xii.

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Ares.

Cada pequeno músculo do meu corpo reclamava de dor, enquanto a minha cabeça parecia querer saltar do meu corpo. Sinto outro corpo junto ao meu, mas não me incomodei em sair dali depressa. Não quero acordar a Abby agora, deve ser cedo ainda. Eu sentia falta de acordar com alguém nos meus braços, talvez seja só carência.

Inspirei fundo mas não reconheci o cheiro gostoso de amêndoas que Abby costuma exalar. Passei as mãos nos olhos e me deparei com Audrey deitada no meu peito.

— Audrey — Eu digo um pouco assustado e me levanto com rapidez, fazendo com que ela acorde em seguida. — Merda!

— O que aconteceu, bebê? — Ela indaga enquanto limpa os olhos com as mãos.

— Não me chama assim. — Reclamo e ela revira os olhos. — O que aconteceu entre nós dois? — Pergunto por impulso, mas logo me arrependo de ter perguntado. Audrey abre um sorriso vitorioso, enquanto se prepara para me responder. — Quer saber? Não me diga. Eu não quero saber!

— Foi maravilhoso! — Ela diz maliciosa e eu forço a memória para lembrar de algo, mas tudo que eu me lembro me traz até o pensamento de que nós transamos.

Espero que ela só esteja bancando a boa mentirosa que eu sei que ela é.

— Porra! A minha namorada está no hospital e você me seduziu até aqui? Meu namoro está indo por água a baixo e a culpa é toda sua! — Digo com raiva, enquanto visto as minhas roupas.

— Espera ai, a culpa é minha agora? — Ela pergunta de forma retórica e em seguida ri de forma forçada. — Você tem pernas, Ares. Eu não te carreguei até aqui nas costas!

— O que nós fizemos ontem? — Ignoro sua resposta para mim e lanço outra pergunta.

— Eu estava só dançando, estava dançando como uma mulher decente, mas você chegou me agarrando por trás e beijando o meu pescoço. Até que me puxou até o carro e então nós viemos pra cá. — Audrey explica dando de ombros, como se fosse a coisa mais simples do mundo. — Eu não fiz nada que você não tivesse pedido.

Não disse mais nada, apenas peguei minhas coisas e saí do quarto de motel. Dirigi rápido até minha casa e tomei um banho gelado, vesti uma roupa qualquer e procurei comer alguma coisa.

Beth me interrogou com algumas perguntas sobre onde eu passei a noite, mas logo consegui contorná-las com alguma mentira qualquer que inventei de última hora. Preparei algo rápido para comer e engoli tudo tão rápido quanto preparei a comida. Peguei as chaves do carro e dirigi até o hospital.

Eu sabia que não deveria ter ido ontem. Algo me dizia que as coisas iam piorar e eu precisava estar ao lado da minha garota. Audrey soube se aproveitar do meu momento mais frágil e finalmente conseguiu o que queria de novo. Preciso contar tudo á Abby, não quero ter que mentir pra ela.

Entro no hospital e caminho até o quarto em que ela estava, mas me surpreendo ao ver que ela já não estava mais ali. Tinha apenas um rapaz limpando tudo. Ele parecia jogar fora todas as flores que eu dei para Abby. Franzi o cenho e permaneci ali até que ele me notou.

— Ela recebeu alta. — Ele disse ao se virar para me encarar. — Saiu daqui com o namorado. Um americano alto e bonito.

— Eu sou o namorado dela. — Disse mais confuso ainda.

O garoto deu de ombros.

— Alguém veio buscar ela e se apresentou como namorado. Os dois confirmaram o namoro, tenho certeza disso. — Ele disse simples e logo voltou a fazer o que estava fazendo antes de eu chegar.

𝗥𝗘𝗔𝗗 𝗠𝗬 𝗟𝗜𝗣𝗦.  Onde histórias criam vida. Descubra agora