ix.

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Abby.

Quando nós chegamos, Beth estava na sala. Ela abriu um sorriso enorme ao nos ver, mas o mesmo se desfez quando ela notou o clima pesado entre nós. Ares preferiu não dizer nada, ele apenas subiu as escadas sem sequer olhar para a mãe. Eu me sentei no sofá e lidei com o olhar curioso dela. Me esforcei para disfarçar o meu rosto vermelho por conta do choro.

Ares me pediu em namoro — Digitei e Beth comemorou com um sorriso enorme. Mostrei para ela o anel e ela apreciou o mesmo com glamour.

— É lindo, querida! Espero que vocês sejam muito felizes! — Ela me abraçou. — Mas então, por que vocês estão agindo estranho? Ares deveria estar aqui, ao seu lado, todo animado. Aconteceu alguma coisa?

Acho que a senhora deveria falar com ele. — Digitei para ela e a mesma franziu o cenho curiosa. Acho que ela entendeu que havia algo muito errado, mas respeitou a minha decisão em não contar. É algo delicado demais pra que eu conte.

Eu subi as escadas e caminhei para o quarto. Ares estava sentado de costas para a porta. Sua cabeça estava entre suas duas mãos e eu escutei ele fungando. Andei até ele e me agachei em sua frente, acariciando seus cabelos loiros.

Tudo bem? — Gesticulei a boca e Ares assentiu de leve.

— Estou envergonhado. Sinto vergonha porque meu pai fez isso. Acho que sinto culpa também... Eu te levei até ele... — Ele engoliu em seco e eu neguei rapidamente.

Eu também já passei por essa fase. Não foi sua culpa. Não vou permitir que você continue agindo como se tivesse cometido o pior erro da sua vida, porque isso não aconteceu. — Digitei rapidamente. Eu o abracei de forma desajeitada.

— Promete que me perdoa? — Concordei com a cabeça. Seus lábios se contorceram em um sorriso de lado.

— Eu não preciso te perdoar, meu amor... Não foi culpa sua! — Eu assisti cada uma de suas reações, enquanto nós escutávamos a assistente virtual ler as palavras que eu escrevi.

Eu me juntei a ele na cama e coloquei minha mão por dentro de sua camisa. Acariciei suas tatuagens com as mãos e aspirei seu perfume amadeirado. Com o rosto na dobra de seu pescoço, eu adormeci junto dele.

No dia seguinte, eu estava bem mais disposta do que antes. Mesmo assim, não queria atrapalhar o sono de Ares. Dessa vez, eu estava sendo abraçada por ele e seu rosto aspirava meu perfume doce. Me movimentei lentamente para pegar o celular e ele resmungou alguma coisa. Eu abri a câmera e tirei uma foto dele coberto pelos cobertores e lençóis.

— Só não faça um santuário. — Falou com a voz rouca. Ele abriu os olhos devagar e sorriu me puxando para a cama novamente. — E nem fique encarando minha foto como uma namorada possessiva.

Por que eu ficaria te encarando pela tela do celular, quando eu posso te encarar aqui presencialmente? Sorri para ele. Ares levantou um pouco a cabeça e depositou um selinho em meus lábios.

— Eu quero uma foto sua comigo. — Ares falou. — Assim, você sempre estará comigo.

Sempre é muito tempo, A! Eu sorri. Ares franziu o cenho. — Que tal vivermos apenas o presente? Huh? Amanhã é futuro! Não sabemos o que irá acontecer.

𝗥𝗘𝗔𝗗 𝗠𝗬 𝗟𝗜𝗣𝗦.  Onde histórias criam vida. Descubra agora