apostar que assim que ele se encontrar, metade desses problemas de saúde que ele apresenta serão resolvidos na minha cama.
O outro, que fora hostilizado, com certeza iria torcer para que o arrogante amigo estivesse errado em suas suposições, só pra ver aquele ar insuportavelmente superior e seguro de si desaparecer de seu rosto.
─Olha, lindo...em caso de emergência, claro, você tem três rabos disponíveis para comer...Ave César! Os que te amam te oferecem o rabo!_lembrou Flávio passando a mão direita sedutoramente no pescoço de César, ao que ele se afastou.
─Estava demorando, vadia!
César se levantou e novamente assumiu a postura de líder do bando, como falavam nos bons tempos.
─Vocês já me conhecem, alvo localizado...
─Ele vira celibatário pra todos os outros._completou Aro.
─À propósito...ele comentou com algum de vocês se ele vai deixar a barba crescer?_perguntou interrompendo a marcha para o escritório, que ele já iniciara.
─Por quê? Está aparentando ser mais macho do que você? Não quer que ele volte a ter aquela aparência afeminada, como na juventude, não é?! Outros tempos, César! Estamos há vinte anos daqueles tempos de espinhas na cara!_adiantou-se Flávio.
"Tá mais másculo e isso me excita, me atiça mais ainda. Se deixar a barba crescer...não responderei por mim!",César quase soltou em voz alta, mas se limitou a olhar indiferente para o outro e não falar nada.
O atual Miguel, realmente não tinha nada a ver com a gazela do passado, alto, esguio, traços afeminados, sobrancelhas bem feitas, unhas bem cuidadas, mãos macias...impressionante como ele podia, realmente, estar mais atraído por ele agora do que naquela época.
─Quero conversar com os médicos dele o mais rápido possível. Devem ser, aliás, uns conservadores com conhecimentos defasados de merda!_fez uma careta contrariado.
O telefone de César tocou. Era a mãe perguntando quando ela e o pai poderia vê-lo. Se recusou a se encontrar com eles.
Ainda não os perdoara. Não sabia se o faria algum dia.
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MEU CORPO NÃO TE ESQUECE!-Armando Scoth Lee
RomanceCésar viveu 20 anos acreditando que seu marido Miguel estava morto! De repente, no banheiro de uma galeria de artes nos Estados Unidos, um homem desconhecido e sedutor sussurra no seu ouvido: "Ele está vivo!". Aquela frase mudaria a vida de César p...