vi.

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Ares.

— Babe, esses são os meus amigos de Boston. O Chad, o Chaz e o Chris. — Apontei para cada um deles. Ela sorriu e acenou, dando um pequeno oi. — O famoso trio C. Enfim, pessoal, essa é a Abby.

Chad sorriu, mas me encarou como se perguntasse o que ela tinha de diferente. Ele foi o único que pareceu entender, enquanto os outros ficaram apenas curiosos. Abby pegou a lousa, escreveu algo rapidamente e logo a virou para os meninos.

Sim, eu sou muda.

Houve um silêncio. Eu dividi o meu olhar entre a cara dos três e logo encarei ela de novo. Ela também parecia levar na brincadeira, porque eles não pareciam julgar, na verdade eles estavam confusos com a situação. Nós dois rimos da cara dos três, e eu logo dei um empurrãozinho em Chaz para que ele acordasse.

— OI ABBY, EU SOU O CHAZ! — Ele berrou em voz alta. Abby pareceu assustada, mas logo sorriu divertida.

— Ela é muda, não surda. Seu idiota! — O Chris disse e deu um tapa na cabeça do Chaz.

— Mas tipo, você fala em libras? — O Chaz perguntou e a Abby negou, ainda com um sorriso divertido. — Então, vocês só conversam quando você escreve? — Ela negou outra vez. — E como vocês conversam, então?

— Ela está me ensinando leitura labial. — Eu disse simples e ele assentiu. — Eu espero que não seja um problema pra vocês...

— Do contrário, cara! Ficamos felizes se ela te fizer feliz! — Chad diz e me abraça de lado. — O importante é isso.

— Obrigado, cara. — Eu sorri para o meu melhor amigo. Me virei para encarar a Abby e ela não conseguia parar de sorrir. — Será que nós podemos passear com eles? — Eu perguntei pra ela. Ela assentiu e então nós entramos no carro.

Era início da noite, então as coisas estavam abrindo por agora. Nós andamos por vários lugares e nos divertimos bastante. A Abby virou melhor amiga do Chaz, porque ele estava sempre fazendo uma palhaçada ou outra. E ela é sempre cheia de sorrisos para dar. Nós apenas paramos de andar, quando notamos que já era tarde demais para continuar.

Eu deixei os meninos no hotel e mudei a rota para a minha casa, algo que causou uma certa estranheza na Abby. Ela só tinha ido em casa uma vez, mas agora eu acho que a minha mãe gostaria de vê-la. Ela precisa da alegria da Lydia agora.

Não vamos para o hospital? A Caye vai ficar preocupada, porque já está tarde...

— Eu pensei que você gostaria de dormir em casa hoje! — Ela sorriu pra mim. Meus olhos ainda estavam na estrada, mas eu consegui desviar por dois segundos e notei que seus olhos brilhavam. — Mas se você quiser, eu posso dar meia volta.

Ela negou rapidamente. Eu sorri e aproximei minha mão da sua coxa. Eu não tinha colocado muito pra cima, mas eu quis dar esse avanço para saber até onde eu poderia ir. Ela demorou, mas logo colocou a mão por cima da minha. Ela entrelaçou os nossos dedos e eu sorri mais ainda.

Eu estava sendo egoísta por querer que ela durma está noite comigo? Não. Tenho certeza que não. Eu estou apenas pensando no melhor para os dois. Imagine o quão embaraçoso seria se eu tivesse deixado a garota no hospital? Além de estar tarde, ambos esperávamos algo a mais do que apenas beijinhos no parque. A única programação que eu queria para hoje, era novamente cheirar seus cabelos castanhos com o leve aroma de amêndoas.

Quando nós chegamos, a Abby desceu e caminhou ao meu lado. Entrelacei nossas mãos e não a soltei em momento algum. Minha mãe estava na sala e sorriu fraco aos nos ver juntos. Abby sorriu para ela, como se dissesse que tudo iria melhorar com o tempo. Eu subi ao lado da minha garota, e a deixei no quarto. Eu precisava falar com a Beth. A sós.

𝗥𝗘𝗔𝗗 𝗠𝗬 𝗟𝗜𝗣𝗦.  Onde histórias criam vida. Descubra agora