CAPÍTULO 30-VERÔNICA MORRE E MIGUEL SURTA!

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Madalena ficou em dúvida se deveria interromper ou não a discussão  entre o patrão e o empregado, quando chegou na porta do quarto.

Foi Santiago quem percebeu a expressão aflita da mulher e a interpelou, ainda ofegante:

─Madalena...algum problema?

─Me desculpe interrompê-los...o senhor Haroldo ligou do hospital para o telefone lá de baixo...disse que vocês dois não atendiam o telefone...

─Desembucha, mulher!_gritou César já intuindo o pior.

─Não deu pra ouvir nada direito, doutor César. Haviam muitas pessoas falando alto ao fundo...

─Ai, meu Deus...será que..._Santiago tampou a boca sem conseguir completar a frase.

─Aquela amiga de vocês que veio aqui outro dia e passou mal...ela faleceu e mandaram avisar que o marido dela ainda não sabe..._soltou em um só fôlego, temendo ouvir mais represálias.

César quase atropelou a mulher, sendo seguido por Santiago que desceu as escadas correndo.

Chegaram ainda sem fôlego no hospital e foram recebidos por Flávio, que os esperava na porta do hospital e fez sinal para que eles o seguissem.

Entraram numa sala vazia.

─Onde está Miguel?_adiantou-se César.

─Aro o está mantendo na sala de espera de um consultório no segundo andar. Mentiu dizendo que ele precisaria assinar alguns papéis autorizando uma cirurgia para a retirada da vesícula e ele acreditou, graças a Deus. Tentamos entrar em contato com os dois médicos de Miguel, mas eles não retornaram a nossa ligação.

Santiago sabia que, depois da cena na casa de César, os dois já deveriam estar fora do alcance deles saindo da cidade às pressas.

─Esqueçam eles. A gente vai ter que segurar essa._César saiu da sala, liderando o trio que se dirigia para a sala onde estava Miguel.

Novamente, Santiago tentou convencê-lo a ficar fora daquilo, visto que Miguel não entenderia a presença dele.

─Eu sou o marido dele!

─Jura que vai contar isso pra ele agora?_apelou Flávio já sem paciência.

"Ficou vinte anos sem ver Miguel e agora não pode ficar um segundo longe dele?", pensou irritado.

Não haviam chegado ainda a um consenso, quando ouviram o estrondo de uma porta se abrindo com violência e viram Miguel passar correndo por ela e subir as escadas rumo à UTI do hospital.

─O que está acontecendo?_César perguntou alarmado para Aro que estava muito pálido.

─Diante do olhar penalizado de uma enfermeira que era amiga de infância de Verônica e que olhava pra ele, ele percebeu que havia algo errado e decidiu voltar ao quarto.

Os quatro homens empreenderam uma marcha aflita atrás de Miguel.

O médico, surpreendido pelo olhar desvairado e desfeito de Miguel ao surpreendê-lo desligando os últimos aparelhos,  ficou estático ao lado da cama.

Miguel arregalou os olhos, já intuindo alguma coisa. Olhou para o médico e depois para o rosto da esposa que parecia cera. 

Os lábios estavam sem cor, mas o que mais impressionou Miguel, foi a quantidade de sangue que saíra pela boca, como se ela tivesse vomitado e se afogado nele.

─O que está fazendo com minha esposa? Ela...ela machucou a boca?_ele tombou a cabeça de lado e franziu a testa, totalmente confuso.─Não vai limpá-la?

MEU CORPO NÃO TE ESQUECE!-Armando Scoth LeeOnde histórias criam vida. Descubra agora