CAPÍTULO 8-OS CÉSARES!

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Os Césares ou The Césares, como alguns preferiam,  eram os súditos, os subordinados de César, os discípulos, os passivos de César, amantes, submissos, atraídos, como abelhas por mel, por César naquela época áurea de uma juventude tão ávida por sexo farto e fácil, sem limites, sem regras e sem culpa. 

Fora Miguel quem inventara o título do grupo e o nome logo pegou. 

César apreciava todos aqueles títulos ao seu redor. Que jovem gay não queria ser chamado do lobo chefe da alcateia,  do macho Alpha de um grupo de 5 rapazes? Mais tarde, saudosistas, gostavam de brincar que o personagem de Gale Harold-Brian Kinney, na série Queer as Folk, fora inspirado nele. Ainda mais quando viram que, assim como no seriado, Miguel era o Justin Taylor...o mais jovem e ousado do grupo.

Eram cinco amigos: César, o macho Alpha, o único rico e  o único ativo do grupo.  Miguel era  o caçula e ainda menor de idade quando tudo começou. Os outros eram Santiago, que hoje se tornara braço direito de César e se mudara com ele para os Estados Unidos. Haroldo e Flávio, que haviam ficado no Brasil e constituído família casando-se com mulheres, para manterem as aparências para os pais.

Na época em que tudo começou, eram todos jovens, pouco mais do que garotos. César era o mais velho, Miguel o mais novo...aquele com quase 25 anos...esse com apenas 15. Ele era apenas um menino ousado, cheio de hormônios incontroláveis. 

Em comparação ao seriado, as semelhanças acabavam aí.

Haviam se conhecido na escola. Os dois primeiros andares do prédio enorme eram dedicados ao ensino médio, enquanto os dois últimos era onde ficavam as salas reservadas aos 5 cursos universitários oferecidos pela matriz, que ficava na capital, naquela pequena filial.

Como a matriz dos cursos era bem conceituada, o pai de César não viu problema em atender aos apelos do filho para continuar na cidade e se formar ali mesmo.

Claro que o pai não imaginava que o principal motivo do filho querer permanecer naquela cidade pequena era continuar conduzindo o seu harém, o seu séquito de admiradores e servos fiéis na cama. 

César, com seu magnetismo quase animalesco, era um verdadeiro predador, era o ativo dominante, como eles logo perceberam e, numa linguagem totalmente erótica, diziam que ele seduzia, atraía suas vítimas e as abatia sem dó. 

Aos poucos, César foi dispensando alguns pretendentes e agregando outros, até que formou aquele grupo fixo. 

No início, eram 7 disputando o posto de um dos Césares, mas, no final, ou aceitavam dividir o namorado com os outros membros, ou deixavam o grupo. Enciumados, alguns não suportaram e desistiram,  sobrando então os três (Flávio, Haroldo e Santiago), até que apareceu Miguel e tudo mudou.

Os três  não se sentiram ameaçados pelo garoto tão jovem e ávido por conhecimento que os rodeava, fazia favores e se submetia às humilhações do restante do grupo só para ser aceito. Isso durou por mais de um ano, eles aceitando que ele os seguisse, deixando que ele babasse pelo líder e fosse atraído, como todos, cada vez mais para o fundo daquela sedução. 

Mas o mascote, o garoto, o calouro surpreendeu a todos quando, sorrateiramente, foi ganhando espaço junto ao líder. Até que César começou a desmarcar encontros com os outros e dava preferência a ficar somente com Miguel, sempre com Miguel.

E veio a disputa. Todos riram quando o mascote exigiu ousadamente exclusividade junto ao líder e este, como sempre, colocou a sua lei: ou ele aceitava a situação ou ele deixava o grupo. Claro que, secretamente, César temia que ele escolhesse a segunda opção. Mas a surpresa o inundou quando Miguel o desafiou num jogo de sedução e luxúria que César deveria escolher ele sozinho ou o restante do grupo. Ao final, também o prêmio naquela disputa,  deixou todos curiosos: quem vencesse teria o direito de exigir o que quisesse.

MEU CORPO NÃO TE ESQUECE!-Armando Scoth LeeOnde histórias criam vida. Descubra agora