Ares.
Sete dias depois.
— Ela está bem, mãe. — Abro a porta do quarto e me deparo com ela e Jeremy no maior amasso. — Cruzes!
— Ares! — Beth se levanta assusta e eu fecho a porta de novo. Não quero arriscar ver algo que eu não deva. — Você precisa aprender a bater na porta.
— Eu sei que falei pra você reagir, mas eu não estava me referindo a isso. — Ignoro o que ela disse anteriormente.
Caminhei para a sala de estar e me sentei balançando as pernas. Meus pensamentos vagavam em coisas aleatórias, mas pararam quando meu celular vibrou. Eu tirei o mesmo do bolso da calça e olhei o visor. Era uma mensagem do Chris. Ele estava me chamando para sair com eles essa noite. Digitei que iria ver se podia ir.
De qualquer forma, eu tomei um banho e me arrumei. Não sei porque disse que iria ver, até porque não tem nada para ser visto. Eu iria ficar de bobeira mesmo, pelos menos assim eu consigo me divertir um pouco. Dirigi até o hospital e comprei algumas rosas para alegrar o ambiente hospitalar normal e chato.
Desci do carro e sorri para alguns seguranças que eu já havia visto pelo longo desses dias. Eu tenho tentado vir todos os dias, até porque ela só está internada aqui por minha culpa. E também, eu não vou mentir e dizer que não estou preocupado com ela. Eu estou. E muito. Entrei pela porta da frente e sorri, peguei o adesivo de visitante e caminhei para o quarto em que abrigava Abby.
— Uau, é impressionante como a minha namorada consegue ser ainda mais bonita, conforme as horas vão passando. — Eu digo sorrindo e Abby espelha o meu ato. Seus olhos brilham.
Essa garota está fodendo com o meu psicológico.
Você disse isso há duas horas atrás!
— Por isso posso afirmar que você está mais bela do que há duas horas atrás. — Entreguei as flores para ela e dei um beijo desajeitado em sua testa.
Nós embarcamos em um silêncio um pouco desconfortável, enquanto eu me perguntava se deveria mesmo ir. Ela pegou a minha mão e sorriu como se dissesse pra eu falar o que estava me incomodando.
— O Chris me chamou para sair com os garotos. — Eu murmurei. — O que você acha? Se você não quiser que eu vá, eu posso ficar com você.
Eu não vou sair daqui, amor. Vá se divertir com seus amigos.
— Tem certeza, baby? — Eu pergunto inseguro e ela assente confiante. — Sabe que é só me pedir que eu fico, não sabe?
Somos namorados, não mãe e filho. Você tem a sua liberdade. Vai. Eu vou ficar bem.
— Tudo bem. — Dou um beijo nela e levanto caminhando até a porta. — Prometo passar aqui mais tarde. Se algo acontecer, me liga e eu largo tudo e venho correndo.
Ela acenou com a mão e sorriu, enquanto eu fechava a porta. Caminhei de volta para o carro e avisei que estava indo encontrar os garotos na república em que eles estavam.
♡
— Por que ninguém me avisou que a Audrey vinha também? — Perguntei com raiva e Chad apenas deu de ombros. — Que eu me lembre, vocês também não vão com a cara dela.
— É culpa do Chris. Ele mandou mensagem pra todo mundo. — Chad disse enrolado, porque já estava bem alegre há um bom tempo.
— Hollow, baby! — Audrey parou na minha frente e sorriu. Estava fazendo de tudo para me seduzir. — Qual é, bebê! Vai ficar na seca por culpa da muda?
Era difícil estar no mesmo lugar que ela, ainda mais depois de tudo o que ela fez pra mim. Nós costumávamos namorar, antes de eu me mudar para a Espanha. Eu estava apaixonado por ela. Eu a amava com todas as minhas forças e eu estava disposto a fazer de tudo para dar certo. Acontece que a Audrey não pensava como eu. Ela queria beijar todos os garotos da nossa faculdade, ela queria abrir as pernas para qualquer um que passasse. Não tem nada de errado nisso, mas nós dois já estávamos namorando. Ela me devia respeito, da mesma forma que eu a respeitei. Todo mundo me dizia que ela não prestava, mas mesmo assim eu não queria dar ouvidos aos outros. Ela só queria alguém que a abraçasse no fim do dia.
Um dia antes de eu voar para a Espanha, eu quis fazer uma surpresa pra ela. Eu apareci de surpresa na casa dela. Mais tarde, eu descobri que foi a pior escolha que tomei na minha vida. Não a de ter ido até a casa dela, mas sim a de ter aceitado namorar com ela. Audrey estava com outro cara. Eu me lembro de ter chorado de raiva a noite inteira, porque eu gostava mesmo dela. Ela sequer se preocupou em ir atrás de mim e tentar se explicar. Na verdade, não havia o que explicar. E também, eu me mudei para bem longe dela e foi a melhor coisa que eu fiz.
— Ela tem nome, Audrey. — Disse com raiva. Meu maxilar se encontrava travado e meus olhos encaravam friamente os seus.
— Ela tem nome, Audrey. — Ela me imitou forçando mais ainda a sua voz e eu revirei os olhos. — Por Deus, Ares! Desencana!
— Chega, ok? — Chad interviu na nossa pequena discussão. — Qual é! Estamos em uma festa. Parem de encher o saco!
Eles beberam tanto que quase arranjaram brigas entre si. Eu preferi não beber tanto álcool, provavelmente eu teria que dirigir no final. Audrey, quanto mais bêbada ficava, mais sua saia subia. Eu estou namorando, mas não sou de ferro. Aqueles seios me encaravam como se me desafiassem.
Eu precisava me controlar.
E então uma música totalmente sexy, começou a tocar e uma Audrey totalmente sexy começou a dançar. Por mais que eu não quissesse olhar, eu não parava de encarar sua bunda que se movia ao som dos toques da música. E quando ela percebeu, se aproximou de mim e colou sua bunda na minha mão. Droga.
Tentei ignorar o ato, coçando a nuca, ou seja lá o que existe para se coçar que não pareça vulgar. Mas o meu incômodo, estava entre as pernas.
— Eu ainda te excito, bebê. — Ela disse vitoriosa e apertou minha mão em sua bunda. Eu não retirei a mesma dali, mas eu queria, juro que queria retira-lá dali. Ela sussurrou a música no pé do meu ouvido e eu fechei os olhos.
Meus pés não se moviam. Eu sabia que estava errado. Eu sabia que precisava sair de lá. Por que eu não conseguia simplesmente sair dali? Maldita hora que eu resolvi sair com os meninos.
Apertei sua bunda e depositei uma trilha de beijos pelo seu pescoço. Ela pareceu gostar e continuou a sussurrar a música em meu ouvido.
Quando me dei conta, eu já estava com a camisinha na mão.
Abby.
Levantei as mãos tão rapidamente para pegar o balde e vomitar tudo o que havia tentado ingerir, que a agulha que ligava o soro ao meu sangue, quase saiu do meu pulso.
O Doutor Jones havia me pedido para tentar ingerir coisas sólidas para, finalmente, sabermos se havia dado certo. Ele avisou que poderia acontecer dos medicamentos que antes eu tomava, começarem a fazer efeito agora. E era exatamente isso que estava acontecendo. Pela primeira desde que eu perdi a voz, eu senti aquela dor infernal de novo. Eu sentia queimar.
— Está melhor, querida? — Caye perguntou preocupada e eu assenti respirando bem fundo.
Eu só queria saber onde Ares estava. Sei que havia dito pra ele ir se divertir, mas ele me prometeu que voltaria para me ver. Não quero bancar a namorada possessiva nem nada, mas poxa, eu estou passando mal. Só queria uma ajuda. A ajuda dele.
Parece egoísmo, e talvez até seja, mas eu tenho medo do que ele possa estar aprontando. Mas eu confio nele. Confio que ele não iria me trair, pelo menos não até que o resultado da cirurgia dê um sinal. Eu tenho certeza disso, certo?
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𝗥𝗘𝗔𝗗 𝗠𝗬 𝗟𝗜𝗣𝗦.
Romance𝙍𝙀𝘼𝘿 𝙈𝙔 𝙇𝙄𝙋𝙎: 𝘁𝘄𝗼 𝗵𝗲𝗮𝗿𝘁𝘀, 𝗼𝗻𝗲 𝗹𝗼𝘃𝗲. "Você é tão calada! Essa garota é estranha! Ela nunca diz nada. O gato comeu a sua língua princesa? Oh já sei, está me admirando!" Eu me impressionava cada vez mais com ele. Todas...